Pérolas Indie - Hungerford (2014)

Realizado por Drew Casson
Com Georgia Bradley, Sam Carter, Drew Casson
Género - Sci-Fi

Sinopse - O trabalho de casa do jovem Cowen é filmar uma semana da sua vida. No início dá pouca importância à sua tarefa cinematográfica, mas esta torna-se numa força necessária quando uma série de atos bizarros começam a afectar o quotidiano da sua pequena cidade.

Crítica -Uma das primeiras surpresas positivas do FantasPorto 2015 chegou com "Hungerford", uma imaginativa produção sci-fi independente que apadrinha a estreia na direção cinematográfica do ainda muito jovem Drew Casson que, para além de assumir a sua realização, também assume o cargo de protagonista e de co-guionista, juntamente com Jess Cleverly.
Em apenas oitenta minutos e com poucos recursos financeiros à sua disposição, Casson criou uma longa metragem muito bem feita e habilmente montada que aproveita da melhor maneira possível os pequenos recursos financeiros que a sustentam numa utilização impressionante de apontamentos técnicos e efeitos especiais amadores mas de muito bom nível que ajudam a conferir-lhe um valor visual e técnico muito superior ao que seria de esperar de um filme com um orçamento tão baixo e criado por um cineasta com tão pouca experiência. A imaginação de Casson e dos restantes responsáveis também ajudou e muito a aumentar a qualidade deste projeto, já que as opções de direção que foram tomadas aumentaram o impacto que esta produção indie tem junto do espectador. A principal estrela destas opções diz respeito à decisão de retratar toda a história em primeira pessoa, ou seja, todo o filme parece resultar de uma gravação amadora feita pelo protagonista e com a ajuda esporádica dos seus amigos. Esta opção técnica atribui uma tensão inesperada ao projeto, mas também uma forte proximidade humana emocional que valoriza ainda mais uma trama que se apoia muito nas relações afetivas e nas emoções humanas que comandam os jovens protagonistas ao longo da sua jornada. Este específico apontamento found footage é, acima de tudo, sabiamente utilizado para disfarçar certas lacunas inerentes à pequena dimensão do projeto e, no conjunto de todas as circunstâncias, acaba por enquadra-se perfeitamente quer no espírito económico do filme, quer no espirito amador da trama, onde um grupo de jovens decidem documentar os vários eventos que pautam um ataque alienígena à sua pequena cidade natal.
A sua história propriamente dita não é muito complexa nem tem grandes questões para o espectador explorar ou responder, mas o rumo expectável que segue é ainda assim muito proficiente e amplamente bem tratado, dando assim origem a uma trama empolgante onde todas as sequências de eventos acabam por ser retratadas com qualidade e imaginação. Isto tudo dá origem, portanto, a um bom filme sci-fi independente que, sem grandes meios financeiros, consegue entreter, surpreender e até entusiasmar o público com uma trama competente com vários elementos de ação, tensão e aventura, mas também com certas doses equilibradas de romance, drama e fraternidade. Tudo somado estamos perante uma boa equação cinematográfica que redunda numa surpreendente obra que já marcou pela positiva a Competição Oficial do FantasPorto 2015.  

Classificação - 3,5 Estrelas em 5

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