Crítica - Crooked House (2021)

Crítica - Crooked House (2021)
Realizado por Gilles Paquet-Brenner
Com Christina Hendricks, Gillian Anderson, Glenn Close


Está quase a chegar aos cinemas nacionais a mais recente adaptação cinematográfica de Hollywood de um dos romances mais conhecidos de Agatha Christie: "Morte no Nilo"/ "Death on The Nile". O espólio literário de Christie é rico e variado, indo assim muito além das aventuras criminais protagonizadas pelas suas duas principais criações: Hercule Poirot e Miss Marple. Um dos exemplos mais célebres disto mesmo é o best-seller "Crooked House"/ "A Casa Torta", romance lançado em 1949 que rapidamente se tornou num clássico da autora devido à surpreendente conclusão da trama que, na altura do seu lançamento, criou algum sobressalto já que toca numa temática algo tabu da época.

A obra literária de Christie é, portanto, revolucionária, criativa e altamente bem sucedida, mas curiosamente não tem sido alvo de tantas adaptações no cinema, televisão ou teatro como se esperaria. Já se sabe que a preferência tem recaído em outros títulos mais mediáticos, mas "Crooked House", pelo seu valor e pela sua capacidade de surpresa, já há muito que merecia uma versão cinematográfica. E tal desejo se concretizou com obra de Gilles Paquet-Brenner, onde um elenco de luxo liderado por  Christina Hendricks, Gillian Anderson, Max Irons, Glenn Close, Julian Sands, Terence Stamp e Stefanie Martin dá vida à brilhante trama imaginada pela célebre autora britânica. E esta começa quando o abastado patriarca grego Aristide Leonides morre em circunstâncias suspeitas. A sua filha Sophia implora a Charles Hayward, um detetive privado e seu ex-namorado, para viajar até à propriedade da família para investigar. Quando chega, Charles encontra três gerações da dinastia Leonides e um ambiente envenenado com amargura, rancor e ciúme. Numa casa repleta de motivos, pistas e suspeitos, conseguirá ele encontrar o assassino antes de este voltar a atacar?

Embora o livro seja digno de uma avaliação de excelência, esta adaptação acaba por não atingir esse patamar. É verdade que os fãs de suspense, crime e reviravoltas inesperadas ficarão agradados com a conclusão que tanto deu que falar em 1949, mas a adaptação da trama para o grande ecrã não faz plena justiça à criação de Christie. E tal se deve sobretudo a um ritmo algo lento que retira alma à trama, mas sobretudo à falta de destaque e profundidade de certos detalhes tão importantes no livro, mas que no filme são quase atirados para segundo plano em prol de nuances românticas e dramática. É de facto uma pena que a visão de Christie não tenha sido devidamente respeitada, mas ainda assim o que sai desta obra não deixa de ser positivo numa perspectiva algo mais comercial e....morna. 

Classificação - 3 Estrelas em 5

Enviar um comentário

0 Comentários

//]]>