Crítica - The Smurfs 2 (2013)


Realizado por Raja Gosnell 
Com Neil Patrick Harris, Sofia Vergara, Hank Azaria, Katy Perry

Em 2011 não hesitei em classificar “The Smurfs” como um dos blockbusters mais fracos e desenxabidos do ano. Esta opinião negativa mantém-se perfeitamente válida até hoje e agora, dois anos após a estreia desse primeiro filme, sou obrigado a reutilizá-la para classificar a sua terrível continuação, que ainda consegue ser menos divertida para as crianças e mais aborrecida para os adultos que o seu mediano antecessor. 
É uma pena ver os icónicos e adoráveis Smurfs serem tão mal tratados no cinema, mas parece que toda a gente que trabalha na Sony Pictures Animation gostou de “The Smurfs”, porque a Sony voltou a contratar exatamente os mesmos guionistas, realizador e produtores desse fraquinho primeiro filme para fazerem esta continuação que, muito sinceramente, só tem potencial para cansar rapidamente o espetador com a fatigante lamechice e patetice do seu argumento sem qualquer sentimento de diversão ou inovação, que acompanha mais uma missão de resgate dos simpáticos Smurfs que, desta vez, têm de salvar a Smurfette das garras do maquiavélico Feiticeiro Gargamel (Hank Azaria), que pretende utilizar os seus novos lacaios (Vexy e Hackus) para forçar a Smurfette a revelar a fórmula mágica de um poderoso feitiço secreto que lhe permita levar a cabo o seu novo plano maléfico.

   

O enredo de “The Smurfs 2” é muito seco em diversão, ação e humor. A aventura dos Smurfs não tem um fio narrativo lá muito cativante, mas isto deve-se sobretudo à excessiva atenção que é dada aos franzinos dilemas existências da Smurfette ou às ridículas fraturas emocionais da Família Winslow-Doyle, que afastam a atenção da ação e focam-na num drama barato, lamechas e sem nenhum valor que só reduz ainda mais a capacidade de entretenimento de um já de si fraco enredo, que praticamente negligencia todos os aspetos da aventura dos Smurfs em detrimento de uma análise, completamente exagerada e dispensável, ao lado mais humano da Smurfette, da Vexy e do Patrick Winslow. Até gosto quando os filmes infantis prestam um pouco mais de atenção ao lado dramático, emotivo e humano dos seus guiões, mas “The Smurfs 2” exagera e acaba por perder tempo a mais com uma componente melodramática claramente contraproducente que, ainda por cima, perde qualquer espécie de valor que ainda poderia advir do seu desenvolvimento por causa da forma leviana, desenxabida e totalmente desinteressante como essa é introduzida e abordada no seio desta mega-produção infantil, que peca também por ter muito poucas cenas com genuína piada. Esta quase total ausência de sequências cómicas minimamente extravagantes só não é mais grave por causa de Gargamel e Azrael que, mais uma vez, protagonizam a maioria das cenas mais engraçadas desta obra, mas importa realçar que ambos tiveram muito mais piada no filme anterior. 
A única coisa positiva que encontro em “The Smurfs 2” são os seus gráficos visuais, que são praticamente idênticos aos do primeiro filme. O look dos Smurfs e a caracterização do Gargamel são competentes mas, acima de tudo, mantêm-se fidedignos ao design imaginado por Peyo, mas é claro que isto não passa de um pormenor interessante no meio de um conjunto de erros e ideias pobremente desenvolvidas que culminam num filme sem diversão ou encanto infantil e familiar, cujo enredo repleto de bagatelas melodramáticas e familiares esqueceu por completo o espírito de aventura, humor e animação das obras literárias criadas por Peyo. 

Classificação – 1 Estrela em 5

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