Pérolas Indie - Disconnect (2012)


Realizado por Henry Alex Rubin
Com Jason Bateman, Paula Patton, Andrea Riseborough, Alexander Skarsgård
Género - Drama

Sinopse - Uma teia de histórias entrelaçadas sobre pessoas à procura de ligação humana num mundo cada vez mais conectado virtualmente. Um advogado workaholic que perdeu o contacto com a família; um casal em perigo ao terem os seus bens roubados online; um ex-polícia viúvo que luta pela educação do seu filho, que se serve da internet para fazer bullying sobre um colega; uma jornalista ambiciosa que explora a história de um menor que se exibe num website para adultos. São estranhos, vizinhos e colegas cujas histórias se cruzam neste filme compulsivo que explora as consequências da tecnologia moderna e de como esta determina o nosso dia-a-dia. 

Crítica – À semelhança dos muito aclamados e bem-amados “Babel” (2006), de Alejandro González Iñárritu, ou “Crash”, de Paul Haggis, “Disconnect“ é um projeto dramático que segue várias histórias que, de uma forma ou de outra, partilham uma certa ligação, seja de forma direta ou indireta. É claro que este filme de Henry Alex Rubin está muito distante do nível intelectual ou do valor emocional de “Babel” ou “Crash”, mas não deixa por isso de ser um projeto moderadamente interessante que, como a premissa tão bem refere, apresenta várias histórias que têm como ponto comum os perigos da tecnologia, já que todas as personagens principais vêm-se envolvidas numa espécie de melodrama por causa do seu envolvimento com alguns meios tecnológicos que acabam por mexer drasticamente com as suas vidas, como acontece por exemplo com Nina e Kyle (Andrea Riseborough e Max Thieriot), cuja improvável relação de amizade e confiança nasce através de um site porno; ou então porque não referir o caso tão atual de Derek e Cindy (Alexander Skarsgård e Paula Patton), que de um momento para o outro perdem as suas poupanças por causa de um hacker informático; mas talvez a história principal de “Disconnect” seja protagonizada por Jason (Colin Ford), que juntamente com o seu amigo Frye, usam o poder das redes sociais e dos meios informáticos para perpetrar uma espécie de bullying informático contra o jovem Ben (Jonah Bobo), cuja família acaba por ser tragicamente afetada por esta brincadeira de mau gosto. É esta última história que é alvo de uma maior atenção por parte do enredo, que faz questão de apresentar todos os pontos pessoais de todos os principais envolvidos nesta história trágica e problemática, que ilustra na perfeição uma dimensão elevada mas infelizmente bastante credível da imaturidade e da crueldade juvenil, no entanto, esta parte do enredo também explora a incapacidade dos pais para compreenderem os seus próprios filhos e os seus respetivos comportamentos de risco, já que tanto o pai de Ben como o pai de Jason são pessoas distantes da sua própria família que não se aperceberam a tempo dos problemas bem perceptíveis dos seus filhos, algo que acabou por culminar num resultado muito negativo. É por causa deste segmento mais dramático e familiar que “Disconnect” acaba por se revelar como um bom produto dramático. É claro que os outros segmentos também são moderadamente interessantes, mas o seu principal espírito emocional reside nesta parte, que também lança um importante alerta educacional para todos os jovens e seus pais que vejam este filme da autoria de Henry Alex Rubin, que se revelou um cineasta bem capaz, tal como a maior parte dos protagonistas, sendo de destacar a performance do jovem Colin Ford. Embora chegue a Portugal com um atraso considerável, “Disconnect” ainda se destaca como um bom projeto melodramático, que apesar de não ser tão competente como outros filmes parecidos, consegue ainda assim cumprir os seus objetivos.

Classificação - 3 Estrelas em 5

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