Crítica – Papillon (1973)

Realizado por Franklin J. Schaffner
Com Steve McQueen, Dustin Hoffman, Woodrow Parfrey

Baseado no livro autobiográfico de Henri Charrière, Papillon narra a história fabulosa, e mais impressionante ainda por ser verdadeira, de Henri “Papillon” Charrière (Steve McQueen), um homem injustamente condenado à prisão perpétua por assassínio. Papillon foi então enviado para a Guiana Francesa onde deveria cumprir a sua pena nas condições mais desumanas. Cedo se torna amigo de Louis Dega (Dustin Hoffman), numa relação que durará muitos anos e que por vezes lhe é extraordinariamente útil. Charrière distingue-se dos outros presos pela sua incapacidade de aceitar o destino que lhe reservaram, tentando fugir de todas as maneiras possíveis insensível ao agravamento da pena para foragidos. Chegou mesmo a chegar a uma comunidade de leprosos e a uma tribo índia mas foi traído por uma freira católica e voltou à prisão onde cumpriu cinco anos de solitária, seria muitos anos mais tarde, quando o julgavam já perdido e quebrado, que consegue a grandiosa fuga rumo à liberdade. Charrière sobreviveu mais anos que o inumano sistema penal da Guiana Francesa.


Longo, lento e pesado como o romance de que parte, este filme faz literalmente o espectador sofrer os martírios daquele exílio com o protagonista. O ritmo narrativo é apenas alterado, durante as cerca de duas horas e meia de duração, pelos momentos de euforia provocados pela iminência da liberdade, voltando à soturnidade do isolamento, do sofrimento e do desespero dos homens ali encarcerados. Esta tendência descritiva da realização é um dos aspectos mais interessantes da obra. Sentimos de facto o calor húmido e pesado, a escuridão da solitária, o odor fétido dos corpos moribundos, bem como a energia daquele homem incapaz de aceitar as limitações que a vida lhe impõe, conseguindo o inimaginável. Notáveis são também as interpretações de Steve McQueen e de Dustin Hoffman, num dos melhores períodos da sua carreira. A caracterização dos dois prisioneiros acompanhando as transformações físicas e mentais que aquela prisão lhes infringe é também digna de nota e um bom aliado da construção das personagens. Como disse alguém a vida supera sempre a ficção e a história de Papillon é disso mesmo a prova. O filme foi nomeado para o Óscar de Melhor Música Original de Jerry Goldsmith, também Steve McQueen foi nomeado para o Globo de Ouro pela sua interpretação.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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5 Comentários

  1. Concordo plenamente quando associas a evolução das personagens ao espaço físico da prisão. Um filme muito bom que veio definir um pouco o que é o sub-género "prison movie". Reforço a nota para o desempenho de Dustin Hoffman... muito bom mesmo.

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  2. De longe o melhor filme sobre presidiários. Já que refilmam tanta porcaria, este sim merece uma refilmagem de alto nivel, nas mão de um diretor de primeira linha.

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  3. Edu Nascimento - " Revi novamente o filme... ainda não entendi e achei desnesseçaria e destoante - da forma como foi mostrada - o tempo que "Papillon" passou com os índios. As interpretações mereciam Oscar de ator e coadjuvante a ambos!".

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  4. Livro Papillon chegou a ser o terceiro mais vendido no planeta perdia apenas para Bíblia Sagrada e o Alcorão a bíblia dois muçulmanos, isso significa que tem milhares de pessoas em todo o planeta que leu os livros (Papillon e Banco) e assistiram ao filme “Papillon” e acreditaram ser Henri Charriére o autor, mais tudo não passou de uma grande farsa!
    O verdadeiro autor foi René Belbenoit que após fuga viveu em Roraima Brasil e adotou o sobrenome Schehr!
    Farsa comprovada em diversas pericias entre ela a dos peritos da Policia Federal:-http://plataopapillon.com.br/papillon/index.php?option=com_content&task=view&id=1&Itemid=1
    TRILHA SONORA https://www.facebook.com/photo.php?v=10201711634818460&set=vb.1407990810&type=2&theater

    VEJA MAIS: Ex-sócio de Papillon quebrou o silêncio, e contou tudo:-http://www.flickr.com/photos/platao/8366914031/in/photostream
    Contato: Platão Arantes
    Jornalista registro 1.093 FENAJ
    095 81129898

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  5. Filmaço!Vi na minha infância com meu pai e hoje na madrugada,como sempre com insônia,aproveitei que estava reprisando e dei uma conferida! Deveriam fazer uma refilmagem!

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