Já há algum tempo que vivo com a impressão de que algo vai mal com a juventude dos dias de hoje. Não me interpretem mal. Não pretendo aqui criticar a nova geração nem denegrir a sua imagem. Mas penso que algo vai mal, essencialmente no que concerne a educação. Cada vez mais assistimos a casos de rebeldia dos alunos nas escolas. Cada vez mais se tornam públicas as queixas de inúmeros professores, criticando a atitude dos alunos nas salas de aula e assumindo a falência do sistema de ensino. O filme “Entre les Murs”, actualmente nas salas de cinema portuguesas, vem mais uma vez realçar estes problemas e confirmar o meu pressentimento.
“Entre les Murs” é uma obra que reflecte sobre o sistema educativo em geral, e põe a nu a incapacidade e dificuldade dos professores na simples execução do seu trabalho. Esta obra passa-se numa escola francesa, mas acaba por ser um reflexo das escolas de todos os países designados como “desenvolvidos”. A ignorância dos alunos; a sua apatia e desinteresse pela escola; a sua necessidade de rebelião como forma de serem aceites pelo grupo de pares; tudo isto está presente neste filme e tudo isto é pertinente, sendo um reflexo da realidade.
Tendo isto como um facto consumado, de quem será a culpa? Do sistema educativo que simplesmente não funciona? Dos alunos que se demonstram cada vez mais desinteressados e mal-educados? Talvez a resposta correcta vá no sentido de ambas as partes assumirem a sua quota-parte da responsabilidade. Por um lado, nunca me pareceu que a melhor forma de avaliar um aluno fosse a realização de inúmeros exames ao longo do ano, pois os alunos apenas estudam naquela semana e passado um mês já se esqueceram de tudo (comigo também era assim). Isto só prova que a avaliação de pessoas e capacidades humanas não pode ser medida através de números e médias. Mas também haverá outra forma de os avaliar?
Por outro lado, não podemos ignorar que na sociedade actual a atitude dos jovens face às regras e aos adultos (aos professores, portanto) deixa muito a desejar. Há cada vez mais desrespeito, apatia e rebeldia – tenhamos em conta que a série preferida dos jovens se chama “Geração Rebelde” e promove o estatuto dos bad-boys, enquanto os bons alunos são sempre os marrões com óculos e que não conquistam as miúdas… Talvez este seja o fruto de uma geração que tem uma liberdade excessiva, algo que nunca outra geração experimentou no passado.
“Entre les Murs” é um filme impressionante e é uma obra que reflecte sobre o estado da sociedade actual, e se preocupa com o seu futuro. Na minha opinião, temos razões para estar preocupados. E é por isso que “Entre les Murs” é um filme de visionamento OBRIGATÓRIO para alunos, professores, jovens, adultos, enfim – toda a gente. Deixo mesmo a sugestão de os professores realizarem visitas de estudo ao cinema com os seus alunos, no sentido de debaterem os temas presentes no filme. Pois acredito que, reflectindo em conjunto, a sociedade pode melhorar.
“Entre les Murs” é uma obra que reflecte sobre o sistema educativo em geral, e põe a nu a incapacidade e dificuldade dos professores na simples execução do seu trabalho. Esta obra passa-se numa escola francesa, mas acaba por ser um reflexo das escolas de todos os países designados como “desenvolvidos”. A ignorância dos alunos; a sua apatia e desinteresse pela escola; a sua necessidade de rebelião como forma de serem aceites pelo grupo de pares; tudo isto está presente neste filme e tudo isto é pertinente, sendo um reflexo da realidade.
Tendo isto como um facto consumado, de quem será a culpa? Do sistema educativo que simplesmente não funciona? Dos alunos que se demonstram cada vez mais desinteressados e mal-educados? Talvez a resposta correcta vá no sentido de ambas as partes assumirem a sua quota-parte da responsabilidade. Por um lado, nunca me pareceu que a melhor forma de avaliar um aluno fosse a realização de inúmeros exames ao longo do ano, pois os alunos apenas estudam naquela semana e passado um mês já se esqueceram de tudo (comigo também era assim). Isto só prova que a avaliação de pessoas e capacidades humanas não pode ser medida através de números e médias. Mas também haverá outra forma de os avaliar?
Por outro lado, não podemos ignorar que na sociedade actual a atitude dos jovens face às regras e aos adultos (aos professores, portanto) deixa muito a desejar. Há cada vez mais desrespeito, apatia e rebeldia – tenhamos em conta que a série preferida dos jovens se chama “Geração Rebelde” e promove o estatuto dos bad-boys, enquanto os bons alunos são sempre os marrões com óculos e que não conquistam as miúdas… Talvez este seja o fruto de uma geração que tem uma liberdade excessiva, algo que nunca outra geração experimentou no passado.
“Entre les Murs” é um filme impressionante e é uma obra que reflecte sobre o estado da sociedade actual, e se preocupa com o seu futuro. Na minha opinião, temos razões para estar preocupados. E é por isso que “Entre les Murs” é um filme de visionamento OBRIGATÓRIO para alunos, professores, jovens, adultos, enfim – toda a gente. Deixo mesmo a sugestão de os professores realizarem visitas de estudo ao cinema com os seus alunos, no sentido de debaterem os temas presentes no filme. Pois acredito que, reflectindo em conjunto, a sociedade pode melhorar.
1 Comentários
Ainda não vi o filme pelo que a opinião que vou aqui expressar assenta na minha experiência docente de 14 anos. As aprendizagens medem-se sim pela realização de provas ao longo do ano, em exames nacionais e na avaliação contínua. Durante séculos as pessoas aprenderam assim e, apesar de actualmente um conjunto de profissionais ganhar a vida a analisar os jovens como seres problemáticos e com necesidade de protecção especial, eles são tão capazes de aprender como foram os seus antecessores. Quanto a esquecerem depois da prova, faz parte do processo. Como alguém disse a cultura é o que fica depois de esquecermos tudo o que aprendemos. Nós sabemos que eles vão esquecer, mas o molde do pensamento fica. O problema actual é que, com a democratização do ensino e o ideal demagógico de reduzir a zero os níveis de iletracia, as escolas estão povoadas de alunos que não querem lá estar e que sabem que se por lá se arrastarem passarão certamente. Os professores têm culpa também, em primeiro lugar, porque não exigem respeito dos pais, dos alunos e, acima de tudo, dos políticos que os governam. Mas a culpa é acima de tudo da mentalidade arrivista que defende que todos lá chegarão independemente do que façam para lá chegar e que cabe ao professor reconhecer o seu mérito independemente de o não terem. O resultado é que quem é bom não se sente satisfeito nas escolas públicas e quem é mau sai de lá pior. Tanto quanto me foi dado a saber, este filme assenta na tese de que os jovens têm em si o código do seu desenvolvimento sendo o professor um passivo espectador desse fenómeno. Tal não é verdade. Os profesores têm uma função essencial de educadores, formadores, instrutores, quando não são ainda substitutos dos pais, dos assistentes sociais, e das demais estruturas de suporte de um crescimento equilibrado. Quando todos, inclusivaemnte os profesores, tomarem consciencia disso, o ensino melhorará com certeza.
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