Crítica - Igor (2008)

Realizado por Anthony Leondis
Com John Cusack, Myleene Klass, Robin Walsh, Steve Buscemi, Jay Leno

Longe do campeonato comercial das grandes animações norte-americanas mas relativamente perto do característico estilo visual de Tim Burton, “Igor” apresenta-nos um argumento substancialmente divertido e relaxado que deverá agradar aos mais novos, no entanto, os mais velhos deverão passar ao lado desta obra que aposta num visual gráfico bastante básico e num enredo maioritariamente infantil e idílico.
Esta obra de animação conta-nos a história de Igor, um certificado assistente de laboratório que está cansado da sua leviana profissão. Igor sonha em tornar-se cientista e essa oportunidade surge quando o seu cruel mestre maligno morre durante uma experiência, uma semana antes da Feira Anual de Ciência Maléfica. Com a ajuda de duas das suas criações experimentais, Brain, um cérebro num jarro não muito inteligente e Scamper, um coelho cínico e imortal que não gosta de viver, Igor embarca na construção da invenção mais diabólica de todos os tempos, um enorme e feroz monstro. Infelizmente, em vez de se tornar diabólico, o monstro surge como Eva, uma gigante aspirante a actriz que não faria mal a uma mosca. Quando o peso nas suas costas não podia ser maior, Igor e o seu bando de monstros inadaptados descobrem um plano diabólico que ameaça o seu mundo. Agora, eles devem lutar para o salvar e provar que há heróis de todas as formas e tamanhos. O argumento aposta numa estrutura narrativa muito simples e previsível que culmina numa grande e feliz conclusão que castiga os vilões e enaltece os heróis. A própria mensagem moral do filme também transmite felicidade e confiança ao espectador ao reiterar uma ideologia de perseverança na prossecução dos nossos principais sonhos e aspirações, independentemente das situações que aumentam o grau de dificuldade e improbabilidade desses sonhos. Longe desta visão infantil e irrealista encontram-se as múltiplas referencias aos grandes clássicos cinematográficos de terror como “Frankenstein” ou “Dracula”. Estas referências culturais são benéficas porque incutem algum interesse aos mais velhos e ajudam a completar esta história que inicialmente enaltece os benefícios e prazeres da maldade mas que posteriormente aposta na defesa de vários sentimentos positivos como a amizade ou o amor.
As personagens que compõem esta história são bastante engraçadas e ao longo da obra protagonizam alguns momentos de humor que são claramente direccionados aos mais novos. O protagonista, Igor, é definitivamente uma das personagens mais interessantes e apaixonantes do filme porque exibe uma personalidade carinhosa mas completamente contrária aos seus desejos e aspirações profissionais, algo que contraria os pressupostos mentais dos assistentes dos génios malignos dos filmes de terror que serviram de base para esta divertida personagem. Existem alguns momentos de romance ao longo do filme mas esta vertente só ganha força nos minutos finais da história, quando as grandes revelações sentimentais são divulgadas e os grandes actos heróicos são protagonizados. Dentro dos destaques positivos desta obra encontramos a utilização de várias músicas conhecidas ao longo das principais cenas do filme, nomeadamente “Tomorrow” e “ I Can See Clearly Now”, esta última é protagonizada nos momentos finais da história por várias personagens moralmente inadequadas.
Os efeitos computorizados que dão vida às paisagens e personagens do filme são bastante simples e básicos, ficando longe da qualidade visual exibida pelas obras da Pixar ou Disney. As paisagens são maioritariamente negras e não apresentam grandes pormenores, as personagens apresentam movimentos demasiado mecânicos e rígidos que não transmitem uma ideia de credibilidade e realismo, algo que raramente acontece nos filmes animados dos grandes estúdios do género. O elenco vocal é bastante diversificado e todos os actores que emprestaram as vozes às personagens do filme fizeram um trabalho minimamente razoável, no entanto, as vozes de John Cusack (Igor) e Steve Buscemi (Scamper) destacam-se das restantes pelo amplo carisma que atribuíram às personagens em questão. Dentro das grandes propostas comerciais de animação que irão chegar este ano às nossas salas de cinema, “Igor” é certamente uma das mais fracas, no entanto, a sua história simples e divertida poderá entreter os mais novos até à estreia de “Up” em Portugal.

Classificação – 2,5 Estrelas Em 5

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2 Comentários

  1. Eu vi e achei fraquinha tbm, valeu como curiosidade, já q gosto muito de animações, ñ perco uma!
    Abs! Diego!

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    1. sabe a onde posso achar ele dublado, com a dublagem de portugal!

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