Crítica - Fast Five (2011)

Realizado por Justin Lin
Com Vin Diesel, Dwayne Johnson, Paul Walker

A noite da ante-estreia VIP de “Fast Five” não começou bem. Junto à passadeira vermelha do Freeport de Alcochete, um Audi A3 adulterado segundo cánones texanos e um Opel Tigra com uma dianteira próxima da de um Fiat Punto fizeram temer o pior. No simpático cocktail que antecedeu o visionamento, um ambiente glamouroso com laivos de “street-racing” à portuguesa baralhava os mais alienados. Perante as palavras do inspirado Joaquim de Almeida, e numa sala praticamente cheia, era apresentada a mais recente sequela do mítico “The Fast and The Furious” (2001).
Fiel na temática aos seus quatro antecessores – acção automóvel de teor exótico e underground, polvilhada com um espírito de justiça a roçar o republicano primário – esta terceira incursão de Justin Lin no delírio de Gary Scott Thompson apresenta-se significativamente melhorada ao nível da realização e imagem: O cenário é, desta feita, um Rio de Janeiro surpreendentemente bem retratado, no qual Dominic Toretto (Vin Diesel), Brian O’Conner (Paul Walker) e Mia (Jordana Brewster) se encaixam sem dificuldade, numa permanente fuga à autoridade. Joaquim de Almeida volta a envergar, com mérito, a sua indumentária habitual – vilão-mor sem escrúpulos, aqui de contornos luso-brasileiros – com Dwayne Johnson, na pele de super agente federal norte-americano, a superar as baixas expectativas a que costuma estar associado.



Com um enredo de construção similar ao dos seus antecessores, “Fast Five” apresenta mais trunfos: No elenco, o mais rico de toda a saga e onde apenas se lamenta a ausência anunciada de Michelle Rodriguez, Han e Vince permanecem ligados à intriga e Tej e Roman reaparecem, colaborando numa peculiar equipa onde os debutantes Leo (Tego Calderón), Santos (Don Omar) e Gisele (Gal Gadot) possuem relevante desempenho.
Também no campo automóvel a produção da Universal progrediu no bom caminho. Apesar de não haver veículos a assumirem um protagonismo que seria perfeitamente viável, realça-se a presença de um refinado conjunto de clássicos: Um Nissan Skyline GT-R de 1969 e o incontornável Dodge Charger de 1970 acompanham, com descrição, a quase totalidade dos quase 130 minutos de filme, aos quais se juntam curtas aparições de um raríssimo Corvette Grand Sport, de um Detomaso Pantera e de um Ford GT40 original. A ausência de emoção depositada nos recentes Porsche 911 GT3 RS, Nissan 370Z e Subaru Impreza STI (até um Honda NSX-R é filmado com mais paixão nos momentos iniciais) acaba por ser compensada pelo desempenho de um punhado de Dodge Chargers, que preconizam uma perseguição em traçado urbano ao melhor nível de Hollywood, e na qual a VW adquire uma interessante conotação “darksidiana”. Um Lexus LFA, dois Koenigseg CCXR Edition, um Skyline GT-R e um Dodge Challenger acompanham um final farto, que ao que tudo indica não se irá repetir no sexto título da saga, já em elaboração.



Passada uma década, a Universal volta a conseguir estar ao nível do criticável mas primordial “Velocidade Furiosa”, da autoria de Rob Cohen. Depois dos fiascos de 2006 (“Velocidade Furiosa-Ligação Tóquio”) e 2009 (“Velozes e Furiosos”), Justin Lin assina, finalmente, uma obra coerente:
Para os entusiastas do género - a classificação que é aqui atribuída enquadra-se nessa perspectiva - "Velocidade Furiosa 5" será, seguramente, um filme a não perder.

Classificação - 3 Estrelas Em 5

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