Crítica - Bridget Jones's Baby (2016)

Realizado por Sharon Maguire
Com Renée Zellweger, Colin Firth, Patrick Dempsey


Vou ser cruel nesta afirmação, mas o maior factor desmotivador de “Bridget Jones's Baby” é a sua maior estrela, Renée Zellweger. Para ser mais exato o maior desmotivador é o atual rosto da famosa atriz norte-americana. Isto soa mal é certo, mas não estou a criticar ou a atacar os seus traços de beleza, mas sim o péssimo resultado de uma desnecessária operação cosmética que lamentavelmente arruinou o seu estilo físico tão característico. Foi aliás este estilo próprio que, em conjugação com o seu talento natural, impulsionou a imortalidade da sua personagem de maior sucesso. Neste terceiro e último filme, a Bridget Jones que nos apaixonou nos filmes de 2001 e 2004 parece já não existir. A atriz que a interpreta é a mesma e o seu talento mantém-se ativo, mas parece mesmo que é outra pessoa a assumir uma personagem tão particular e tão importante como esta. Os seus maneirismos próprios são os mesmos, assim como todas as suas características mentais e emocionais, mas reforço que a Bridget Jones deste terceiro filme é mais estranha. O novo rosto de Renée Zellweger confere à outrora adorável e inocente Bridget um ar mais sisudo que não é fruto do envelhecimento ou da maturidade, mas sim de uma característica física alterada que causa muita estranheza a quem se habituou a uma Bridget Jones mais adorável.
Tirando este importante detalhe, “Bridget Jones's Baby” não difere muito do bom nível cómico e romântico presente nos dois filmes anteriores. Existem várias sequências muito divertidas e exuberantes que ajudam a matar saudades dos primeiros tempos de Bridget Jones. Tais momentos ajudam-nos a recordar a faceta despreocupada e desafogada de uma mulher que rapidamente conquista os corações de qualquer um. As suas peripécias românticas continuam também muito mirambolantes. A ainda solteira Bridget Jones volta neste novo capítulo a dividir o seu tempo entre dois homens, o constante Mr Darcy e o solteirão Jack (Patrick Dempsey). Este último vem, como se sabe, substituir o playboy Daniel Cleaver (Hugh Grant), cuja ausência neste terceiro capítulo é justificada de uma forma curiosa que, infelizmente, é arruinada no final. A dinâmica entre este novo trio é bem mais suave e cordial que aquela que pautou a relação entre o trio anterior nos últimos filmes. Isto posto esta nova versão continua a apostar numa vertente romântica curiosa que puxa, quer pelo lado sentimental quer pelo lado cómico, do espectador.
Entre reencontros, novos desenvolvimentos e novas situações divertidas, “Bridget Jones's Baby” sobressai portanto, e apesar do já abordado problema de associação, como um projeto divertido, fresco e bem fiel ao estilo que caracterizou a trilogia. Para os fãs de Bridget Jones é um filme imperdível que não deverá desiludir pela sua história e humor, mas já não será o filme ideal para apresentar o mundo de Bridget Jones a um espectador estreante. E isto sucede porque os dois primeiros filmes são, apesar de tudo, um pouco mais completos, viciantes e apaixonantes.

Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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