Crítica - Jonah Hex (2010)

Realizado por Jimmy Hayward
Com Josh Brolin, Megan Fox, Michael Fassbender, John Malkovich

O sucesso de “Batman Begins” (2005) e “The Dark Knight” (2008) levou a Warner Bros. a tentar obter um sucesso comercial semelhante com outra conhecida personagem da DC Comics, Jonah Hex, um dos poucos cowboys do universo da banda desenhada, no entanto, esta aposta não surtiu os efeitos desejados porque foi um verdadeiro desastre comercial e cinematográfico, tanto nos Estados Unidos da América como no resto do Planeta. A sua história centra-se em Jonah Hex (Brolin), um soldado e caçador de recompensas que se isola do mundo por causa do seu rosto deformado. Jonah é contratado pelo Governo dos Estados Unidos da América para deter o homem que massacrou a sua família, Quentin Turnbull (John Malkovich), um empresário corrupto que planeia recuperar o poder económico que perdeu durante a Guerra Civil Americana e que culpa Jonah pela morte do seu filho.


Os apreciadores de westerns não deverão ficar desiludidos com “Jonah Hex”, um filme que nos oferece muitos tiroteios e muitas explosões, ou seja, muitas cenas onde a acção e a violência explícita são predominantes, no entanto, esta predominância acaba por afectar o seu argumento que obviamente sofre com estes exageros de violência e de adrenalina, porque acaba por não ter tempo suficiente para conseguir desenvolver coerentemente e correctamente a sua história e as próprias personagens que protagonizam este western alternativo, mas extremamente medíocre. Os diálogos desta obra também são muito fracos e muitos deles são completamente desnecessários, um adjectivo que também se pode utilizar para classificar a esmagadora maioria das cenas deste filme que narrativamente é uma verdadeira nulidade.


O cineasta Jimmy Hayward trabalhou como animador em “Finding Nemo” (2003), “Monsters, Inc.” (2001) e “Toy Story” (1995) e até realizou “Horton Hears a Who!” (2008), um filme animado relativamente interessante, no entanto, “Jonah Hex” marca a sua estreia em filmes live-action, uma estreia que infelizmente não foi muito positiva porque este cineasta sucumbiu aos clichés e aos exageros cinematográficos, como comprovam as inúmeras sequências cinematográficas com muitas explosões e confrontos físicos, sequências que até não estão muito mal feitas mas que não são muito fascinantes. O seu elenco é composto por várias estrelas de Hollywood como Josh Brolin, John Malkovich, Michael Fassbender ou Megan Fox, no entanto, nenhum destes actores nos consegue oferecer uma performance minimamente convincente ou atractiva. Josh Brolin interpreta Jonah Hex, um típico anti-herói com algumas características sobrenaturais e com um passado marcado por vários acontecimentos violentos e sinistros. A performance de Brolin não é muito positiva, mas também é verdade que a caracterização extravagante da sua personagem não o deixou transmitir qualquer emoção ou qualquer expressão facial. John Malkovich e Michael Fassbender interpretam respectivamente Quentin Turnbull e Burke, dois vilões e rivais de Jonah Hex que resultam de uma construção extremamente estereotipada. John Malkovich até não está muito mal como Quentin Turnbull, no entanto, esta sua personagem é muito pouco credível e interessante. A maior figura feminina do elenco é Megan Fox, uma actriz que interpreta, sem muito carácter ou carisma, uma prostituta que também sabe usar uma arma e que até participa em alguns tiroteios mas que, em ultima analise, acaba por ter muito pouca significância para o filme. “Jonah Hex” é um produto comercial que falhou redondamente em praticamente todos os aspectos, no entanto, ainda poderá ser encarado como uma boa aposta por todos aqueles que apreciem filmes com muito acção e pouco conteúdo.

Classificação – 1,5 Estrelas Em 5

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3 Comentários

  1. JT, onde viste este filme? Era suposto estrear hoje em Portugal, mas dado o magnífico fracasso comercial que se revelou já não estreará nas nossas terras. Boa crítica, mas onde assististe ao filme?

    Gonçalo Silva

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  2. Olá Gonçalo. O filme só vai sair em Portugal em DVD. Eu tive a oportunidade de visionar o filme nos Estados Unidos.

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  3. Bem me parecia. Já nem em Espanha, o país que estreia tudo e mais alguma coisa o filme vai estrear. Se ainda aí estreasse, ia vê-lo só para presenciar o fracasso (mania estúpida). Muito bem, terá que ser em DVD. Boa crítica.

    Gonçalo Silva

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