Crítica - Winchester (2018)

Realizado por Michael Spierig
Com Jason Clarke, Helen Mirren, Angus Sampson

Quando um filme de terror com características sobrenaturais é nos vendido com aquela já mítica tag “inspirado em factos reais”, já sabemos de antemão que esses factos reais ou são rumores, lendas ou leves insinuações e não dados cientificamente confirmados. Posto isto não se iludam com a presença dessa tag em “Winchester”, já que este filme não escapa a essa excepção.
A base do filme parte precisamente de um rumor que nos diz que a Mansão Winchester está assombrada pelos fantasmas de todas as vítimas provocadas pelas armas Winchester. Tal rumor foi lançado pela própria Sarah Winchester, a viuvá do fundador do Império Winchester, um dos principais produtores de armas de fogo do planeta. Sarah acreditava piamente no Reino Paranormal e que os Fantasmas que habitavam na sua Mansão eram espíritos revoltados com a sua empresa. O que é certo é que Sarah Winchester nunca se acobardou e nunca abandonou a mansão, tendo vivido lá até aos seus últimos dia. Tal não quer dizer que o seu comportamento não tenha sido errático devido a esta crença, já que para combater o medo e para tentar espantar os espíritos promoveu, ao longo dos anos, inúmeras obras não aprovadas e reguladas na mansão para tentar isolar os espíritos. É graças a essas obras que a Mansão se tornou num icónico arquitectónico da Califórnia e uma das maiores casas dos Estados Unidos. Os mais curiosos podem gostar de saber que esta Mansão é também famosa a nível internacional por ser uma das poucas casas históricas, cuja construção não obedeceu a uma planta arquitectónica, não existindo aliás até hoje nenhum documento oficial do género. 
Mas curiosidades históricas à parte, vamos então falar de “Winchester”. Esta obra pode agradecer à enigmática performance de Helen Mirren o facto de não entrar diretamente para o esquecimento cinematográfica. A performance da veterana atriz acaba mesmo por salvar o filme do fracasso completo, já que é o único brilho no meio de uma enorme escuridão qualitativa, seja ele técnica ou narrativa. 
A história de fantasmas que o filme explora é tão básica e tão rudimentar que dificilmente promoverá qualquer tipo de entretenimento aos apreciadores do género. Nos últimos anos já se fizeram filmes melhores e muito mais tensos sob o tema da mansão assombrada, como por exemplo o brilhante “The Others” (2001) ou o mais clássico “The Shinning”. No fundo “Winchester” não traz nada de novo, nem cria a intensidade esperada ou minimamente desejada. Já que a sua narrativa parte de um rumor tão popular esperar-se-ia que, pelo menos, existisse uma tentativa mais corajosa de inovar e elevar tal rumor para a estratosfera do terror, suspense e violência. Mas infelizmente aquilo que acaba por nos ser apresentado foge completamente a essa noção, sendo precisamente o oposto, sendo um hino à banalidade e à inutilidade!

Classificação - 1,5 Estrelas em 5

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