Crítica - Gamer (2009)


Realizado por Mark Neveldine e Brian Taylor
Com Gerard Butler, Amber Valletta, Michael C. Hall

À semelhança de “Rollerball” (2002) ou “Death Race” (2008), ”Gamer” explora sem grande imaginação ou criatividade as terríveis consequências da excessiva obsessão dos seres humanos pela violência desmedida e pela realidade explícita através de uma narrativa futurista que nos apresenta muita actividade mas pouca originalidade. A história desta produção é temporalmente situada num futuro não muito distante onde, depois de grandes avanços tecnológicos em todas as áreas, é criado o Slayers, um jogo de vídeo que introduz um novo conceito de divertimento e onde crueldade e violência são levadas ao extremo. Este jogo utiliza pessoas reais que são usadas como personagens de combates verdadeiros, conduzidas e controladas por uma comunidade de fãs cibernéticos. O objectivo será fazer cada personagem sobreviver a trinta provas, só então o peão terá direito a regressar à liberdade. Controlado por Simon (Logan Lerman), um adolescente de dezassete anos, Kable (Gerard Butler), um prisioneiro condenado à morte, é a principal estrela deste jogo porque detém um impressionante recorde de vinte e sete vitórias consecutivas que o colocam a um pequeno passo da liberdade. Kable está determinado em alcançar as três últimas vitórias que lhe oferecerão a derradeira liberdade, porque só assim conseguirá salvar a sua família e todos os seres humanos que vivem sob o domínio deste jogo macabro.


O argumento desta longa-metragem não conseguiu aproveitar convenientemente as suas cativantes mas repetitivas temáticas futuristas para oferecer ao espectador uma história substancialmente promissora e divertida, muito pelo contrário, acabou por nos apresentar uma narrativa nitidamente superficial que é claramente desenvolvida sem grande originalidade porque raramente nos oferece momentos verdadeiramente surpreendentes ou minimamente interessantes que se consigam sobrepor à vulgaridade e à banalidade generalizada desta narrativa que tentou, sem grande sucesso, atacar os violentos passatempos culturais da nossa sociedade contemporânea. As exuberantes sequências de acção que preenchem constantemente esta produção conseguem entreter minimamente o espectador porque apresentam alguma diversidade conflitual. A direcção de Mark Neveldine e Brian Taylor conseguiu aproveitar ao máximo essas sequências através de um trabalho de câmaras verdadeiramente frenético que explora exaustivamente as manobras arriscadas efectuadas pelas personagens durante as diversas sequências de combate do filme. O elenco desta produção é qualitativamente liderado pela magnífica performance de Michal C. Hall, um fantástico profissional que encarna na perfeição um vilão extremamente inteligente e psicopata que consegue roubar qualquer momento cénico ao violento protagonista desta história que é fragilmente interpretado por Gerard Butler. O elenco secundário também é francamente incompetente, nomeadamente Amber Valletta que interpreta, sem qualquer convicção ou qualidade, a principal personagem feminina desta obra.


À excepção da cativante performance de Michal C. Hall e de algumas sequências de combate que poderão agradar aos espectadores que apreciem géneros cinematográficos mais violentos e explícitos, “Gamer” raramente nos apresenta elementos de qualidade, assim sendo, não deverá permanecer durante muito tempo na memória do público ou da indústria.

Classificação – 2 Estrelas Em 5

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