Crítica - Naboer (2005

Realizado por Pål Sletaune
Com Kristoffer Joner, Cecilie A. Mosli, Julia Schacht

É no mundo encantado do pensamento Freudiano, e nesse labiríntico código psicológico de significados conduzidos pela líbido que Pål Sletaune [Budbringeren, 1997] busca a rede, sem solução. Existe, no entanto, um problema. Fede a hormonas. Algo entre o prefácio do pensamento-mistério de Lynch e o thriller, envolvido nos braços intensos, rectilíneos do suspense, de luxo. Já do outro lado do obstáculo, a ordem é mesmerizar, escondendo a surpresa em paredes, com sensações vivas e espécies particulares de fantasias eróticas. Existem poucos filmes onde os imóveis patéticos, que repartem a vida dos comuns, são um personagem desta magnitude.
Simon Boswell criou o batimento cardíaco, que não contempla inicialmente, mas após a maturidade, procura nos instrumentos psíquicos da imagem a nomenclatura específica para as causas do comportamento. As mulheres são édules, profundamente narcisas, complementar produto erróneo da verdade inicial. Já haviam tido relações, sempre com homens coleccionadores, de tendência donjuanesca. O nome do armário, encostado às paredes, é furor uterino. Tensões, pulsões sexuais, mas acima de tudo, entretenimento masoquista não gratuito, quando convidadas ao mesmo orifício: a memória. Sorriem apenas com a brisa, forte, num estado de mil caras entreabertas.
Um tipo frio que caminha nas abreviaturas do instinto. Onírico e solene para com definições irracionais. Obsessão, paranóia, desejo, músculo hiperbólico de um osso inquieto. Na hiperstenia da imagem, Naboer é uma produção multi-nacional (Noruega, Dinamarca e Suécia) sublinhada pelo alto orçamento exemplarmente investido: fotografia, direcção, mise-en-scène, tudo um primor dissemelhante do que é habitual quando abrimos o dicionário na letra «T», e procuramos «Terror».

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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