Crítica - Chicken Run (2000)

Realizado por Peter Lord e Nick Park
Com vozes de Mel Gibson, Julia Sawalha, Miranda Richardson

Em 2000 a DreamWorks lançou para o mercado um estimulante filme de animação computadorizada intitulado Chicken Run. Este projecto foi o produto de três longos anos de trabalho árduo que se traduzia, muitas vezes, em apenas alguns segundos de película conseguida por dia. O filme foi feito a partir de bonecos movíveis de cada uma das personagens e de caras com expressões diferentes adaptáveis. Cada movimento na tela resulta do tratamento informático de um número impensável de captações das diferentes posições em que os bonecos eram colocados. Muito importante é ainda o enorme trabalho de voz dos actores que dão assim alma às personagens. As vozes e os efeitos por elas conseguidos são, sem dúvida, um dos pontos fortes do filme. O produto final foi uma animação plena de vida que consegue aliar ao entretenimento uma mensagem positiva para os mais novos e não só.
O argumento deste filme foi buscar inspiração a alguns dos horrores do nosso passado recente. O ambiente em que se desenrola a acção é uma quinta de exploração de aviários concebida em tudo igual a um campo de concentração nazi de onde as galinhas, feitas prisioneiras, mobilizadas por Ginger (Julia Sawalha) planeiam fugir. Inúmeros são os planos de fuga mal sucedidos, desde o clássico túnel passando pelo disfarce tudo foi tentado. Mas a verdade é que todos os dias eram brutalmente executadas por Mrs. Tweedy (Miranda Richardson ) as galinhas que não conseguiam pôr mais ovos. Tudo parecia perdido, quando dos céus surge a salvação na forma do fanfarrão mas bondoso Rocky Rooster (Mel Gibson). Este galo que sabia voar vai de forma descontraída treinar as galinhas, aumentando assim a sua auto-estima. Mas a coragem do galo era menor que a sua basófia e acaba por fugir com medo de ser reconduzido ao circo de onde escapara. No entanto a persistência das galinhas fá-las construírem, com material contrabandeado por dois ratos, uma máquina voadora que as leva para o exterior. Falta salvar a própria Ginger que caiu na nova aquisição de Mrs. Tweedy para aumentar os lucros da quinta, uma máquina de fazer empadas, clara reminiscência das míticas empadas humanas de Sweeny Todd, lenda tradicional londrina recentemente adaptada ao cinema por Tim Burton. E este salvamento é feito pelo arrependido Rocky que não só resgata Ginger pondo em perigo a própria vida como lhe demonstra assim o seu amor. A ideia de que a vida é difícil e cheia de obstáculos mas que estes podem ser vencidos com determinação, coragem e persistência e que a liberdade é o maior dos bens é a mensagem que esta obra transmite aos pequenos e lembra aos maiores.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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