Realizado por Fernando Meirelles
Com: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Gael García Bernal e Danny Glover
Esta obra está agora sob intensa polémica (especialmente nos Estados Unidos da América) por considerarem que retrata os cegos como monstros, sendo um insulto para as pessoas que sofrem desta doença. Quem interpretou o filme dessa maneira não pode estar mais longe da mensagem que Saramago e Meirelles tentam transmitir. A mensagem é subtil e “Blindness” reflecte sobretudo sobre duas questões. A primeira prende-se com a forma como os governos resolveriam uma eventual epidemia desta natureza: através da alienação dos “doentes” e sem fazer um verdadeiro esforço para resolver a situação. A segunda questão prende-se com o negrume da espécie humana, que perante uma situação destas rapidamente perde o controlo e se começa a atacar a ela própria. Temos então duas críticas – uma aos governos e outra à mediocridade do Homem. A cegueira acaba por ser apenas um símbolo do quão frágil são os valores humanos e os pilares da sociedade. Fernando Meirelles apresenta-nos uma realização brilhante e ousada, captando todas estas questões na perfeição. Julianne Moore está também (mais uma vez) espantosa e acaba por ser a única a manter os valores morais e humanos intactos.
“Blindness” é um filme extremamente interessante e muito bem filmado. Perturbador mas comovente, tem ainda tempo para criticar as relações humanas da actualidade na pele da personagem de Danny Glover – um velho que necessitou deste fenómeno de cegueira para sentir uma verdadeira relação de intimidade com alguém; ou seja, para que alguém o aceitasse verdadeiramente por aquilo que ele é. Pois aquilo que nos define é a nossa personalidade ou a nossa alma interior e não o corpo que usamos como máscara.
Com: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Gael García Bernal e Danny Glover
“Blindness” parte de um dos maiores receios do Homem – a cegueira – e analisa a forma como a sociedade reagiria a um fenómeno global dessa doença. Muito daquilo que somos e do que conseguimos fazer depende da visão, sendo porventura este o sentido mais importante ou mais fundamental para a existência do Homem conforme o conhecemos. “Blindness” é uma adaptação do romance de José Saramago intitulado “Ensaio sobre a Cegueira” e o filme consegue, de facto, realizar um ensaio sobre as eventuais consequências de uma epidemia desta doença. Consequências na vida individual de cada um de nós e consequências no funcionamento da sociedade a que pertencemos.
O filme é uma reflexão séria acerca de uma epidemia de cegueira que se abate sobre um grupo de pessoas e que, a pouco e pouco, se começa a espalhar por uma cidade inteira. Desesperado e acima de tudo assustado, o governo decide encarcerar essas pessoas num bloco prisional como forma de prevenir a propagação da doença. Porém, os seus esforços são inúteis e rapidamente a cegueira toma conta de toda a cidade, espalhando o pânico nas ruas e deixando a população à mercê de uma situação para a qual não estavam preparados. “Blindness” é uma obra que pretende avaliar a fragilidade da sociedade em que vivemos, mostrando que para cessar o seu funcionamento basta apenas que o Homem perca um dos seus sentidos – a visão. É com a cegueira que a verdadeira natureza do Homem desperta, derrubando a sociedade que mascara os nossos instintos naturais. O pânico leva o Homem a mostrar a sua verdadeira face, despertando a sua maldade, o seu egoísmo e a sua indecência. O lado animal da espécie humana derruba as correntes do socialismo e o Homem é avaliado pelo que é realmente: um animal e não um ser superior qualquer.
O filme é uma reflexão séria acerca de uma epidemia de cegueira que se abate sobre um grupo de pessoas e que, a pouco e pouco, se começa a espalhar por uma cidade inteira. Desesperado e acima de tudo assustado, o governo decide encarcerar essas pessoas num bloco prisional como forma de prevenir a propagação da doença. Porém, os seus esforços são inúteis e rapidamente a cegueira toma conta de toda a cidade, espalhando o pânico nas ruas e deixando a população à mercê de uma situação para a qual não estavam preparados. “Blindness” é uma obra que pretende avaliar a fragilidade da sociedade em que vivemos, mostrando que para cessar o seu funcionamento basta apenas que o Homem perca um dos seus sentidos – a visão. É com a cegueira que a verdadeira natureza do Homem desperta, derrubando a sociedade que mascara os nossos instintos naturais. O pânico leva o Homem a mostrar a sua verdadeira face, despertando a sua maldade, o seu egoísmo e a sua indecência. O lado animal da espécie humana derruba as correntes do socialismo e o Homem é avaliado pelo que é realmente: um animal e não um ser superior qualquer.
Esta obra está agora sob intensa polémica (especialmente nos Estados Unidos da América) por considerarem que retrata os cegos como monstros, sendo um insulto para as pessoas que sofrem desta doença. Quem interpretou o filme dessa maneira não pode estar mais longe da mensagem que Saramago e Meirelles tentam transmitir. A mensagem é subtil e “Blindness” reflecte sobretudo sobre duas questões. A primeira prende-se com a forma como os governos resolveriam uma eventual epidemia desta natureza: através da alienação dos “doentes” e sem fazer um verdadeiro esforço para resolver a situação. A segunda questão prende-se com o negrume da espécie humana, que perante uma situação destas rapidamente perde o controlo e se começa a atacar a ela própria. Temos então duas críticas – uma aos governos e outra à mediocridade do Homem. A cegueira acaba por ser apenas um símbolo do quão frágil são os valores humanos e os pilares da sociedade. Fernando Meirelles apresenta-nos uma realização brilhante e ousada, captando todas estas questões na perfeição. Julianne Moore está também (mais uma vez) espantosa e acaba por ser a única a manter os valores morais e humanos intactos.
“Blindness” é um filme extremamente interessante e muito bem filmado. Perturbador mas comovente, tem ainda tempo para criticar as relações humanas da actualidade na pele da personagem de Danny Glover – um velho que necessitou deste fenómeno de cegueira para sentir uma verdadeira relação de intimidade com alguém; ou seja, para que alguém o aceitasse verdadeiramente por aquilo que ele é. Pois aquilo que nos define é a nossa personalidade ou a nossa alma interior e não o corpo que usamos como máscara.
Classificação - 4,5 Estrelas Em 5
5 Comentários
Confesso que não li o livro de Saramago, mas duvido muito que esta obra de Meirelles tenha seguido religiosamente o livro. Achei este filme repleto de altos e baixos, começa por ser interessante mas depois perde-se na confusão e no vazio de uma história um pouco sem nexo para ser franco.É mesmo isto que o livro conta?
ResponderEliminarJulianne Moore está muito bem no papel, faz-me lembrar os seus dias em Hannibal.
Confesso que me desiludiu e muito, esperava mais, um filme capaz de ir mais longe mas talvez o realizador não seja o mais indicado para isso mas também só um brasileiro ou portugues para pegar num livro portugues.
O Excessivo Branco do filme fez-me doer a vista.
ResponderEliminarA obra de Saramago é bastante complexa e adapta-la ao grande ecrã nunca seria um trabalho fácil. Acho que Fernando Meirelles fez um bom trabalho em passar as mensagens mais importantes e mais centrais da obra de Saramago.
ResponderEliminarRui, concordo portanto com as tuas interpretações, realmente este filme mostra bem as debilidades do homem e da sociedade.
As interpretações, acho que estão num patamar razoável. Não gostei tanto de Julianne Moore como gostei em outros filmes mas ela é sem duvida uma excelente profissional e desempenha muito bm o papel.
Acho que o filme não está a corresponder às expectativas comerciais porque é demasiado filosófico e grande parte do público não gosta de filmes demasiado intelectuais. Além do mais, estamos perante a mítica: se os EUA não gostam o resto do mundo não gosta....
Uma pena já que o filme merece ser visto e seria uma pena se "Blindness", um bom filme baseado num grande livro portugues e realizado por um cineasta brasileiro, não superar em termos lucartivos o musical 100% estrangeiro não lusófono "Mamma Mia" nas bilheteiras, em termos absolutos.
fiquei profundamente pensativo ao assistir a esse filme.
ResponderEliminarrealmente nos faz pensar...
adorei. recomendo.
O filme todo é uma metáfora.A cegueira que Saramago tanto fala é a questão da invisibilidade social.Recomendo o filme para quem leu as obras.
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