Pérolas Indie - Chained (2012)

Realizado por Jennifer Chambers Lynch
Com Vincent D’Onofrio, Julia Ormond, Jake Weber
Género - Terror

Sinopse - Numa tarde de sábado, Tim, de oito anos, e a sua mãe apanham um táxi conduzido por Bob, um assassino em série em busca de novas vítimas. Tim é obrigado a assistir ao assassinato da mãe, e Bob poupa-o, tornando-o seu escravo. Acorrentado em casa, as tarefas do miúdo são limpar e enterrar os corpos das vítimas do seu captor. Os anos passam e Tim apercebe-se que poderá conquistar alguma liberdade se se aproximar de Bob. 

Crítica - Entre os jovens realizadores de futuro, dentro do género dedicado ao fantástico e ao terror, está a já quarentona realizadora Jennifer Lynch, cujo apelido impõem desde logo algum respeito, mas ao contrário do seu famoso pai, Jennifer não parece muito interessada em destacar o lado mais artístico, experimental e filosófico dos géneros mais sombrios e violentos da sétima arte, porque até à data, todos os seus projetos têm sido muito mais leves e óbvios que os do seu pai, que conta no seu grandioso currículo com alguns dos filmes mais enigmáticos e experimentais do cinema americano dos últimos trinta anos, como “Inland Empire” (2006) ou “Mulholland Drive” (2001). Embora seja menos vanguardista que o seu pai, Jennifer também evidencia nos seus filmes um certo espírito mais aberto e intelectual, que demonstra claramente que ela é uma pródiga descendente do seu honroso pai. Este espírito que menciono está bem presente em “Boxing Helena” (1993), mas também marca presença, de uma forma um pouco mais tímida, no aclamado thriller “Surveillence” e neste sombrio “Chainned” que, embora seja um pouco mais fraco que os últimos dois grandes trabalhos desta realizadora, também apresenta um certo valor, especialmente no que toca ao trabalho técnico de Jennifer Lynch, que consegue mostrar toda a emoção dura e crua que deriva da clausura forçada do inocente Rabbit, e dos tormentos internos do serial-killer Bob. A parte técnica de “Chainned” é portanto valorizada por uma engenhosa direção de Lynch, que valoriza também um guião que não tem muito que se lhe diga, já que parte de uma fórmula básica que tira partido dos efeitos do “Síndrome de Estocolmo” para criar uma intriga cheia de susceptibilidades emocionais, mas poucos momentos de puro terror ou suspense. Os desempenhos de Vincent D'Onofrio e Eamon Farren, que têm quase por sua conta os encargos de representação desta produção, também merecem uma menção, nomeadamente a performance de D’Onofrio, que está muito convincente como um psicopata que pretende ser a nova figura paternal de Rabbit, que por sua vez também é convincentemente interpretado pelo jovem Eamon Farren (Versão Adolescente). É claro que “Chained” está longe de ser um filme magnânimo dentro do género de terror, mas poderá, ainda assim, entreter alguns espetadores que estejam mais virados para o cinema de terror comercial, sendo no entanto certo que "Chained" fica muito longe do filme hardcore e desafiante que a sua premissa fazia antever.

Classificação - 3 Estrelas em 5

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