Crítica - Astro Boy (2009)

Realizado por David Bowers
Com Freddie Highmore, Kristen Bell, Nathan Lane, Eugene Levy

A adaptação cinematográfica do conhecido mangá/anime “Astro Boy” é um verdadeiro fracasso qualitativo e comercial. A sua narrativa não é emocionante e não consegue entreter o seu público-alvo, ou seja, as crianças que estão habituadas às histórias menos enfadonhas e mais envolventes das principais animações cinematográficas dos maiores estúdios americanos. “Astro Boy” é ambientado num cenário futurista e é protagonizado por um jovem robot com poderes extraordinários que foi criado por um cientista que muito recentemente perdeu o seu próprio filho. Os seus fantásticos poderes chamam à atenção dos políticos e dos militares que pretendem utilizar a sua incrível tecnologia para fortalecer as suas forças militares, no entanto, Astro Boy não se irá render às forças malignas e irá lutar corajosamente para salvar tudo aquilo que é mais precioso para si e, ao mesmo tempo, perceber o que é necessário para ser um herói


O criador de “Astro Boy”, Ozamu Tezuka, transformou esta sua criação num verdadeiro fenómeno cultural que rapidamente transpôs as fronteiras nipónicas e conquistou a atenção de milhares de indivíduos em todo o mundo, assim sendo, era expectável que a sua versão cinematográfica fosse alvo de um maior cuidado e de uma maior atenção mediática, no entanto, isso não aconteceu. “Astro Boy” aposta numa sofrível narrativa que não consegue agradar às crianças ou aos adultos porque é composta por uma elevada mas enfadonha vertente melodramática que afasta claramente a atenção e o interesse dos espectadores mais novos mas também porque não nos consegue oferecer muitos momentos cómicos que se evidenciam pela sua criatividade ou qualidade. O filme também tenta transmitir, sem grande sucesso aparente, algumas mensagens ligadas a vários aspectos importantes da nossa sociedade, como por exemplo, as problemáticas ecológicas ou as questões morais que se levantam em relação aos avanços tecnológicos, mensagens essas que poderão ser facilmente entendidas pelos adultos mas que muito provavelmente serão ignoradas pelos mais novos.


A sua vertente visual não tem o charme estético das grandes animações comercias, no entanto, é amplamente satisfatória porque é tecnologicamente irrepreensível e porque nos apresenta alguns traços característicos do anime/mangá original, esta ultima característica serve como uma merecida homenagem ao trabalho de Ozamu Tezuka. Eu acredito que David Bowers fez o melhor que conseguiu com o seu pequeno orçamento que representa, muito provavelmente, metade do orçamento das grandes produções de animação da Pixar/Disney ou da DreamWorks. O elenco vocal de “Astro Boy” é competente mas não se assume como um dos seus elementos mais preponderante, no entanto, são vários os actores conceituados que emprestaram as suas vozes às várias personagens que protagonizam esta animação, assim sendo, somos presenteados com interessantes prestações vocais de vários actores conhecidos, como por exemplo, Nicolas Cage, Donald Sutherland, Bill Nighy, Kristen Bell, Samuel L. Jackson, Charlize Theron e Freddie Highmore. Em suma, “Astro Boy” é uma confusa e medíocre animação cinematográfica que não consegue transmitir ao espectador o espírito do icónico mangá/anime nipónico.

Classificação – 2 Estrelas Em 5

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