Crítica - Regression (2015)

Realizado por Alejandro Amenábar
Com Emma Watson, Ethan Hawke, David Thewlis

Fraco. É praticamente tudo o que se pode dizer sobre "Regression", um thiller para o qual foram levantadas certas expectativas, muito por causa do seu realizador, mas que acaba por ser uma experiência falível em todos os pontos. A começar pelo seu elenco, onde a prometedora e já comprovada profissional Emma Watson tem uma performance miseravelmente mediana, mas ainda assim não tão má como a prestação opaca do experiente Ethan Hawke. A mediocridade do elenco alastrou-se também a  Alejandro Amenábar. O currículo deste consagrado realizador espanhol era até este pobre "Regression" praticamente imaculado. Basta recordar que Amenábar foi o principal responsável pelo brilhante "The Others" e, numa primeira fase da sua carreira, pelo inovadores "Tesis" (1996) e "Abre los Ojos" (1997), tendo este último servido de base para o filme "Vanilla Sky" (2001). Este seu mais recente trabalho, no entanto, revela o seu lado mais mediano.


Ao ter sido filmado sem se apropriar de um estilo próprio e sempre com recurso a planos pouco cativantes, "Regression" tornou-se num filme pesado pela negativa que raramente puxa pelo espectador. A responsabilidade não pode, no entanto, ser atribuída por completo à desinspirada direção de Amenábar, já que o argumento de "Regression" é ainda pior e não facilitou por isso o trabalho de ninguém. Este explora a investigação policial de um detetive que, perante uma estranha denuncia, tenta descobrir a verdade por detrás de um estranho caso de abuso sexual que poderá estar relacionado com rituais satânicos.
O tema do filme e o estilo da sua história poderiam ter potenciado um thriller competente e negro, mas no meio do seu relativo potencial muitas coisas falharam. E o resultado está à vista. O maior problema do seu precário argumento prende-se com a forma negativa e pesarosa como tenta prender a atenção do espectador a uma trama quase policial que nunca convence ninguém. Não se pode no entanto dizer que "Regression" seja um produto denunciado, porque não o é, mas perante o cenário que nos é apresentado, esperava-se mais do desfecho do filme que, para além de mal construído, aparece na sequência de um twist nada provocativo, tenso ou competente. O caminho que é trilhado até esse tão polémico twist aparece desprovido de tudo o que poderia constituir um bom thriller, apresentando até por vezes sequências e concepções bastante estranhas e ridículas. E quando se chega à parte final, "Regression" torna-se profundamente insatisfatório e anticlimático. Não só porque a sua conclusão deixa o espectador com um sentimento precário, mas sobretudo porque tal desfecho é mal preparado por uma trama fraca e sem a desejada tensão ou emoção. Em suma, "Regression" é um thriller para esquecer.

Classificação - 1 Estrela em 5 

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