Crítica – Caravaggio (1986)

Realizado por Derek Jarman
Com Nigel Terry, Sean Bean, Tilda Swinton

Lutando sempre com reduzidíssimos orçamentos, Derek Jarman conseguiu produzir obras extraordinariamente criativas, congregando em seu redor equipas de grande talento. Caravaggio, filme pelo qual recebeu um Urso de Prata no Festival Internacional de Berlim, é uma bio-pic da vida do pintor Michelangelo Merisi da Caravaggio. Explorando ao máximo a homossexualidade do talentoso artista e a vida desregrada que levava, o realizador reproduziu em quadros vivos, cuidadosamente estudados, as obras do primeiro pintor moderno. Esta beleza plástica é o aspecto que nos toca com mais força ao longo de todo o filme.
À beleza plástica alia-se a reflexão proposta sobre a sexualidade e o modo como ela dialoga com a identidade e a criatividade. O filme, sempre filmado em estúdio, certamente por razões económicas, consegue ainda assim ser uma fiel reprodução do ambiente marginal de que o pintor se rodeava, ainda que ligado de perto ao clero e à corte. A exploração emocional do triângulo amoroso em que Caravaggio viveu grande parte da sua vida convence completamente pela beleza física de Sean Bean, Tilda Swinton e de Nigel Terry e toda a química que se cria entre os três. A transformação exterior de Lena (Tilda Swinton), que de marginal passa a cortesã, é acompanhada por uma real transformação interior da mesma, que comprovar mais uma vez a enorme capacidade da actriz que encantou ao longo de tanto tempo o realizador. O guarda-roupa da galardoada Sandy Powell é também ele absolutamente estonteante e uma pequena obra de arte.


À beleza plástica alia-se a reflexão proposta sobre a sexualidade e o modo como ela dialoga com a identidade e a criatividade. O filme, sempre filmado em estúdio, certamente por razões económicas, consegue ainda assim ser uma fiel reprodução do ambiente marginal de que o pintor se rodeava, ainda que ligado de perto ao clero e à corte. A exploração emocional do triângulo amoroso em que Caravaggio viveu grande parte da sua vida convence completamente pela beleza física de Sean Bean, Tilda Swinton e de Nigel Terry e toda a química que se cria entre os três. A transformação exterior de Lena (Tilda Swinton), que de marginal passa a cortesã, é acompanhada por uma real transformação interior da mesma, que comprovar mais uma vez a enorme capacidade da actriz que encantou ao longo de tanto tempo o realizador. O guarda-roupa da galardoada Sandy Powell é também ele absolutamente estonteante e uma pequena obra de arte.
A morte prematura do realizador e o tempo que dista da obra que deixou faz-nos reflectir sobre onde poderia ter chegado se tivesse vivido mais tempo e tivesse conseguido orçamentos mais favoráveis. Por outro lado, esta escassez de meios foi, como vimos, uma fonte de inspiração para se criar mais e mais com os meios de que se dispunha. O filme está disponível em DVD numa edição do British Film Institute.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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3 Comentários

  1. É um destes filmes sempre deixei para assistir depois e acabei não vendo.
    Mas ainda darei uma chance.

    Até mais

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  2. Excelente filme, só o entenderá que tem
    sensibilidade artística,digo tem que ser culto
    o suficiente para compreender-lo, já dizia a celebre
    frase: " o sábio vê, analisa e compreender;o ignorante
    por sua vez, ignora,será por quê?

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