Crítica - About Time (2013)

Realizado por Richard Curtis 
Com Domhnall Gleeson, Rachel McAdams, Bill Nighy

Sou capaz de me lembrar da primeira vez que ouvi falar de “About Time, porque na altura só me ocorreu pensar que Rachel McAdams adora participar em filmes sobre viajantes no tempo, já que há uns anos atrás fez parte do elenco central do romance "The Time Traveler's Wife" (2009), que tal como este filme de Richard Curtis, é um produto muito romântico sobre viagens no tempo, que no entanto é pouco consistente em outros parâmetros. Para os mais românticos, “About Time”, tal como o seu irmão "The Time Traveler's Wife", não irá desiludir, mas o facto de ter tantas semelhanças narrativas com esse filme de 2009 não deixa de ser um desconsolo. Não pense no entanto que um é uma cópia exacta do outro, porque embora partilhem uma premissa semelhante, estes dois projetos tem histórias com evoluções significativamente diferentes, mas o espírito romântico de ambos é praticamente idêntico, tal como as suas particularidades de ficção-cientifica, por isso se já viu um, é provável que sinta um leve deja-vu a ver o outro, não só porque têm a mesma atriz num papel central, mas também porque partilham a mesma ideia base. Este pequeno problema pode-se revelar um grande defeito para os mais exigentes, mas se aprecia obras românticas bem filmadas e com uma trama bem desenvolvida, então acho que irá gostar de “About Time”, onde seguimos a jornada romântica de Tim Lake, um jovem adulto que certo dia descobre que consegue viajar no tempo, mas quando faz esta importante descoberta é imediatamente advertido pelo seu pai para os elevados riscos desta capacidade, mas Tim não quer saber dos seus importantes conselhos e decide utilizar os seus poderes para melhorar o seu próprio mundo. A primeira missão de Tim é arranjar uma namorada, mas este pequeno objetivo, que à partida parecia fácil, revela-se um grande problema quando ele se apaixona por Mary, uma jovem muito doce e bonita que também se apaixona por ele, mas que por causa de um incidente relativo às viagens no tempo acaba por esquecê-lo, algo que levará Tim a lutar com ainda mais garra para conquistar novamente o amor que perdeu por culpa própria.

   

O romance que envolve Tim e Mary é dotado de uma leveza muito particular que reforça o forte sentimento de romantismo deste projeto, que pretende mostrar que o amor é um sentimento complexo que não pode ser apressado ou descomplicado por artifícios ou mentiras, algo que o protagonista aprende à sua própria custa quando fica em vias de perder o grande amor da sua vida por culpa de um perigoso atalho que acaba por não o conseguir salvar do desgosto e das mágoas que tanto desejava evitar, porque estas andam sempre lado a lado com o amor em qualquer circunstância, já que todas as paixões estão sempre sujeitas à possibilidade de serem assoladas pela tristeza ou pelo dissabor, que tanto podem ser breves como duradouros. Em suma, “About Time” mostra na perfeição que o amor é complexo e que pode ter muitas complicações, até mesmo para um viajante no tempo que tem sempre a possibilidade de emendar os seus erros sem que ninguém se aperceba, mas também exemplifica na perfeição que o amor pode render grandes felicidades ou grandes tristezas. Embora aposte numa mensagem moral profunda, “About Time” não está sequer perto de ser um filme profundo, já que as suas mensagens românticas são apenas timidamente exploradas, mas o que acaba por contar no final é a sua intenção de aprofundar um pouco mais as questões românticas e morais que derivam do romance entre Tim e Mary, que apesar de não ser propriamente memorável, conseguirá encherá as medidas dos espetadores mais românticos. É precisamente para este público-alvo que “About Time” foi feito, já que o resto dos espetadores não verá neste projeto mais que um filme telenovela, onde Domhnall Gleeson e Rachel McAdams têm dois desempenhos muito românticos e atrativos.

Classificação - 3 Estrelas em 5

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