Crítica - Watchmen (2009)

A missão deles é vigiar a humanidade, mas quem vigia os super-heróis?
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Realizado por Zack Snyder
Com Malin Akerman, Billy Crudup, Matthew Goode, Jackie Earle Haley

A par da poderosa Marvel Comics, a DC Comics é uma das editoras de banda-desenhada mais famosas do mundo. Esta empresa é responsável pela criação e desenvolvimento de diversos super-heróis, como o Super-Homem, Batman, a Mulher Maravilha e Aquaman. Em 1986, a DC Comics lançou no mercado mais uma história de banda-desenhada intitulada “Watchmen”, originalmente criada por Alan Moore e Dave Gibbons. A história de “Watchmen” foi dividida em 12 capítulos que rapidamente conquistaram o público norte-americano com o seu enredo profundo e bastante original. O seu imediato sucesso comercial originou vários projectos que pretendiam transportar esta obra para o grande ecrã. A 20th Century Fox adquiriu os direitos de adaptação cinematográfica mas, entre avanços e recuos, o projecto acabou por ser arquivado. Após ter passado sem sucesso pelas mãos da Paramount e da Universal, o projecto cinematográfico de “Watchmen” chegou finalmente aos estúdios Warner Bros. que em 2006 (20 anos depois do lançamento do primeiro livro de banda-desenhada da série) anunciou que o filme iria finalmente avançar. Três anos depois do inicio da sua produção, “Watchmen” chega finalmente às salas de cinemas mundiais envolto num clima de ansiedade e polémica, porque um processo judicial entre a 20th Century Fox e Warner Bros poderia ter ditado o adiamento ou o final do projecto, mas felizmente tudo acabou por se resolver e Zack Snyder, o visionário realizador de “300”, tem finalmente a oportunidade de exibir o seu trabalho final que, nos últimos meses, foi constantemente editado e cortado para satisfazer as necessidades comerciais da Warner.



A história de “Watchmen” é ambientada num Planeta Terra alternativo, onde o aparecimento de super-heróis mudou radicalmente a História e a Humanidade. Temporalmente, a história situa-se em 1985, um tempo de grande tensão entre os EUA e a URSS que ainda continuam em Guerra Fria, no entanto, os acontecimentos passados alteraram um pouco a realidade política deste universo, porque graças aos esforços do Dr.Manhattan, um super-herói com poderes sobrenaturais, a América venceu a Guerra do Vietname, o que desequilibrou ainda mais a frágil balança do poder e segurança mundial. A sociedade norte-americana, liderada pelo Presidente Nixon, era protegida e vigiada por vários super-heróis, mas em 1977 a sua popularidade desceu e a sua existência foi ilegalizada pelo Keene Act, que forçou o desaparecimento e a reforma antecipada de vários ícones da época, no entanto, alguns heróis mantiveram ilegalmente as suas actividades como vigilantes. Em 1985, Edward Blake (The Comedian) é assassinado e a sua identidade secreta é revelada. O seu antigo colega e vigilante mascarado, Rorschach, decide investigar a sua morte e parte em busca do culpado e de respostas concretas. Durante a investigação descobre uma conspiração que visa assassinar e desacreditar todos os super-heróis. À medida que recupera os contactos com a sua antiga legião de justiceiros, um grupo heteróclito de super-heróis reformados, Rorschach descobre uma conspiração mais vasta que está ligada ao seu passado e que pode ter consequências catastróficas para o futuro.



A adaptação desta série de banda-desenhada ao cinema nunca seria fácil devido à sua enorme complexidade, mas o realizador Zack Snyder e os guionistas Alex Tse e David Hayter até fizeram um bom trabalho. Em termos gerais, o argumento do filme mostra-se fiel à história original, mas é claro que nos apresenta uma versão mais compacta da banda-desenhada. Os cortes e edições eram inevitáveis, porque é impossível contar a versão completa de “Watchmen” em três horas. Na minha opinião, a tríade criativa do filme (Zack Snyder, Alex Tse e David Hayter) resumiu muito bem a história original e conferiu-lhe um final diferente mas simbolicamente semelhante. Os fãs da banda-desenhada irão certamente compreender na perfeição o filme, porque têm um conhecimento mais aprofundado das personagens e suas histórias, no entanto, o público que até agora esteve alheio a este fenómeno poderá sentir-se um pouco perdido neste Universo. A construção das personagens foi claramente a área narrativa mais afectada pela falta de tempo. O Dr.Manhattan e o Rorschach até têm um bom desenvolvimento que explicita razoavelmente as suas origens e as suas personalidades, mas personagens igualmente importantes, como Nite Owl e Silk Specter, não tiveram direito ao mesmo tratamento. Outro problema do argumento diz precisamente respeito à relação amorosa entre estas duas personagens, porque tal relação nunca é concretamente justificada e abordada pela história, que preferiu centrar toda a sua atenção e tempo na trama principal, uma decisão sensata mas que corta um segmento narrativo diferente e potencialmente interessante para o público geral. Ainda dentro das personagens penso que a Silk Specter Original poderia ter sido alvo de uma maior atenção, nomeadamente a sua relação amorosa com o The Comedian.


A história propriamente dita divide-se essencialmente em dois blocos. Na primeira hora do filme acompanhamos Rorschach e a sua demanda pessoal para descobrir o assassino do seu colega de profissão. Este primeiro bloco é claramente a parte mais lenta e profunda do enredo, porque começa a criar e desenvolver as bases da história, introduzindo as várias personagens e adensando a trama de conspiração que entretanto é revelada. Esta primeira parte também se torna muito importante para os espectadores que desconheciam o universo “Watchmen”, já que  explicita as origens dos super-heróis e as diferenças históricas deste mundo fictício. O segundo bloco do filme traz-nos as surpreendentes revelações da trama e as cenas mais pródigas em violência e espectáculo visual. A história tem um final algo atípico mas deliciosamente interessante que revela a verdadeira natureza de algumas personagens supostamente heróicas. Em suma, a história é contada de uma forma coerente e minimamente perceptível através de diálogos maioritariamente simples e compreensíveis que iluminam os traços gerais da trama. Os acontecimentos anteriores à história actual são relatados através de flashbacks que poderiam ser mais completos, mas que cumprem a função mínima de contextualizar certos eventos e personagens. É claro que alguns pormenores da banda-desenhada foram ignorados, mas o essencial está presente e mostra-se capaz de agradar a uma grande maioria do público.


Um dos pontos mais interessantes de “Watchmen” é o seu visual. Após ter surpreendido o mundo com “300”, Zack Snyder volta a dar mostras da sua criatividade e genialidade futurista no campo da captação e tratamento da imagem. Os magníficos efeitos especiais misturam-se na perfeição com o ambiente do filme e ganham um maior relevo nas cenas de acção. Estas foram brilhantemente coreografadas e apresentam uma constante mudança de ritmo que lhes confere uma maior espectacularidade. Às diversas cenas de elevada qualidade temos que juntar uma competente fotografia, que capta na perfeição a mistura entre o ambiente dos anos 80 e o inerente futurismo das personagens. Na vertente técnica também tenho que destacar a magnifica banda sonora, que mistura vários sons de diversos géneros. Algumas cenas dão-se ao luxo de ter como pano de fundo musical, canções de artistas icónicos como Bob Dylan, Janes Joplin, Jimi Hendrix e Simon and Garfunkel.



O elenco não nos apresenta nenhum grande nome de Hollywood, mas isso não implica a inexistência de qualidade. Existem algumas performances razoáveis mas também existem algumas performances de grande nível. Dentro da excelência encontramos Jeffrey Dean Morgan e Jackie Earle Hailey, que deram respectivamente vida a The Comedian e Roscharch. Ambos atribuíram um forte carácter às suas personagens e merecem todos os créditos pela força das suas personagens no grande ecrã. Patrick Wilson (Nite Owl II) e Carla Gugino (Silk Spectre I) desiludem um bocado, mas a pobre construção das suas personagens impediu de certa forma uma melhor prestação. Malin Akerman (Silk Spectre II), Billy Crudup (Dr.Manhattan) e Matthew Goode (Ozymandias) apresentam uma performance razoável e dentro do esperado.



Em última análise, “Watchmen” não desilude, porque tendo em conta as diversas condicionantes, seria impossível fazer algo melhor. O filme assenta num maravilhoso visual e numa incrível banda sonora que completam na perfeição uma história bastante original e interessante. Na minha modesta opinião, estamos perante uma das melhores adaptações de uma banda-desenhada ao cinema.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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14 Comentários

  1. Grande Filme. Mete Dark Knight numa gaveta.

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  2. Não exageremos. "The Dark Knight" é um filme muito mais profundo e com muito mais mensagem do que este "Watchmen"...

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  3. São filmes diferentes e histórias diferentes, não se podem comparar. Pessoalmente gostei mais deste Watchmen porque tem um principio, meio e fim ao passo que "The Dark Knight" dependerá de terceiros e depende do primeiro para se etender na totalidade. É claro que The Dark Knight tem um elenco extraórdinário e uma profundidade digna de registo mas também é um filme com outras dimensões já Watchmen, como filme de banda desenhada, dá-lhe 10-0

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  4. Olá! Eu nunca li a história em quadrinhos, mas gostei muito do filme. Até fiz um post sobre ele em meu blog enfocando mais o aspecto psicológico dos personagens, ponto alto da história na minha opinião.

    Abraço!

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  5. Rui,

    Comparativamente, o TDK é melhor que o Watchmen mas a obra de Alan Moore é infinitamente mais profunda do que a obra de Nolan.

    Aliás, a componente filosófica de Watchmen representa muito mais do que TDK procura ser.

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  6. Uma boa crítica com uma óptima apresentação, estão aqui imagens muito bonitas que ainda não tinha visto. O filme é um verdadeiro espetáculo visual que conta uma história bastante interessante e original sobre o lado humano dos herois e algumas problemáticas políticas que acabaram por surgir do Keene Act. É um filme muito profundo em conteudo, muito mais que o "The Dark Knight", afinal de contas qual é a mensagem profunda do Batman? Um heroi pode-se tornar um vilão? Afinal de contas Watchmen faz o mesmo, basta verem o Ozymandis. Quanto às personagens adorei o Dr.Manhathan, uma personagem espetacular, acredito piamente que se houvesse um super-herói com poderes no mundo, seria exactamente igual a ele, aproveitado pelos EUA e alheio à humanidade porque estar convicto da sua grande superioridade física e mental. O oposto é a Silk Specter, presente para dar o elemento feminino ao filme. Se ela não queria ser heroina porque raio e que é? Outra coisa que não etendi muito bem no filme foi o Nite Owl, se ele é um veterano como é que existe uma primeira versão? Apesar de tudo é um excelente filme. Já agora, a Warner foi muito inteligente em colocar o filme antes do verão, assim evita os Grandes Peixes e lucra bastante no Mundo.

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  7. Não vi nada de bom nesse filme, tem muito blá blá blá, história péssima, cheio de buraco na história, e não entendo como teve toda essa repercussão, só na minha sala saíram pelo menos 4 pessoas no meio do filme, eu só não sai porque tinha esperanças que ele ia melhorar, uma história que quer ser a rebelde das histórias, mais no cinema só quer faturar como qualquer filme Hollywoodiano, senão não teria o orçamento tão alto e toda aquele Bla bla do Allan Moore- oh eu odeio Hollywood, mais compre minhas histórias e façam filmes-. Zack Snyder é tão preguiçoso que fez a cópia do HQ em todos os sentidos, mais Cinema não é Gibi, tanto que a qualquer momento eu estava imaginando aparecer na tela quando o cara batia aqueles - Pow, Tum, Tchaá - em forma de balõezinhos de gibi. Decepcionei-me muito com o filme, não tem nada de Inteligente que eu tenha visto, vários diálogos filosóficos, querendo cutucar os políticos, Deus, a humanidade, ohh o mundo cruel.. Mas nada de incrivelmente diferente. Os "heróis" matavam quem matava crianças, no entanto os "heróis" matavam mulheres grávidas e estupravam, o "Deus" do filme sabia tudo, mais caiu no truque mais barato dos filmes, e Inteligentão "previa" o que todo mundo ia fazer, quais as reações e pensamentos de todo o mundo para fazer o plano Infalível e o "nada de surpreendente final". As únicas coisas que na minha modesta opinião se salvaram foi a trilha sonora, que é tão boa que não combinou com o filme e a Malin Akerman
    . De longe o PIOR PIOR PIOR filme que assisti até hoje, se soubesse que ia ser assim tinha ido assistir um daqueles idiotas “besteirol americano”, "burrinhos" a nível Alan Moore mais que pelo menos vale uma ou duas risadinhas. Agora é só esperar o naufrágio nos cinemas agora, que convenhamos Watchmen não tem tantos fãs assim, tem muitos curioso, e chega dessa desculpa que quem não gostou do filme ou é burro ou não leu o gibi, nada haver, quem quer filosofia que vá ler, Platão, Sócrates, Marx então em vez de gibis, quem quer sangue vá assistir Jogos mortais o Barbero Demoniaco, e quem quer pornochanchada vá assistir aos filmes brasileiros antigos, se diverte mais do que assistir a está "obra-prima", essa é a minha modesta opinião, pra quem estiver lendo e quiser assistir o filme no cinema, antes que seja tarde e você já tenha pago o ingresso.

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  8. É uma excelente adaptação de banda-desenhada mas não é uma obra-prima. Por amor de deus, não vamos colocar num patamar tão elevado uma obra de super-herois. Detestei que fizessem do Dark Knight um colosso cinematográfico e fazer deste Watchmen a mesma coisa é gozar com os verdadeiros filmes. Ainda bem que a Academia sempre teve o bom senso de por os filmes heroicos a concorrer unicamente nas categorias secundárias porque senão, os filmes que gastassem mais dinheiro andavam sempre nas nomeações.

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  9. acho que posso claramnte completar com você meu amigo PABLO!

    você é do tipo que procura só ação.
    do tipo que não gosta de filme de hq com ótimos dialogos.tipo SIN CITY,nem deve ter entendido do porque é preto e branco e claro deve ter odiado.

    e por fim meu favorito,achou que era mais um daqueles filmes de super herois colorido,tipo homem aranha,x man,quarteto fantastico,sem nenhuma endosagens de bons dialogos,filmes que só se preucupam com os efeitos,não to falndo que eles saum ruins,mas voc6e deve ser desse tipo,e claro deve tá adorando em saber que vai ter uma adaptação de dragom bal.

    pronto.

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  10. Na minha opinião, os filmes de super-heróis são quase um género cinematográfico à parte. Não se enquadram (ou pelo menos não deveriam enquadrar-se) só nos filmes de acção ou aventura ou efeitos especiais, há sempre uma temática subjacente muito rica, que penso ser a base das bandas desenhadas de origem. Quer sejam reflexões sobre a sociedade, sobre política, sobre a condição humana, é certo que estas histórias nas mãos de artistas e não de mercenários originam grandes filmes, na minha opinião tão bons quanto quaisquer filmes que tenham um bom argumento e uma boa realização. Zack Snyder, Christopher Nolan, Sam Raimi, Bryan Singer, eis exemplos de artistas. Brett Ratner, Tim Story, Mark Steven Johnson, eis exemplos de mercenários, que ainda por cima têm 2ª e 3ª hipótese de produzir obras medíocres, enquanto que os artistas têm de andar a pedinchar por liberdade criativa e para que as suas obras saiam o mais genuínas possível.

    Os primeiros 2/3 deste filme deixaram-me absolutamente maravilhada! A começar com os créditos iniciais mais geniais que alguma vez vi, que em 5 minutos nos põem a par desta realidade alternativa, tanto social como politicamente, e nos dão a conhecer a primeira geração de guardiões, ao som de "The times are a-changing" de Bob Dylan. Achei a realização muito eficaz e sentida, denotando muito respeito pelo universo original, como já acontecia em "300", acho que esta é uma das grandes qualidades de Snyder. A estrutura em flashbacks foi muito bem organizada, as histórias das personagens fluem perfeitamente com a narrativa principal, só é realmente pena não ter havido tempo para todas elas, como bem dizes, JT. A personagem do Comediante, para mim, é o símbolo puro da hipocrisia pseudo-humanista dos EUA e dos seus soldados G.I. Joe, por isso não me chocou as atrocidades que ele era capaz de cometer. As retrospectivas do Rorschach e do Dr. Manhattan estão soberbas, e no final são as personagens mais ricas em diálogo, motivações e princípios, mas falharam muito com a Silk Spectre e o Nite Owl, que depois se fez sentir muitíssimo na relação completamente a despropósito que nasce entre eles.

    E é aqui que o filme para mim começou a perder o interesse... foi construído neste crescendo de densidade e complexidade e precipitou-se em direcção a um fim demasiado banal para o que nos foi prometido (falo sem conhecimento total de causa, não conheço a BD, estou a analisar puramente a obra cinematográfica). Transforma-se quase num filme de golpe com twist rebuscado, e é verdade que não se percebe como o Dr. Manhattan não previu tal coisa. Mas na totalidade não posso deixar de sentir que é um grande filme, uma grande adaptação e uma grande crítica incisiva e mordaz à nossa sociedade e a nossa história. E um alarme sobre o nosso futuro se os nossos princípios e a nossa política se mantiverem. E avassalador em termos visuais e de montagem.


    No entanto, na minha opinião, não é um filme tão completo e uno como The Dark Knight... talvez porque prefiro ensaios sobre a condição humana do que políticos. Não tenho rigorosamente nada a repreender a TDK, e a este tenho...

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  11. A mensagem de "The Dark Knight" não é essa de que um herói se pode tornar um vilão. O filme de Nolan faz uma reflexão profunda sobre a condição humana e a sua própria psiké. É um filme com uma mensagem muito clara: todos nós temos um lado negro e apenas não o mostramos mais vezes porque estamos disfarçados pelas supostas leis e moralidades da sociedade. Mas essas leis, normas e moralidades podem vir abaixo muito depressa. Essencialmente quando nos encontramos ameaçados e despimos o manto social que nos mascara e obedecemos à cultura primitiva do "salve-se quem puder" que caracteriza todos os animais. O Joker é o intrumento que traz a anarquia, o caos e com ele a verdadeira face do ser humano.
    É esta a mensagem profunda de "The Dark Knight". Vão dizer-me que "Watchmen" consegue ir mais longe e ser mais profundo e pertinente que isto?

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  12. Concordo com a Ana. Interessantemente acredito que este filme, no seguimento de Dark Knight, marcou um ponto de viragem no género: Não gosto de filmes de super-heróis precisamente porque de uma forma geral vieram distorcer o sentimento das BD. Nas BD os herois são humanos que de repente se viram confrontados com um poder que eles próprios têm dificuldade em saber entender. O cinema veio transformar tudo isso num grande espectáculo de efeitos especiais e grandes imagens compoturizadas, afastando, quanto a mim, a essência da BD. O Batman de Tim Burton começou a trazer para a figura do super-heroi um tom mais negro, mais problemático...as restantes adaptações ao grande ecran acabaram por ofuscar esse trabalho feito. Em Watchmen parte-se brilhantemente da ideia de que todos sabemos o que é um super-heroi.. para a seguir transfigurar tudo isso. No entanto, mérito aos criadores da BD. A realização de Zack Snyder no entanto acaba por não trazer muita originalidade... e esse é na minha opinião o problema dos filmes sobre super-herois... não há muita margem para reinvenção.

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  13. A opnião do Pablo é café-com-leite. Vem aqui com um blablabla pseudo intelectual. A análise feita dos personagens foi lamentável. Deves, provavelmente, ser um desses guris que acham que manjam muito fazendo uma analise cética das coisas.

    Quanto ao filme, quem conhece Watchmen (e mais ainda as obras do Moore) sabe que esta foi uma adaptação bem equilibrada. As atuações de Rorschach e o Comediante ficaram dignas de serem revistas uma ou mais vezes.

    Enfim, um bom filme que vale a pena ver no cinema, chegou próximo ao original e o final foi satisfatório.

    Depois de Sin City é, para mim, a melhor adaptação de comic-movie.

    Agora se você espera um rambo...bom, vá assistir rambo.

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  14. É impossível comparar TDK com esse Watchmen. Voces estavam dizendo que Dark Knight nao tem mensagem alguma, agora digam-me, o que Watchmen transmite? Que os filhos são um milagre? Que é preciso matar milhões para salvar bilhões? Que tipo de mensagem é essa? Além do mais, algumas cenas desse filme são de um terror desnecessário, como uma menina esquartejada dada ao cães...Parece até a cena de AvP2 em que o Alien ameaça matar bebês, bom, ao menos, a cena não mostra ele estraçlhando as crianças, como em Watchmen, cachorros acabam com um menininha. Sem falar nos palavrões, parece até ''Os Normais'', já que eles são citados umas dez vezes. O bom mesmo é a trilha sonora, se não fosse ela, essa porcaria iria por água abaixo, mais do que já está afundado. E, corcordem comigo, é impossível comparar uma obra cinematografica (Batman O Cavaleiro das Trevas) com essa coisa aí. Dizem que foi uma ótima adaptação de banda desenhada, e o Batman foi o que? Bom, esse Watchmen foi um dos filmes (filme?) mais idiotas (com uma mensagem mais sem nexo) que eu já vi. Só perde pra AvP2, que nem é tao sujo como esse.

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