Realizado por Edward Zwick
Com Daniel Craig, Liev Schreiber, Jamie Bell, George MacKay, Alexa Davalos
Tal como dá a entender, “Defiance” é um duro filme sobre a Segunda Guerra Mundial que nos leva até ao longínquo ano de 1941, altura em que as forças do Eixo dominavam grande parte da Europa e começavam a invadir a União Soviética. Por esta altura, os judeus da Europa Oriental começavam também eles a ser massacrados aos milhares, nos diversos campos de concentração nazi espalhados pelo centro/leste europeu. No intuito de fugir à morte certa, quatro irmãos refugiam-se nas densas matas da Bielorrússia que conhecem desde a infância e aí juntam-se à resistência soviética para dar início a uma desesperada batalha contra os nazis. Daniel Craig, Liev Schreiber, George MacKay e Jamie Bell interpretam o papel desses quatro irmãos (Tuvia, Zus, Aron e Asael Bielski) que, de uma luta pela sobrevivência, evoluem para algo com consequências bem mais amplas: vingar a morte dos seus entes queridos e salvar milhares de outros inocentes das garras de Hitler e dos Nazis. O argumento deste filme, baseado em factos e relatos verídicos, oferece ao público uma visão mais “guerrilhista” da Segunda Guerra Mundial. Em vez de nos apresentar uma típica história de luta entre exércitos e super-potencias, “Defiance” foca-se nos movimentos separatistas e anti-alemães que surgiram um pouco por toda a Europa e que ajudaram a defender os judeus e combater os Nazis. Neste caso concreto, acompanhamos a história de três irmãos judeus bielorrussos (O quarto irmão, Aron, é demasiado novo para lutar) que se unem às forças da União Soviética para fundar um novo movimento de Partisans (um determinados movimento de resistência à dominação alemã) que conseguiu salvar e proteger a vida de mais de mil judeus. Estes resistentes ajudaram a proteger a sua população, mas também desempenharam um papel fulcral na sabotagem e combate das forças alemãs que invadiram a sua pátria. “Defiance” presta portanto, uma homenagem merecida aquele grupo de pessoas que não figurava na lista dos exércitos aliados, mas que ajudou a defender os judeus e a reconquistar a Europa das temidas e organizadas forças do Eixo.
O filme consegue captar de uma forma dramática e angustiante os efeitos que a crueldade Nazi teve nos Judeus e na Europa. Apesar de não nos mostrar a concretização do Holocausto nos campos de concentração, mostra-nos a angústia e constante medo em que as populações judaicas e não-judaicas viviam. A “aldeia” improvisada no meio da floresta bielorrussa e o medo que a sua assustada população sentia com a mera possibilidade de irem parar às mãos dos Nazis é apenas um pequeno exemplo da miséria, emocional e física, vivida naqueles tempos no velho continente. Para além de nos mostrar o drama vivido pelos judeus nessa “aldeia” improvisada e de nos levar numa viagem pelos bastidores dum conhecido movimentos insurgente, “Defiance” também nos brinda com choques ideológicos e morais provenientes das mentalidades e personalidades dos três irmãos mais velhos. Os choques mais profundos e significativos dão-se entre as personagens de Daniel Craig (Tuvia) e Liev Schreiber (Zus). Enquanto que o primeiro defende soluções e ideologias pacíficas, o segundo acompanha as tendências soviéticas que defendem uma ideologia fortemente bélica e sangrenta. É sempre bom acompanhar diálogos que desenvolvem ao máximo, ideologias ricas e interessantes que são fundamentadas de uma forma coerente e realista. Neste caso, somos confrontados com duas visões distintas que são claramente justificadas por ambas as partes, no entanto, há que atribuir um maior crédito à ideologia defendida por Zus, pois era aquela que, muito provavelmente, mais vincava naqueles tempos. No entanto, a ideologia de Tuvia também é importante e deve ser realçada como alternativa bem viável às ideias bélicas do seu irmão. Certamente que hoje essa ideologia fará todo o sentido em vários conflitos internacionais, mas será que perante um regime ditatorial e sangrento como o alemão, a passividade e a pacificidade eram a melhor escolha?
A realização de Edward Zwick é bastante competente e adequada. A sua qualidade como cineasta vem ao de cima na altura de captar as emoções dos quatro irmãos e dos vários judeus que estes ajudaram. Outro aspecto positivo do seu trabalho reside na forma como captou as cenas de combate entre Alemães e seus Inimigos. Na parte técnica de “Defiance” tenho também que destacar a sua banda sonora, que é composta por sons e músicas de grande intensidade. O elenco tem em Liev Schreiber o seu expoente máximo de qualidade. Este actor incorporou categoricamente a sua personagem e subsequente religião, conseguindo captar de forma realista a grande maioria das mentalidades judaicas da época. Daniel Craig, o grande nome do elenco, fornece-nos uma prestação agradável mas longe da qualidade apresentada pelo seu companheiro de profissão. O restante elenco oferece-nos boas prestações secundárias que ajudam a conferir mais intensidade dramática ao filme. Estamos perante mais um filme que recorre à temática da Segunda Guerra Mundial, no entanto, esta obra de Edward Zwick retrata esta difícil época através dum ponto de vista mais especifico que os restantes filmes do género. É uma obra bastante profissional e brilhantemente executada que claramente contem mais pontos positivos que negativos.
Com Daniel Craig, Liev Schreiber, Jamie Bell, George MacKay, Alexa Davalos
Tal como dá a entender, “Defiance” é um duro filme sobre a Segunda Guerra Mundial que nos leva até ao longínquo ano de 1941, altura em que as forças do Eixo dominavam grande parte da Europa e começavam a invadir a União Soviética. Por esta altura, os judeus da Europa Oriental começavam também eles a ser massacrados aos milhares, nos diversos campos de concentração nazi espalhados pelo centro/leste europeu. No intuito de fugir à morte certa, quatro irmãos refugiam-se nas densas matas da Bielorrússia que conhecem desde a infância e aí juntam-se à resistência soviética para dar início a uma desesperada batalha contra os nazis. Daniel Craig, Liev Schreiber, George MacKay e Jamie Bell interpretam o papel desses quatro irmãos (Tuvia, Zus, Aron e Asael Bielski) que, de uma luta pela sobrevivência, evoluem para algo com consequências bem mais amplas: vingar a morte dos seus entes queridos e salvar milhares de outros inocentes das garras de Hitler e dos Nazis. O argumento deste filme, baseado em factos e relatos verídicos, oferece ao público uma visão mais “guerrilhista” da Segunda Guerra Mundial. Em vez de nos apresentar uma típica história de luta entre exércitos e super-potencias, “Defiance” foca-se nos movimentos separatistas e anti-alemães que surgiram um pouco por toda a Europa e que ajudaram a defender os judeus e combater os Nazis. Neste caso concreto, acompanhamos a história de três irmãos judeus bielorrussos (O quarto irmão, Aron, é demasiado novo para lutar) que se unem às forças da União Soviética para fundar um novo movimento de Partisans (um determinados movimento de resistência à dominação alemã) que conseguiu salvar e proteger a vida de mais de mil judeus. Estes resistentes ajudaram a proteger a sua população, mas também desempenharam um papel fulcral na sabotagem e combate das forças alemãs que invadiram a sua pátria. “Defiance” presta portanto, uma homenagem merecida aquele grupo de pessoas que não figurava na lista dos exércitos aliados, mas que ajudou a defender os judeus e a reconquistar a Europa das temidas e organizadas forças do Eixo.
O filme consegue captar de uma forma dramática e angustiante os efeitos que a crueldade Nazi teve nos Judeus e na Europa. Apesar de não nos mostrar a concretização do Holocausto nos campos de concentração, mostra-nos a angústia e constante medo em que as populações judaicas e não-judaicas viviam. A “aldeia” improvisada no meio da floresta bielorrussa e o medo que a sua assustada população sentia com a mera possibilidade de irem parar às mãos dos Nazis é apenas um pequeno exemplo da miséria, emocional e física, vivida naqueles tempos no velho continente. Para além de nos mostrar o drama vivido pelos judeus nessa “aldeia” improvisada e de nos levar numa viagem pelos bastidores dum conhecido movimentos insurgente, “Defiance” também nos brinda com choques ideológicos e morais provenientes das mentalidades e personalidades dos três irmãos mais velhos. Os choques mais profundos e significativos dão-se entre as personagens de Daniel Craig (Tuvia) e Liev Schreiber (Zus). Enquanto que o primeiro defende soluções e ideologias pacíficas, o segundo acompanha as tendências soviéticas que defendem uma ideologia fortemente bélica e sangrenta. É sempre bom acompanhar diálogos que desenvolvem ao máximo, ideologias ricas e interessantes que são fundamentadas de uma forma coerente e realista. Neste caso, somos confrontados com duas visões distintas que são claramente justificadas por ambas as partes, no entanto, há que atribuir um maior crédito à ideologia defendida por Zus, pois era aquela que, muito provavelmente, mais vincava naqueles tempos. No entanto, a ideologia de Tuvia também é importante e deve ser realçada como alternativa bem viável às ideias bélicas do seu irmão. Certamente que hoje essa ideologia fará todo o sentido em vários conflitos internacionais, mas será que perante um regime ditatorial e sangrento como o alemão, a passividade e a pacificidade eram a melhor escolha?
A realização de Edward Zwick é bastante competente e adequada. A sua qualidade como cineasta vem ao de cima na altura de captar as emoções dos quatro irmãos e dos vários judeus que estes ajudaram. Outro aspecto positivo do seu trabalho reside na forma como captou as cenas de combate entre Alemães e seus Inimigos. Na parte técnica de “Defiance” tenho também que destacar a sua banda sonora, que é composta por sons e músicas de grande intensidade. O elenco tem em Liev Schreiber o seu expoente máximo de qualidade. Este actor incorporou categoricamente a sua personagem e subsequente religião, conseguindo captar de forma realista a grande maioria das mentalidades judaicas da época. Daniel Craig, o grande nome do elenco, fornece-nos uma prestação agradável mas longe da qualidade apresentada pelo seu companheiro de profissão. O restante elenco oferece-nos boas prestações secundárias que ajudam a conferir mais intensidade dramática ao filme. Estamos perante mais um filme que recorre à temática da Segunda Guerra Mundial, no entanto, esta obra de Edward Zwick retrata esta difícil época através dum ponto de vista mais especifico que os restantes filmes do género. É uma obra bastante profissional e brilhantemente executada que claramente contem mais pontos positivos que negativos.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
3 Comentários
Estamos ansiosas por ver este filme. Apesar de escreveres bem, esta critica merece o nosso aplauso. Está mesmo perfeita. Iamos ler so um pouco, mas prendeste-nos por completo. Parabéns.
ResponderEliminar"escreveres sempre bem" sorry é a pressa... beijokas
ResponderEliminarDesculpa lá JT mas não concordo contigo. O filme pouco tem de duro e o pouco que tem deve-o ao tema do holocausto, que é cada vez mais repetido no cinema...e já chateia.
ResponderEliminarAcho que o Edward Zwick se preocupou mais com as cenas de acção do filme do que propriamente com a parte dramática das personagens. Dramáticos são o The Pianist do Polanski, o Schindler List do Spielberg, o Katyn do Wajda...
Acho que é um filme razoável mas não para 4 estrelas.
Abraços