Crítica - The Pirates! Band of Misfits (2012)

Realizado por Peter Lord e Jeff Newitt
Com Hugh Grant, Salma Hayek, Jeremy Piven, Martin Freeman

Tal como os soberbos e bem-sucedidos “Chicken Run” (2000) e “Wallace & Gromit: The Curse of the Were-Rabbit” (2005), “The Pirates! Band of Misfits” é um criativo e divertido filme da Aardman Animations em stop-motion/ clay animation que promete fazer as delícias dos mais novos e dos mais velhos com a sua leve e cativante história que se centra no Capitão, um novato mas ambicioso pirata que alimenta o sonho de derrotar os seus dois rivais – Black Bellamy e Liz Lâmina – e vencer o Prémio de Pirata do Ano, no entanto, as suas fracas peripécias criminais não são dignas de tal honra. A sua forte determinação não o deixa desistir do seu sonho e quando é confrontado com uma oportunidade única para receber um grande tesouro e ganhar assim o tão desejado prémio e a fama que este acarreta, o Capitão não hesita e faz um negócio obscuro com a Rainha Victoria de Inglaterra, negócio esse que coloca em causa a lealdade da sua inexperiente tripulação e a sua reputação como pirata.


O autor da famosa e infantil série literária “The Pirates”, Gideon Defoe, escreveu sozinho o argumento deste divertido filme, cuja trama se baseia em dois dos seus melhores e mais conhecidos livros -"The Pirates! in an Adventure with Scientists” e ”The Pirates! in an Adventure with Whaling”. A criatividade e familiaridade de Defoe com os mais novos permitiu-lhe criar uma narrativa bastante sólida, onde a comédia e a ação se misturam numa emocionante aventura cheia de cor e animação que é protagonizada por um agradável elenco de personagens onde encontramos excelentes intervenientes fictícios como o Capitão Pirata ou o Chimpanzé Mr. Bobo, e hilariantes personagens baseadas em conhecidas personalidades históricas como a Rainha Victória ou Charles Darwin. A história de “The Pirates! Band of Misfits” não se centra só na diversão, porque também nos são transmitidas várias mensagens morais relacionadas com a amizade e a lealdade, através de duas ou três cenas que reforçam o lado humano e sentimental desta bonita obra que não fica nada atrás das grandes produções em stop-motion da Aardman Animations. O seu enredo tem valor, mas o maior atrativo deste filme britânico é a sua fantástica vertente visual/técnica. A aposta dos grandes estúdios cinematográficos em longas-metragens em stop-motion é cada vez mais rara, porque os filmes feitos em computação gráfica são muito mais rentáveis. É verdade que obras como “Wall-E” ou “Up” são capazes de agradar a um maior número de pessoas porque têm um nível visual muito mais detalhado e elevado que este “The Pirates! Band of Misfits”, mas de vez em quando sabe muito bem ver um filme de animação como esta obra criada por Peter Lord (Realizador de "Chicken Run") e Jeff Newitt, dois talentosos cineastas que pegaram numa clássica técnica de animação e deram-lhe um twist moderno, conseguindo assim criar um filme muito bonito com uma divertida história que se afasta um pouco do estilo dos blockbusters norte-americanos.

 Classificação – 4 Estrelas em 5

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