Crítica - Soul Men (2008)


Realizado por Malcolm D. Lee
Com Samuel L. Jackson, Bernie Mac, Sharon Leal

No ano passado, despedimo-nos de algumas estrelas mediáticas do mundo do espectáculo que marcaram as suas respectivas artes com o seu talento e qualidade. Bernie Mac e Isaac Hayes foram duas dessas portentosas celebridades que nos abandonaram mas que nos deixaram um impressionante legado artístico. “Soul Men” representa as áreas em que estas duas estrelas mais se destacaram, o cinema humorístico e a música soul. Ao combinar o vasto mundo da comédia cinematográfica com um dos géneros musicais mais característicos dos Estados Unidos da América, Malcolm D. Lee apresenta-nos uma obra diferente mas apelativa que apesar de algumas falhas, consegue entreter e prestar uma homenagem decente aos seus dois falecidos actores Bernie Mac e Isaac Hayes. Em “Soul Men” somos apresentados a dois antigos membros de um célebre grupo de soul dos anos 60 que aceitam participar num digressão em homenagem ao seu antigo líder (John Legend) que entretanto faleceu mas que foi o único membro do grupo a ser bem-sucedido numa carreira a solo. Após longos anos de afastamento, Louis (Louis Hinds) e Floyd (Bernie Mac) terão que ultrapassar as suas divergências pessoais para resolverem os vários problemas que enfrentarão pelo caminho desta sua digressão.
O argumento exibe alguns momentos de comédia que englobam maioritariamente as situações mais caricatas que esse virtuoso duo (Louis & Floyd) enfrenta na estrada, entre confrontos de personalidade entre os dois protagonistas e cómicas interacções com personagens secundárias que cruzam o seu caminho, “Soul Men” fornece alguns momentos de boa disposição, no entanto, existem algumas situações menos engraçadas e perfeitamente dispensáveis que não acrescentam nada ao filme mas que são absorvidas por momentos claramente mais interessantes. O drama também marca presença neste filme através de alguns problemas que afectam as personagens secundárias como Cleo, a vocalista feminina do grupo que tem de lidar com um namorado abusivo. Esta alternância entre comédia e drama enriquece o conteúdo narrativo da obra que mostra-se capaz de agradar a um amplo espectro de espectadores. Apesar desta valorosa alternância entre géneros, o grande interesse do filme está mesmo na sua vertente musical que presta um merecido tributo aos inúmeros grupos soul que percorreram durante anos, as estradas norte-americanas. São várias as lendas deste género musical que participam no filme, entre os nomes mais sonantes destacam-se Isaac Hayes e John Legend que colaboram em alguns momentos musicais do filme. Para além de apresentar algumas performances ao vivo, “Soul Men” é constantemente acompanhado por uma banda sonora recheada com os maiores êxitos do género. Neste campo musical resta-me referir que o famoso produtor Randy Jackson assume um papel secundário como narrador desta história.
O falecido Bernie Mac tem nesta obra a sua penúltima prestação cinematográfica como actor mas infelizmente, esta foi a sua ultima grande performance como protagonista porque em “Old Dogs” desempenhará um papel meramente secundário. Apesar desta não ter sido a sua melhor prestação, Bernie Mac conseguiu mostrar-nos um pouco daquela magia humorística que o celebrizou. O seu co-protagonista, Samuel L. Jackson, também não exibe uma performance de luxo mas tal como Bernie Mac conseguiu interpretar, com algum talento e carisma, vários temas históricos da música soul. Sharon Leal (Cleo) assume-se como a grande surpresa do elenco ao exibir uma tremenda prestação e uma excelente capacidade vocal. O soul não é um género musical muito apreciado ou conhecido em Portugal, no entanto, os apreciadores de comédias ou musicais irão certamente ficar satisfeitos com este produto que fica irremediavelmente marcado pelos impressionantes duetos musicais entre Bernie Mac e Samuel L. Jackson.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5

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