Crítica - Bride Wars (2009)

Realizado por Gary Winick
Com Anne Hathaway, Candice Bergen, Kate Hudson

O casamento é, atualmente, um dos temas da moda em Hollywood. Entre dramas e comédias encontramos vários filmes que retratam as várias fases e facetas do matrimónio. Com a excepção de “Sex & The City – The Movie”, as comédias românticas sobre esta temática não têm conseguido obter, nos últimos anos, resultados muitos positivos junto do público e da crítica. O aparecimento de “Bride Wars” veio confirmar a regra dos últimos tempos, mas infelizmente também veio colocar uma nova fasquia negativa para os filmes do género. Em todas as suas vertentes, “Bride Wars” não convence e mostra-se bastante longe de um patamar minimamente medíocre de qualidade.
A sua história centra-se na amizade e posteriores picardias de Liv e Emma (Anne Hathaway e Kate Hudson), as melhores amigas do mundo que, desde crianças, planearam cada detalhe dos seus casamentos. No topo da lista dos seus mais importantes desejos tinham, como prioridade, a realização da cerimónia de casamento no Hotel Plaza em Nova Iorque. Agora, ambas com 26 anos de idade, estão quase a contrair matrimónio e a realizar os seus sonhos de casarem com um príncipe encantado e viverem felizes para sempre como num conto de fadas. Ou talvez não. Um erro do copista causa um encontro de datas, assim, ambas têm o casamento marcado para o mesmo dia. Então, a amizade de longa data de Liv e Emma está exposta a um derradeiro teste. Liv, uma advogada de sucesso que está habituada a ter tudo o que deseja, incluindo o trabalho perfeito e o homem perfeito, não desiste por nada deste mundo a ter o casamento que sonhou desde há muitos anos. Emma, uma professora que tem sido sempre boa a tomar conta dos outros, mas nem sempre dela própria, revolta-se ao aperceber-se que o seu casamento de sonho é posto em risco. Assim, as duas melhores amigas, que fariam qualquer coisa uma pela outra, envolvem-se numa batalha sem barreiras, sem prisioneiros, que se transforma numa autêntica e furiosa guerra.

 

O argumento, através das duas birrentas e detestáveis personagens principais, transforma o casamento numa grande piada sem nexo que relega para segundo plano todos os sentimentos próprios da ocasião, substituindo-os por trivialidades mesquinhas e fortuitas. O enredo contempla várias sequências supostamente humorísticas que de comédia têm muito pouco, porque apostam em partidas gastas e diálogos egocêntricos e infantilmente insultuosos. As relações amorosas das duas personagens principais são muito mal desenvolvidas e raramente apresentam traços românticos, até os pedidos de casamento são secos e despidos de qualquer emoção. O constante jogo de vinganças entre as duas noivas também é um bocado patético e, para além de estar mal pensado, arrasta-se penosamente durante um largo período sem qualquer justificação possível, algo que acaba por prejudicar o ritmo desta obra. Um pouco mais de contenção e imaginação talvez tivesse feito uma maior diferença qualitativa no resultado final. A narração da actriz Candice Bergen é provavelmente o único ponto positivo do filme, porque assume-se como um recurso eficaz na contextualização da amizade das duas personagens principais. Em suma, este argumento nunca aposta na profundidade e criatividade, porque se limita a introduzir numa história frágil vários momentos humorísticos pouco cómicos e originais que condizem na perfeição com a pobre construção das personagens que os exteriorizam.
O cineasta Gary Winick promove uma realização simples e bastante básica que não acrescenta qualquer dinâmica ao filme, no fundo, limita-se a retratar a fraca história de uma forma bastante elementar e correspondente ao seu real valor. O elenco desta obra é liderado por Anne Hathaway e Kate Hudson. Desta última nunca se espera uma grande performance porque, ao longo dos anos, habituou-nos às suas prestações medíocres em comédias românticas de igual valor, no entanto, esperava-se algo mais de Anne Hathaway, uma nomeada ao Óscar de Melhor Actriz que não exibiu neste filme o seu verdadeiro talento e qualidade. As únicas prestações satisfatórias neste filme pertencem às duas actrizes secundárias Candice Bergen e Kristen Johnston, a mítica Sally da famosa série "3rd Rock From The Sun”. Esta obra profundamente comercial e superficial foi fortemente atacada pela crítica e foi muito mal recebida pelo público norte-americano que, aparentemente, começa a cansar-se destas obras vazias e repetitivas. Sem grandes atractivos qualitativos, “Bride Wars” deverá apenas agradar aos espectadores que procurem um filme simples e comum.

Classificação - 1,5 Estrelas Em 5

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