O Rescaldo da 10ª Edição da Comic Con - O Nosso Relato do Evento



A Comic Con 2024 realizou-se entre 21 e 24 de Março em Matosinhos. O maior festival de cultura pop regressou, assim, à Exponor após uma passagem por Lisboa e, neste seu regresso, teve direito a um recinto aumentado que, segundo dados da organização, acolheu cerca de 160 mil pessoas durante os quatro dias. 

Foram quatro dias repletos de atividades, convidados e, claro, muito cosplay. O Portal Cinema esteve presente no evento como Press Partner e podemos dizer que este regresso ao Porto, com alguns percalços pelo meio, conseguiu superar edições passadas em termos de organização, algo que é sempre o objetivo para qualquer evento. Infelizmente, por outros motivos profissionais, só conseguimos estar presentes nos dias 22, 23 e 24 mas cada um destes dias teve os seus pontos altos, mas também alguns negativos que certamente serão corrigidos nas próximas edições. No global, a 10ª Edição da Comic Con acabou por fazer justiça ao aniversário de marca redonda, sendo que os dias mais fortes acabaram por ser, como é óbvio, os dois dias de fim de semana. 

No último dia do evento,Paulo Rocha Cardoso, CEO da Comic Con Portugal, revelou que não sabe ainda se a edição de 2025 irá ficar no Porto, mas confirmou que a organização irá avançar com a Comic Con Kids: Power Camp, um projeto inovador dedicado, como o próprio nome indica, para os mais novos que já é uma ideia em planeamento desde a primeira edição da Comic Con Portugal e que poderá ver finalmente a luz do dia ainda este ano ou, mais tardar, em 2025. Em breve daremos mais notícia sobre este projeto e sobre o que podemos esperar da 11ª Edição da Comic Con Portugal. 

Mas vamos ao evento em si. O que achamos? Foi um grande prazer marcar presença na 10ª Edição da Comic Con e, claro, nem tudo correu bem, mas no global consideramos que foi uma experiência positiva e grande parte das pessoas com quem falamos sentiu vontade de repetir a experiência. Em termos de grandes nomes conhecidos do grande público, Ed Westwick foi talvez o mais conhecido a passar por Matosinhos. Um dos protagonistas da série "Gossip Girl" falou, claro está, deste seu grande passado, mas as suas intervenções focaram-se também no seu presente e nos projetos que tem em mãos e apesar de nenhum ter (até ao momento), o nível mediático de "Gossip Girl", certo é que está muita coisa a acontecer na sua carreira e não só na vertente da representação, já que também falou da sua paixão e projetos na música.

Embora parte do painel de CInema e Televisão pelo seu papel em "Harry Potter", Evanna Lynch chegou à Comic Con já com mais méritos de autora do que propriamente de atriz, mas ainda assim fez a delícia dos fãs de Harry Potter que, claramente, anseiam por novos desenvolvimentos do franchise. Entre os convidados destaque também para a grande surpresa: Finn Jones. Estrela de "Iron Fist", Jones foi o convidado mais participativo, simpático e abrangente de todo o evento e ganhou certamente muitos fãs no evento. Talvez de todos os convidados aquele que mais fez pelo seu projeto profissional principal e, sem dúvida, aquele que mais marcou esta edição. Uma palavra também para Juan Carlos Fresnadillo, realizador espanhol que lançou recentemente na Netflix o filme de ação "Damsel" e que veio a Matosinhos falar deste e de outros projetos. Sempre simpático, Fresnadillo não arrastou propriamente multidões, até porque "Damsel" e Netflix estiveram algo desaparecidos do evento, mas para os cinéfilos foi das personalidades mais técnicas e interessantes de ouvir. 

Mas os painéis são apenas uma parte do evento. Uma parte importante é verdade, mas foi notório pela fraca afluência (exceptuando uma ou outra personalidade) que a maioria do público não tinha grande interesse nos mesmos e estes raramente atingiram sequer metade do potencial de público em qualquer área. Um aviso já dado em edições passadas e agora reforçado é que estes painéis/apresentações precisam mesmo de ser melhor trabalhados e lançados para cativar o público, sobretudo nas áreas de Literatura e Artistas, onde realmente só o nicho é atraído. Também o Cosplay foi algo descurado este ano, não pelos fãs mas pela organização. Sentiu-se no evento (como já se tinha sentido em edições anteriores) que o Cosplay é o grande chamariz e o que move mais pessoas e promove a sua união, aliás em cada 10 pessoas presentes na Comic Con, arrisco que 6 estavam mascaradas de alguma forma o que mostra bem a força e a envolvência desta arte. Pois bem desta vez não houve grande correspondência do evento em atrações dedicadas a Cosplay. É certo que houve várias atividades (as que existiram estavam sempre cheias) e uma ilustre convidada, mas no global sentiu-se falta de um maior enfoque nesta área. Também a área do Mangá/Anime foi praticamente ignorada por esta edição. A maior parte das pessoas que participaram na Comic Con com Cosplay fizeram-no com uma temática alusiva a mangá/anime, mas quase nada na Comic Con 2024 aludia a esta área na sua programação. É pena, porque uns meses após o lançamento da série live action "One Piece" seria de esperar que existisse algum foco neste produto, mas claramente a Netflix não esteve presente. O final de 2023 e início de 2024 foi bastante forte na área graças ao final de "Attack on Titan" ou "Pokemon", o lançamento de novos produtos que podem entusiasmar novas gerações ou até a vitória de "O Rapaz e a Garça" nos Óscares, mas infelizmente esta área foi ignorada e se não o tivesse sido a afluência poderia ter sido maior.

Quanto à parte que nos toca também se sentiu que o Cinema & Televisão não teve um dos seus melhores anos na Comic Con. Já aqui se deu destaque à ausência da Netflix, mas outras Plataformas de Streaming também passaram ao lado do evento (com excepção da SIC e a sua OPTO). As distribuidoras nacionais tiveram uma presença tímida com o grande destaque a pertencer à Cinemundo que fez questão de dar um maior enfoque (e bem) a "Furiosa", spin-off de "Mad Max". Mas talvez a exposição com maior destaque tenha sido a do novo filme "Caça Fantasmas" graças a presença da icónica carrinha que deu azo a muitas oportunidades fotográficas. É certo que não se notou tanto como nas áreas do Cosplay e Anime, mas também a secção de Cinema & Televisão poderia ter sido mais bem rentabilizada.

A grande área em destaque desta edição foi, assim sendo, o Gaming. Sem qualquer dúvida que esta foi a Área Rainha. A parte da Exponor destinada a esta secção estava sempre repleta e encontramos sempre alguém a jogar nos espaços dedicados ao mesmo, quer em consolas de última geração, quer nos jogos mais vintage. Podemos dizer que esta era a área que tinha sempre filas a qualquer hora do dia. Os painéis de gaming e os seus eventos também atraíram multidões. É claro que os jogos de futebol foram o grande foco, mas de uma forma global todos os géneros de videojogos acabaram por ter o seu espaço. É claro que populares franchises como World of Warcraft, Call of Duty, Minecraft, Halo, Fortnite ou League of Legends não tiveram direito a grandes espaços individuais como têm em eventos de Gaming, mas os seus fãs estiveram por lá.

No global acredito que as pessoas que passaram pela Comic Con tiveram uma boa experiência. O ambiente na Exponor foi sempre muito bom e foi evidente a comunhão entre fãs. O evento pode não ter correspondido em pleno na representação de certas áreas ou diversificação de eventos e atividades. Esperemos que em 2025 a Comic Con volte reforçada em certas áreas, mas acredito que os fãs corresponderão de qualquer forma, até porque é quase uma opinião consensual de que quem vai à Comic Con não vai pelo cartaz do evento, mas sobretudo pelo convívio. 


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