Pérolas Indie - Rust & Bone (2012)

Realizado por Jacques Audiard
Com Marion Cotillard, Céline Sallette, Armand Verdure
Género - Drama

Sinopse - Tudo começa no Norte. Ali (Matthias Schoenaerts) depara-se com a responsabilidade de ficar com Sam, o filho de cinco anos, nos braços. É filho dele mas mal o conhece. Sem casa, nem dinheiro, nem amigos, Ali encontra refúgio em casa da irmã em Antibes, no Sul de França. Ela acolhe-os, trata do pequeno e até o clima parece ajudar. Após uma luta numa discoteca, o seu destino cruza-se com o de Stéphanie (Marion Cotillard). Ela leva-o para casa e deixa-lhe o número de telefone. Ele é pobre. Ela é bonita, e muito segura - uma princesa. Tudo os separa. Stéphanie é treinadora de orcas no Marineland. Será necessário que o espetáculo se transforme num drama para que um telefonema noturno os volte a reunir. Quando Ali a encontra, a princesa está numa cadeira de rodas: perdeu as pernas e muitas ilusões. Ele vai simplesmente ajudá-la, sem compaixão, sem piedade. Ela vai voltar a viver... 

Crítica – A sua beleza é intocável e abundantemente deliciosa e, embora não tenha a a mestria narrativa de “Sur Mes Lèvres” (2001) ou “Un Prophète” (2009), “Rust & Bone” é, sem dúvida, mais um excelente filme de Jacques Audiard, um talentoso e ardiloso realizador francês que, nos últimos anos, só nos tem brindado com obras memoráveis sobre a dimensão humana. Este seu novo trabalho é um bocado mais inconsistente e anticlimático que os seus filmes anteriores, mas encontra-se bem dentro dos limites da criatividade e do brilhantismo. No cerne da sua narrativa está uma dinâmica e vibrante história romântica cheia de avessas e sentimentos abertos, entre duas almas confusas e infelizes que levam uma vida difícil onde a angústia e a esperança convivem lado a lado sem descanso. É neste plano mais dramático que somos absorvidos por uma série de humildes e deleitosas nuances melodramáticas sobre os constantes sacrifícios e as contrariedades da vida, que conferem a esta envolvente obra uma maior envolvência dramática e social, sem nunca roçar o sentimentalismo excessivo ou as filosofias existenciais. Este belo enredo é fácil de entender, muito embora se arraste em demasia num ou noutro tema, mas, em suma, está muitíssimo bem idealizado e deverá atrair facilmente a atenção da assistência. A fotografia de Stéphane Fontaine e a poderosa direção de Jacques Audiard também funcionam muito bem e acabam por conferir à trama uma leveza muito estimada, que é realçada por sequências primorosas, onde os cenários, os intervenientes e a banda-sonora juntam-se para criar uma harmoniosa balada dramática e/ou romântica. Por falar em intervenientes e em harmoniosidade, Marion Cotillard e Matthias Schoenaerts formam um par muito característico com uma química muito interessante entre si. Os dois atraentes astros franceses têm assim dois bons trabalhos, nomeadamente a internacionalmente reconhecida Marion Coutillard que, após defraudar os seus fãs com a sua performance em “The Dark Knight Rises”, regressa à mó de cima com o seu cintilante desempenho neste competentíssimo melodrama francês, que confirma o talento e a boa forma do seu criador e das maiores estrelas do seu elenco. 

 Classificação – 4 Estrelas em 5

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