Crítica - Chéri (2009)

Realizado por Stephen Frears
Com Michelle Pfeiffer, Rupert Friend, Kathy Bates

O aclamado Stephen Frears, um dos cineastas britânicos mais premiados da actualidade, apresenta-nos “Chéri”, uma adaptação cinematográfica do homónimo romance de Colette. A acção da história situa-se na França da Belle Époque, onde Lea de Lonval (Michelle Pfeiffer), uma cortesã parisiense de meia-idade, inicia uma ligação romântica com o jovem Chéri (Rupert Friend), filho mimado de uma mulher poderosa, também ela cortesã. Seis anos depois, pressentindo as consequências da relação de Chéri com Lea, a mãe do rapaz (Kathy Bates) decide-se por um casamento de conveniência, obrigando o filho a desposar a jovem e inocente Edmée (Felicity Jones), proveniente de uma família rica e bem conceituada, no entanto, à medida que o casamento com Edmée se aproxima, Lea e Chéri percebem que a sua ligação tem raízes muito mais profundas do que poderiam imaginar.
O argumento é moderadamente interessante, mas apresenta-nos algumas falhas imperdoáveis que afectam o desenvolvimento da acção. A principal característica negativa da narrativa é a sua pureza excessiva, porque se esperava mais polémica e paixão de uma obra sobre cortesãs atiradiças e romances inapropriados. A construção das personagens também é extremamente banal, sendo as suas intenções sentimentais completamente previsíveis e desinspiradas. Entre os principais pontos positivos da história encontramos os fantásticos diálogos que, através da sua construção extremamente irónica, incutem alguma classe e diversão à história. A talentosa direcção de Stephen Frears une-se aos diversos pormenores de qualidade dos vários aspectos técnicos que embelezam e credibilizam esta obra, nomeadamente a clássica fotografia e o extenso guarda-roupa que representam na perfeição a época temporal da história. O elenco também se destaca pela positiva através das grandes performances individuais de Michelle Pfeiffer e Kathy Bates, duas grandes actrizes que surpreendem novamente o público com duas prestações extremamente completas que abafam as debilidades das suas personagens. Esta nova produção de Stephen Frears é agradável, mas é substancialmente e criativamente mais débil que os seus últimos trabalhos cinematográficos, no entanto, poderá agradar aos espectadores que apreciem uma simples história romântica sobre paixões polémicas.


Classificação – 3 Estrelas Em 5

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