Crítica - Profissione: Reporter (1975)

Realizado por Michelangelo Antonioni
Com Jack Nicholson, Maria Schneider, Jenny Runacre

David Locke (Jack Nicholson) é um repórter que viaja desesperado por África em busca de uma guerra que era suposto cobrir. Quando descobre que um outro hóspede do hotel onde dormia morreu subitamente, assume a sua identidade e de algum modo a sua vida. Seguindo os encontros marcados na agenda do falecido, Locke viaja pela Europa e por África envolvendo-se no tráfico de armas com uma facção rebelde de um pais africano. Nestas deambulações é acompanhado por um bela jovem (Maria Schneider, a sensual protagonista do polémico Ultimo tango a Parigi) e perseguido pela ex-mulher e um colega do jornal, que julgando tratar-se de Robinson desejam saber pormenores sobre a morte de Locke. Quando finalmente está quase a ser desmascaro é encontrado convenientemente morto, como se aquele tivesse sido o modo que encontrou para se despedir de vida de uma forma mais excitante.
O filme, se de algum modo nos marca, é mais pelos cenários fascinantes do que pela capacidade de manter o suspense que um thriller exige ou tão pouco pelo calor do romance, mal explicado na história e pouco convincente. Com uma maneira muito própria de narrar, Antonioni segue com a câmara frequentemente longas cenas absolutamente secundárias antes de chegar às personagens que procura, o realizador não consegue criar um ritmo necessário para criar a tensão desejável mas consegue estimular bastante as fantasias de qualquer homem da época, uma vida de aventura, a possibilidade de começar de novo, o romance sem compromisso. A originalidade e marca europeia é visível sobretudo no final, com a morte de Locke e as possíveis reflexões sobre a vida que ela nos suscita. O filme está disponível em DVD numa edição Sony Pictures.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5

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