Crítica - The Edge of Love (2008)

Realizado por John Maybury
Com Keira Knightley, Sienna Miller, Matthew Rhys
Estamos perante um drama biográfico que recupera a conturbada existência do poeta britânico Dylan Thomas (Matthew Rhys), uma pequena celebridade europeia da primeira metade do século XX. Esta exploração biográfica centra-se maioritariamente na polémica e promíscua vida pessoal deste poeta que supostamente teve inúmeros casos extraconjugais, “The Edge of Love” explora em concreto a sua complicada relação amorosa com a sua mulher Caitlin (Sienna Miller) que posteriormente aceita embarcar num complexo triângulo amoroso com Vera (Keira Knightley), a grande paixão de Dylan que subitamente aparece na vida do casal.
O argumento desta obra britânica aposta numa construção narrativa claramente supérflua que retrata sem grande subjectividade, um intenso e polémico triângulo amoroso. Essa complexa relação é protagonizada por três personagens que apresentam uma construção narrativa amplamente negativa e incompleta que prejudica uma explicitação concreta de certas relações e atitudes dos protagonistas. A aposta primordial no desenvolvimento do triângulo amoroso, também impediu um aprofundamento dramático das várias histórias secundárias que raramente são alvo de atenção e que até poderiam ter tido algum interesse para o público. A centralização da história principal na vida pessoal de Dylan Thomas também impediu a concretização dum olhar mais profundo sobre o seu trabalho literário que passou praticamente ao lado do filme.
A realização do experiente cineasta John Maybury é caracterizada por uma simplicidade objectiva que impede uma aproximação do público às emoções e dramatismos das personagens. Entre os elementos positivos do filme encontramos o guarda-roupa que é perfeitamente adequado à época da história. A banda sonora também apresenta algumas sonoridades de qualidade que recuperam o tipo de músicas que ecoavam pelos bares londrinos da época. A fotografia é satisfatória mas poderia ter incutido ao filme um ambiente de apreensão e desolação mais pródigo dos tempos da Segunda Guerra Mundial. O luxuoso elenco foi o único elemento que conseguiu corresponder às expectativas inicialmente criadas em redor do filme. Entre os célebres nomes que o compõem encontramos o de Keira Knightley, uma talentosa actriz britânica que sem apresentar o nível das suas prévias prestações em “Atonement” ou “The Duchess”, conseguiu obter uma performance de qualidade que chama à atenção de todos os espectadores. Os seus companheiros de elenco como Matthew Rhys ou Sienna Miller também apresentaram uma prestação razoável. “The Edge of Love” é um drama medíocre que deriva dum argumento desleixado e superficial que ficou muito à quem das expectativas criadas. Os únicos elementos que justificam o seu visionamento são o talentoso elenco e o guarda-roupa historicamente adequado.

Classificação - 2 Estrelas Em 5

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1 Comentários

  1. Ainda não vi, mas já desconfiava. E cá para mim, só a Keira é que me vai "obrigar" a ver o filme :)

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