Manoel de Oliveira - Cronologia de Uma Vida


11 de Dezembro de 1908 - Nasceu Manuel Cândido Pinto de Oliveira no Porto, mas foi registado no dia seguinte. Filho de Cândida Pinto e Francisco de Oliveira, o primeiro fabricante de lâmpadas em Portugal, teve dois irmãos, Francisco e Casimiro, e dois meio-irmãos. Estudou no Colégio Universal no Porto, e num colégio de jesuítas perto de La Guardia, Galiza.

1928 - Inscreveu-se na Escola de Actores de Cinema e entrou como figurante no filme "Fátima Milagrosa", de Rino Lupo.

1929 - Começou a rodar o primeiro filme, "Douro, Faina Fluvial", com uma câmara oferecida pelo pai e com a ajuda do amigo e fotógrafo António Mendes.

1930 - Fez o documentário "Hulha Branca", sobre a empresa do pai.

1931 - A 19 de Setembro de 1931, no dia em que morreu Aurélio da Paz dos Reis, considerado o pai do cinema português, ante-estreou em Lisboa o documentário mudo "Douro Faina Fluvial", no Congresso Internacional da Crítica. Foi vaiado pelo público. O dramaturgo italiano Luigi Pirandello esteve presente na estreia e estranhou a pateada.

1933 - Participou como actor em "A Canção de Lisboa", de Cotinelli Telmo.

1938 - Venceu a II Rampa do Gradil num carro Edford. As corridas de automóveis, assim como o atletismo, são uma das suas paixões de juventude.

1940 - Casou a 4 de Dezembro com Maria Isabel Brandão Carvalhais e abandonou o automobilismo.

1941 - Estreou "Aniki Bobó", baseado no conto "Meninos Milionários", de Rodrigues de Freitas.

1941 - Nasceu o primeiro dos quatro filhos do realizador.

1946 - Em entrevista à revista Filmagem admitiu abandonar a carreira. Dedica-se à viticultura no Douro.

1955 - Fez um estágio na Agfa, em Leverkussen, Alemanha, sobre cor aplicada ao cinema.

1963 - Estreou "O Acto da Primavera" e é levado pela PIDE para interrogatório em Lisboa, onde conhece o escritor Urbano Tavares Rodrigues.

1964 - Recebeu a Medalha de Ouro no Festival de Siena, em Itália, com "Acto da Primavera".

1965 - A Cinemateca Francesa realizou uma retrospectiva da sua obra. Dedica a curta-metragem "As Pinturas do Meu Irmão Júlio" à obra do pintor Júlio Maria dos Reis Pereira, irmão do escritor José Régio.

Entre 1971 e 1981 realizou a "Tetralogia dos Amores Frustrados", "O Passado e o Presente" (1972), "Benilde ou a Virgem Mãe" (1974), "Amor de Perdição" (1978) e "Francisca" (1981).

1978 - Estreou na RTP uma série de seis episódios a partir de "Amor de Perdição", de Camilo Castelo Branco. O filme estrearia no ano seguinte sob fortes aplausos da crítica.

1980 - Participou no filme "Conversa Acabada", de João Botelho.

1981/1982 - Realizou "Memórias e Confissões" que só pode estrear ou ser exibido publicamente depois da sua morte. Foi rodado numa casa no Porto onde o realizador viveu. Conta com diálogos de Agustina Bessa-Luís e vozes de Diogo Dória e Teresa Madruga. O filme está depositado na Cinemateca Portuguesa.

1982 - Recebeu a Comenda da Ordem de Mérito da República Italiana.

1983 - Foi condecorado Comendador da Ordem de Artes e Letras de França.

1985 - Estreou o filme "O Sapato de Cetim", de quase sete horas, e recebeu Leão de Ouro em Veneza pelo conjunto da carreira.

1987 - Em Julho estreou-se como encenador de teatro em Itália com um espectáculo baseado no conto "De Profundis", de Agustina Bessa-Luís.

1988 - Estreia do filme-ópera "Os Canibais" que conta pela primeira vez com a participação de Leonor Silveira, uma das actrizes de eleição de Manoel de Oliveira.

1989 - Recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique pelo presidente da República Mário Soares.

1992 - Estreia mundial de "O Dia do Desespero" a 30 de Maio de 1992 na Expo92, de Sevilha, em Espanha.

1993 a 2000 - Realiza e Estreia uma longa metragem por ano: "Vale Abraão" (1993), "A Caixa" (1994), "O Convento" (1995), "Party" (1996), "Viagem ao Principio do Mundo" (1997), "Inquietude" (1998), "A Carta" (1999) e "Palavra e Utopia" (2000).

2001 - Para comemorar o facto do Porto, a sua cidade natal, ter sido eleita Capital da Cultura lança a media metragem "Porto da Minha Infância".

2004 - Lança "O Quinto Império", um drama baseado num livro de José Régio.

2005 - Concorre ao Leão de Ouro do Festival de Veneza com "O Espelho Mágico", um drama baseado num livro de Agustina Bessa-Luís.

2006 - Estreou "Belle Toujours", uma homenagem a "Belle de Jour", de Luis Buñuel, no Festival de Cannes.

2007 - Estreou "Cristóvão Colombo - O Enigma" no Festival de Veneza. Manoel de Oliveira e a mulher participam no filme. Distinguido com o American Film Institute Silver Legacy Award nos Estados Unidos.

2008 - Doutor Honoris Causa pela Universidade do Algarve. Investido membro honorário da Academia das Ciências de Lisboa. Vencedor da Palma de Ouro Honorária pela sua carreira, tendo marcado presença em Cannes para a exibição de "Douro, Faina Fluvial". Projecção da curta-metragem "Do Visível ao Invisível" no Festival de Veneza. Inicia em Lisboa a rodagem do filme "Singularidades de uma Rapariga Loura", a partir de um conto de Eça de Queirós, que acabou por estrear no Festival de Cinema de Berlim um ano mais tarde.

2009 - Rodou em Fevereiro, no Douro, o filme "O Estranho Caso de Angélica", recuperando um projecto incompleto dos anos 1950, e apresentou-o no Festival de Cinema de Cannes de 2010, onde foi recebido com grande apoteose.

2012 - Estreia no Festival de Veneza o drama "O Gebo e a Sombra", um filme baseado na peça de Raul Brandão.

2013 - Recebe o Prémio de Mérito e Excelencia da recém criada Academia Portuguesa de Cinema

2014 - Lança a curta "O Velho do Restelo" no Festival de Veneza.

2 de Abril de 2015 - Morre, aos 106 anos de idade, Manuel Cândido Pinto de Oliveira, o Mestre do Cinema Português e uma Lenda da 7ª Arte Internacional. O Porto, Portugal e o Mundo prestam-lhe uma última homenagem. 

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