Crítica - The Age of Adaline (2015)

Realizado por Lee Toland Krieger 
Com Blake Lively, Ellen Burstyn, Harrison Ford

Não é preciso qualquer ciência ou prática cinematográfica para concluir que "The Age of Adaline" é um daqueles típicos filmes românticos banais que certamente deixarão profundas marcas de tédio a quem não aprecia o género, mas que ainda assim tem todo o potencial para agradar aos espectadores mais românticos e apologistas de histórias amorosas que, embora não tenham qualquer sentido factual ou social, têm aquele apelo romântico e doce que as tornam tão apelativas para o tipo certo de público. É assim que no fundo se pode resumir em traços genéricos a trama de "The Age of Adaline". Estamos assim perante uma intriga docemente romântica mas sem qualquer sentido ou exigências factuais, lógicas ou cientificas que tem como protagonista uma bela rapariga chamada Adaline Bowman que, após ter ficado com vinte e nove anos durante quase oito décadas, leva no presente uma vida solitária porque ao longo de tantas décadas nunca se aproximou de ninguém que possa vir a descobrir o seu segredo, exceção feita à sua filha que é a única com quem mantém uma relação próxima. Um dia, Adaline conhece Ellis Jones, um jovem e carismático filantropo que consegue reacender a sua paixão pela vida e pelo amor, mas um fim de semana com os pais de Ellis ameaça por a descoberto a verdade sobre a sua vida e leva-a a tomar uma decisão que mudará para sempre a sua vida e, quem sabe, a sua mortalidade. 


A intriga romântica de "The Age of Adaline" assenta, como parece óbvio, na premissa rebuscada que a sua protagonista não pode envelhecer. Esta peculiaridade é aproveitada como um twist para uma história romântica profundamente banal que nem sequer parece ter em conta questões morais e centrais tão importantes como a mortalidade ou a realidade social, já que tais temas tão importunos para a lógica do filme são sempre atirados para segundo plano e de uma forma abrupta como se de um inconveniente se tratasse, quando até poderiam ajudar a tornar o filme em algo mais interessante. O que importa realçar é que "The Age of Adaline" não é lógico ou competente por diversas razões e não só por causa da peculiaridade da sua protagonista, que já agora é alvo de uma explicação científica e de um contexto justificativo profundamente ridículo que só prejudica o filme e a sua já diminuta credibilidade. O que importa é que tal elemento de ficção é apenas um detalhe diferente mas que é desenvolvido de uma forma demasiado fraca, mas que se tivesse sido explorado com o devido cuidado até poderia ter produzido melhores efeitos dentro do reino da ficção, no entanto, não é isso que acontece. O que também prejudica a lógica objetiva do filme é toda a jornada de Adeline, desde o seu passado mal explicado ao seu presente cheio de buracos e más decisões que apenas têm o doce romance como fundamento. Não há, no fundo, nenhum contexto ou razão de existência, nem sequer nenhum sentido de lógica e consequências. Tudo na trama de "The Age of Adaline" é romanticamente libertino e emocionalmente derivado, algo que torna, como é óbvio, toda a sua intriga num poço de banalidade românticas que, lá está, conseguiram apenas apelar ao público que sinta proximidade com este tipo de histórias. Para terminar, tenho apenas que realçar a performance competente de Blake Lively que, apesar das suas óbvias limitações como atriz, interpreta com a devida pose a protagonista Adaline, no entanto, parece ficar no ar a ideia que outra atriz um pouco mais competente teria feito um trabalho ainda melhor. Os seus restantes companheiros de elenco é que não têm qualquer salvação, já que nos entregam um trabalho bem mediano, especialmente o experiente Harrison Ford, cuja presença nesta obra só pode ser encarada como uma afronta à sua filmografia tão vasta e interessante.

Classificação - 2 Estrelas em 5

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2 Comentários

  1. Vão publicar review do novo Avengers?

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  2. Vi-o ontem e pensei: mais uma história de amor; mais um actor que aceitou entrar num filme que nem sei como o adjectivar/calssificar, falo, obviamente, do Harrison Ford; que a Blake Lively não se livrará jamais da sua personagem Serena do Gossip Girl, por mais que tente dar o seu melhor noutros filmes com melhores enredos; tal como o João, pensei que talvez o filme pudesse ter outro impacte se fosse outra actriz a fazer o papel de Adaline, mas cheguei a meio do filme e pensei que não valeria a pena, porque, de facto, o filme não passa, mesmo, de uma trivial "estória" de amor, com uns pozinhos de perlimpimpim, aqui e acolá, sobre possíveis danos colaterais, resultantes de fenómenos da natureza, numa tentativa vã de dar mais credibilidade ao “drama” de nunca mais podermos envelhecer, que chatice! ;)


    Ou seja, faço da sua certeira crítica, a minha. :)


    ***

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