Crítica - Elena (2011)

 
Realizado por Andrey Zvyagintsev
Com Nadezhda Markina, Andrey Smirnov, Aleksey Rozin

Vencedor da Un Certain Regard, Prémio Especial do Júri de Cannes, e de outros sete galardões pelo mundo inteiro, “Elena” é a história de uma mulher que tarde na vida se casa com um homem de um nível social muito superior e com ele mantém uma relação algo distante ainda que dedicada. Ambos têm filhos adultos de anteriores relações e a doença do marido vai levar a Elena a engendrar um plano para salvaguardar os interesses económicos do seu próprio filho e família em detrimento da rebelde enteada. 

 

A banda sonora arrepiante de Philip Glass acompanha passo a passo o lento e quase silencioso desenrolar da narrativa, criando uma tensão dramática muito forte. Essa tensão é o lento evoluir do plano desta mulher aparentemente tão contida mas ao mesmo tempo completamente felina na defesa da sua cria. O ambiente da narrativa constrói-se entre a sofisticada e a fria casa onde vive numa zona chique de Moscovo e a caótica habitação da família do seu filho num subúrbio indesejável. Pelo meio passamos pelos assépticos quartos de hospitais e escritórios de advogados. O filme faz-nos pensar sobre até onde seríamos capazes de ir pelos nossos, sobre os cambiantes da integridade e dos afetos. 
A interpretação da protagonista é sem dúvida soberba na construção de uma enorme complexidade humana. A opção da narração muito lenta e muito monocórdica e, ainda que faça sentido, pode tornar-se maçadora. Apesar deste aspeto, que a mim desagradou, o filme merece ser visto e é, indubitavelmente, uma obra que faz jus ao melhor História do suspense. 

Classificação – 4 Estrelas em 5

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