Crítica - Death Defying Acts (2007)

Realizado por Gillian Armstrong
Com Catherine Zeta-Jones, Guy Pearce, Timothy Spall, Saoirse Ronan

Depois de em 1953 George Marshall ter dado contornos sobrenatuais ao já mítico mágico Houdini, no filme com o seu nome, a australiana Gillian Armstrong vem com Death Defying Acts reconduzir este ilusionista à sua condição humana. E fá-lo despegando-se do misticismo de Marshall que, por exemplo, fez Houdini morrer durante um espectáculo dentro de uma caixa submersa, quando na verdade este faleceu, em circunstâncias pouco lisongeiras, devido ao rompimento da apêndice, depois de ter sido socado por um fã que queria comprovar que o mago sobrevivia a qualquer embate.


Este argumento insiste também no lado pragmático deste americano de origem húngara que, apesar da sua profissão, sempre combateu com todos os meios falsos videntes e outros trapaceiros da magia. Nessa linha o filme conta a história de um desafio que Houdini (Guy Pearce) teria lançado ao mundo, e que consistia na oferta de uma soma avultada a quem descobrisse as últimas palavras que a sua mãe lhe dissera no leito de morte. Numa tournée pela Escócia conhece uma falsa vidente (Catherine Zeta Jones) e a sua filha (Saoirse Ronan) que, apesar da forma atabalhoada com resolvem o enigma, encantam o mágico, apaixonando-se este perdidamente pela mãe que lhe lembra a sua própria mãe por quem sentia um complexo de Édipo muito mal resolvido. Talvez seja esse o aspecto mais interessante do filme, o lado negro de Houdini, a fixação na mãe, a sua ambição desmedida, as suas fraquezas físicas e emocionais. Muito cativantes são também a pronúncia escocesa da mãe e filha McGarvie e a recriação cuidada dos ambientes dos anos 20. Menos bem conseguida é o facto de o enredo assentar numa paixão não só pouco verosímil como, acima de tudo, rodeada de uma aura negra de incesto que não contribui para tornar a intriga mais apelativa.

Classificação - 2,5 Estrelas Em 5

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