Já Arrancou a 15ª Edição do MOTELx. Conheça os Destaques!


Já arrancou a 15.ª edição do MOTELX - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa. Como é habitual, até 13 de Setembro, o Cinema São Jorge volta a ser o lugar sagrado para a celebração do melhor da produção de cinema de terror nacional e internacional.

No dia 7, que foi o primeiro dia de festival, as atenções concentraram-se na sessão de abertura com a antestreia nacional de um dos filmes mais aclamados do ano: “The Green Knight”, o novo filme de David Lowery, a releitura tão misteriosa como assustadora, tão fantasiosa como profunda, da lenda arturiana de Sir Gawain (protagonizado por Dev Patel), o sobrinho imprudente e obstinado do Rei Artur.

Depois de um início de festival intenso, o dia 8 trouxe o muito aguardado “Um Fio de Baba Escarlate” de Carlos Conceição, o realizador que se estreia no MOTELX com uma longa-metragem, também concorrente ao prémio Méliès d’argent - Melhor Longa Europeia). Entre o moderno e o arcaico, Conceição, um dos talentos emergentes do cinema português, apresenta um slasher com as cores barrocas e o fetichismo visual dos melhores giallo italianos e uma tendência acentuada para a representação profana. 

Prosseguimos com outro destaque desta secção e uma das três grandes representações do continente asiático no MOTELX. O filme mais intenso e violento da 15.ª edição do festival, o taiwanês “The Sadness”, para ver no dia 10, faz referência à pandemia mundial. A estreia do realizador canadiano sediado em Taiwan, Rob Jabbaz, nas longas, conta a história de uma nação frustrada, depois de um ano de luta contra uma pandemia com sintomas relativamente benignos. Quando finalmente baixam a guarda, o vírus sofre uma mutação espontânea e dá origem a uma praga que altera a mente e ao fim da era do civismo e da ordem.

No meio do caos, há ainda espaço para uma hilariante comédia negra, mas não menos sangrenta, na sessão da meia-noite de dia 11, “Some Like it Rare”. A obra do humorista Fabrice Eboué, um nome a ter em conta quando falamos do actual cinema de terror francês, junta um talho à beira da falência, gerido por um casal cujo casamento começa a desmoronar-se, e uma disputa entre um dos donos e um activista vegan que vandalizou o talho e que acabou por morrer acidentalmente. A carne do corpo, transformada em fiambre, torna-se uma iguaria com enorme sucesso e muda a vida do casal por completo. “Some Like it Rare” é um dos cinco filmes franceses exibidos no festival.

Também no Sábado, às 15h, a secção menos assustadora do festival, Lobo Mau, dedicada aos espectadores mais novos, recorda a aventura mágica de Chihiro em “Spirited Away”, para acalmar os ânimos. O clássico de Hayao Miyazaki, produzido pelos estúdios Ghibli, comemora este ano o seu 20º aniversário e mantém-se como um dos filmes de animação mais premiados de todos os tempos, incluindo o Urso de Ouro em Berlim e o Óscar de Melhor Filme de Animação.

Por sua vez, no penúltimo dia desta edição de número redondo do MOTELX, Domingo, acontece a sessão de encerramento, antecedida pelas mostras da microCURTA e curta-metragem portuguesas vencedoras. Depois de questionarmos o mundo tal como o conhecemos, no documentário “A Glitch in the Matrix”, a longa “The Night Time” do realizador norte-americano David Bruckner coloca outra questão: “quão bem conhecemos as pessoas que amamos?”. Interpretada por Rebecca Hall, uma viúva tenta ultrapassar a morte inesperada do marido, mas é atormentada por visões perturbadoras e pela sensação de que existe um mistério ainda maior por descobrir.

Para ver também no dia 12, e no regresso à secção Serviço de Quarto, “Fukushima 50”, de Setsurô Wakamatsu, é o primeiro filme sobre o desastre nuclear na central de Fukushima há dez anos. Neste eco-terror real, o 50 no título indica o número de trabalhadores e engenheiros que permaneceram na central japonesa para tentar proteger os cidadãos.

Perto das 0h00 do dia 13 de Setembro, na sala Manoel de Oliveira, a nova edição do MOTELX chega ao fim com mais um eco-terror, o sul-africano “Gaia”. A primeira longa-metragem de Jaco Bouwer, cuja estreia mundial aconteceu no SXSW deste ano, no Texas, é, nas palavras do realizador, “uma carta de amor à natureza” e uma lembrança de que os humanos não são o centro da existência no planeta. O festival despede-se com mais questões por decifrar.

A destacar ainda, durante a ocasião, a oportunidade única para assistir às 12 curtas-metragens portuguesas que competem pelo Prémio MOTELX - Melhor Curta de Terror Portuguesa 2021, o mais importante prémio do festival.

O MOTELX reafirma a aposta nesta secção, ao insistir na promoção, incentivo e exibição de filmes de terror produzidos em Portugal, e volta a oferecer o melhor prémio nacional para esta categoria, pela primeira vez com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Os bilhetes para o MOTELX estão à venda no Cinema São Jorge, na Ticketline e em pontos de venda associados. As medidas de segurança em vigor durante o festival podem ser consultadas em www.motelx.org. Está dado o ponto de partida para a 15.ª edição do MOTELX, cada vez mais grotesco, assustador e lúcido, sempre atento ao futuro.


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