Realizado por Sean Ellis
Com Sean Biggerstaff, Emilia Fox, Shaun Evans, Michelle Ryan
Este arriscado “Cashback” é uma comédia dramática que teoriza, com um estilo próprio, sobre os caprichos do amor e do ódio. Realizado pelo jovem cineasta britânico Sean Ellis, “Cashback” é uma pequena jóia que vale a pena ver. Carregada de poesia, emotividade e sensibilidade e narrada com uma grande elegância e qualidade, esta obra consegue equilibrar na perfeição dois géneros poderosíssimos, o drama e a comédia, e em nenhum momento atinge a vulgaridade. Em “Cashback” somos apresentados a Ben Willis, um estudante de belas artes que recentemente foi abandonado pela sua namorada, Suzy, e que agora começa a sofrer de fortes insónias. Para passar as longas horas da noite, começa a trabalhar no turno da noite do supermercado local. Aí conhece um colorido grupo de personagens, todos eles com a sua própria “arte” para lidar com as oito aborrecidas horas do turno. A arte de Ben é imaginar que é capaz de parar o tempo. Desta forma, ele consegue apreciar a beleza artística do mundo e as pessoas que lhe pertencem - especialmente Sharon, a quieta rapariga da caixa que talvez tenha a resposta para resolver os seus problemas.
O filme conta com uma história muito bem elaborada e extremamente bem encadeada, utilizando os seus protagonistas principais para explorar esse grandioso sentimento que é o amor. Com um pouco de sadismo e loucura à mistura, “Cashback” acentua o dramatismo e intelectualismo de um sentimento que faz mover montanhas e que de certa forma comanda a vida. Ao contrário de muitos dos seus colegas de profissão, Sean Ellis não comercializa o amor, muito pelo contrário, trata este sentimento de uma forma simples mas sempre atendendo à sua natureza e especificidade. “Cashback” é, no fundo, uma comédia dramática com traços de uma comédia romântica tipicamente europeia. Os comercialismos americanos e os típicos clichés do género foram felizmente esquecidos, dando origem a uma obra original e profundamente cativante. Para além dos momentos dramáticos e amorosos, o filme também oferece alguns momentos cómicos, interpretados principalmente pelos actores secundários. Estes momentos servem para refrescar a história, tornando-a menos complexa e mais apelativa. O elemento mais negativo do filme é o seu final. Ao contrário da introdução e do desenvolvimento, a conclusão aparece-nos precipitadamente, um final demasiado brusco e algo incompreensível que não oferece um final digno ao filme. Outro aspecto negativo é o excessivo uso de flashbacks. No inicio até servem bem os interesses do filme, mas em algumas ocasiões tornam-se desnecessários. O elenco apresenta, no geral, uma boa performance. O actor principal, Sean Biggerstaff, tem a melhor interpretação do filme. O actor manteve-se sempre dentro do espírito da obra e em contacto com a personalidade aluada do seu personagem. Uma convincente prestação de um actor pouco conhecido mas que se revelou uma autêntica surpresa. “Cashback” é uma excelente obra cinematografica e a nível de construção de história é, muito provavelmente, a melhor que já vi este ano.
Com Sean Biggerstaff, Emilia Fox, Shaun Evans, Michelle Ryan
Este arriscado “Cashback” é uma comédia dramática que teoriza, com um estilo próprio, sobre os caprichos do amor e do ódio. Realizado pelo jovem cineasta britânico Sean Ellis, “Cashback” é uma pequena jóia que vale a pena ver. Carregada de poesia, emotividade e sensibilidade e narrada com uma grande elegância e qualidade, esta obra consegue equilibrar na perfeição dois géneros poderosíssimos, o drama e a comédia, e em nenhum momento atinge a vulgaridade. Em “Cashback” somos apresentados a Ben Willis, um estudante de belas artes que recentemente foi abandonado pela sua namorada, Suzy, e que agora começa a sofrer de fortes insónias. Para passar as longas horas da noite, começa a trabalhar no turno da noite do supermercado local. Aí conhece um colorido grupo de personagens, todos eles com a sua própria “arte” para lidar com as oito aborrecidas horas do turno. A arte de Ben é imaginar que é capaz de parar o tempo. Desta forma, ele consegue apreciar a beleza artística do mundo e as pessoas que lhe pertencem - especialmente Sharon, a quieta rapariga da caixa que talvez tenha a resposta para resolver os seus problemas.
O filme conta com uma história muito bem elaborada e extremamente bem encadeada, utilizando os seus protagonistas principais para explorar esse grandioso sentimento que é o amor. Com um pouco de sadismo e loucura à mistura, “Cashback” acentua o dramatismo e intelectualismo de um sentimento que faz mover montanhas e que de certa forma comanda a vida. Ao contrário de muitos dos seus colegas de profissão, Sean Ellis não comercializa o amor, muito pelo contrário, trata este sentimento de uma forma simples mas sempre atendendo à sua natureza e especificidade. “Cashback” é, no fundo, uma comédia dramática com traços de uma comédia romântica tipicamente europeia. Os comercialismos americanos e os típicos clichés do género foram felizmente esquecidos, dando origem a uma obra original e profundamente cativante. Para além dos momentos dramáticos e amorosos, o filme também oferece alguns momentos cómicos, interpretados principalmente pelos actores secundários. Estes momentos servem para refrescar a história, tornando-a menos complexa e mais apelativa. O elemento mais negativo do filme é o seu final. Ao contrário da introdução e do desenvolvimento, a conclusão aparece-nos precipitadamente, um final demasiado brusco e algo incompreensível que não oferece um final digno ao filme. Outro aspecto negativo é o excessivo uso de flashbacks. No inicio até servem bem os interesses do filme, mas em algumas ocasiões tornam-se desnecessários. O elenco apresenta, no geral, uma boa performance. O actor principal, Sean Biggerstaff, tem a melhor interpretação do filme. O actor manteve-se sempre dentro do espírito da obra e em contacto com a personalidade aluada do seu personagem. Uma convincente prestação de um actor pouco conhecido mas que se revelou uma autêntica surpresa. “Cashback” é uma excelente obra cinematografica e a nível de construção de história é, muito provavelmente, a melhor que já vi este ano.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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