Crítica - Knight of Cups (2015)

Realizado por Terrence Malick 
Com Christian Bale, Cate Blanchett, Natalie Portman 

Desde o mundialmente aclamado mas moralmente inconsensual "The Tree of Life" (2011) que Terrence Malick não cria uma obra de relevo. Seja no cargo de produtor ou no papel de realizador, Malick lançou nos últimos cinco anos quatros longas metragens que falharam todas junto do público e da opinião pública. O mais recente destes fracassos é o mediano "Knight of Cups", um filme tecnicamente irrepreensível, mas que deixa muito a desejar em todos os outros aspetos, como aliás já tinha acontecido com o débil "To The Wonder" (2013). 


Tal como quase todas as produções de Malick, "Knight of Cups" é um bom exemplo de qualidade técnica. A sua beleza, quer sonora, quer visual, deixa marcas positivas e demonstra uma vez mais que Malick é um cineasta muito competente que, infelizmente, peca na hora de expor e aprofundar uma história de forma eficaz. Não quero com isto dizer que Malick seja um péssimo contador de histórias, porque isso não é completamente verdade, como aliás o seu passado já provou. 
O seu principal problema como realizador sempre foi o facto de dar pouco importância aos elencos e às narrativas dos seus filmes, perdendo-se em contrapartida nos seus pormenores técnicos excessivos. No passado este problema foi disfarçado pela sua enorme capacidade criativa para incorporar uma história quase filosófica num patamar técnico irrepreensível, mas nos tempos recentes Malick tem prestado ainda menos atenção às histórias que pretende contar. Não é por isso de estranhar que os resultados recentes têm-se traduzido em fracassos pedantes e pseudo filosóficos como este "Knight of Cups".
A grave atitude de desprezo que Malick tem tido relativamente a vários componentes dos seus filmes atingiu um patamar extremamente negativo em "To The Wonder", sendo agora replicado numa escala um pouco menos significativo neste "Knight of Cups". O resultado é, no entanto, o mesmo. Estamos perante um filme vazio e ufano que olha para o amor e para a autodescoberta com um pretenciosismo barato e quase ridículo que não leva a lado nenhum. Entre diálogos baratos que aparecem perdidos num argumento supérfluo e quase sem rumo encontramos também um elenco poderoso mas desaproveitado por Malick. Isto também já não é uma novidade e já se esperava, mas já é hora de pedir a Malick que realmente dê o devido mérito e atenção a atores do calibre de Cate Blanchett e Christian Bale. Por tudo isto pode-se portanto pedir muito mais a um Malick que tem que nos habituar novamente a obras de qualidade a todos os níveis e não a projetos medianos onde apenas a parte técnica merece louvores.

Classificação - 1,5 Estrelas em 5

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3 Comentários

  1. Olá, João.

    Geralmente consigo aguentar um mau filme até ao fim, sobretudo quando tem bons actores ou para saber a razão pela qual desperdiçaram tempo e dinheiro a fazê-lo, sempre na esperança que haja alguma boa razão. Contudo, este não consegui vê-lo até ao fim. Tentei, mas não consegui mesmo!


    “What a waste of good actors!”


    "Cheerio!" :)

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    Respostas
    1. Gosto em vê-la Lucy! Nem mais, um desperdício de um bom elenco e um dos piores filmes de Malick...

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    2. É, João, não tenho visto nenhum filme que exalta a minha veia inspiradora para escrever algo de bom, daí andar um pouco desaparecida, embora venha quase todos os dias aqui ao site para ver as novidades.

      Beijinhos ***

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