Crítica - A Gaiola Dourada (2013)

Realizado por Ruben Alves
Com Joaquim de Almeida, Maria Vieira, Rita Blanco

Após ter conquistado milhares espetadores em França, “A Gaiola Dourada” prepara-se agora para ser um grande sucesso comercial em Portugal, onde já foi visto por mais de catorze mil espetadores durante as suas primeiras vinte e quatro horas em cartaz. Esta imediata atração do público português por esta obra luso-francesa compreende-se perfeitamente, não só por causa da impressionante onda de publicidade positiva que o filme tem recebido por parte da imprensa, mas também por causa do contagiante estilo corriqueiro desta agradável comédia familiar de Ruben Alves. Nela somos apresentados à simpática Família Ribeiro, que vive, há cerca de trinta anos, na portaria de um prédio de luxo que está situado num dos principais bairros de classe média-alta da capital francesa. Os pilares desta afável família são Maria e José Ribeiro (Rita Blanco e Joaquim de Almeida), um simpático casal de emigrantes portugueses que se tornou, com o passar dos anos, numa parte indispensável do quotidiano da pequena comunidade que os acolheu e que agora os poderá perder, já que Maria e José poderão em breve concretizar o seu grande sonho de regressarem permanentemente a Portugal, onde poderão levar uma vida mais simples, pacífica e próxima das suas tradições. O problema é que nenhum dos seus amigos, vizinhos e patrões quer deixar partir esta simpática família, que também está fortemente dividida, já que Maria e José parecem ser os únicos que estão dispostos a regressar às suas origens e abandonar definitivamente a sua preciosa comunidade que, durante três décadas, deu-lhes tudo aquilo que eles precisavam para levar uma vida esforçada mas feliz. Será que Maria e José estão mesmos dispostos a regressar ao nosso país e a virar para sempre as costas à sua inestimável gaiola dourada? 

   

Esta simples pergunta não tem de todo uma resposta óbvia, já que é a sua procura, por parte dos dois protagonistas, que alimenta o caricato desenrolar do prático guião desta simples mas agradável comédia luso-francesa. Esta denota todos os seus traços e influências francesas graças à forma requintada e pragmática como os seus criadores construíram e decidiram contar esta simples história familiar. O seu principal apelo humano deriva da contagiante aura popular bem portuguesa que marca presença um pouco por todo o filme e que, de certa forma, acaba por acrescenta um reconfortante e atrativo elemento de tradição, descontração, diferenciação e diversão a esta honrosa comédia. Embora esta não seja abismalmente criativa ou irreverente, aposta numa história com pés e cabeça que enfatiza os dilemas e os dramas da comunidade emigrante nacional. E fá-lo sem nunca esquecer os estereótipos culturais portugueses. Estes foram aproveitados da melhor maneira possível para desenvolver um estupendo ambiente tradicional e familiar que tanto promove a diversão como a emoção. Para este atrativo resultado final muito contribuiu a capacidade criativa de Ruben Alves (Realizador/ Guionista). Ele soube aproveitar o melhor de dois mundos para criar e evidenciar esta ligeira mas francamente apelativa comédia familiar que, convém não esquecer, beneficia ainda de uma ótima prestação do seu elenco nacional e internacional 

Classificação – 3,5 Estrelas em 5

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3 Comentários


  1. Eu adorei o filme. Adorei em todos os aspectos e sentidos. Achei que o Ruben Alves captou perfeitamente a verdadeira Alma Portuguesa: a saudade, o fado (destino) e tudo o resto nestes conceitos contidos. Para mim, 5 estrelas. :)

    ***

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    1. Também gostei :) Tem as suas falhas, mas tem, lá está, uma alma muito forte. Tem aquele toque português, mas nota-se que tem bem presente aqueles ideiais de comédia familiar francesa.

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