Crítica - Salt (2010)

Realizado por Phillip Noyce
Com Angelina Jolie, Liev Schreiber, Andre Braugher

Os fantasmas da Guerra Fria e a eterna rivalidade entre os Estados Unidos da América e a Rússia (União Soviética) estão no centro da história de “Salt”, um thriller satisfatório mas não muito convincente ou realista que é protagonizado por Evelyn Salt (Angelina Jolie), uma das melhores agentes secretas da CIA que subitamente vê o seu mundo desabar quando um desertor russo, Vassily Orlov (Daniel Olbrychski), a acusa de ser uma espiã russa que irá assassinar o Presidente Russo durante o funeral do Vice-Presidente dos Estados Unidos da América, uma acusação que é imediatamente tida como verdadeira pela CIA que decide investigar e interrogar Salt, no entanto, esta sabe que está inocente mas para o conseguir provar terá que se tornar uma fugitiva e utilizar a sua vasta experiência para provar a sua inocência e a sua lealdade para com os Estados Unidos da América.


O enredo de “Salt” não é muito inovador porque é essencialmente uma versão feminina de verdadeiros sucessos comerciais como “Bourne”, “Mission Impossible” ou “James Bond”. É verdade que o facto de ”Salt” ser protagonizado por uma personagem feminina oferece algum interesse extra a este filme mas também é verdade que, em última análise, a sua história é muito confusa e incoerente, porque nunca nos fornece muitas respostas claras e concisas sobre os seus acontecimentos mais relevantes e muitos desses acontecimentos acabam mesmo por nos ser introduzidos sem nenhum contexto ou concluídos sem nenhum esclarecimento concreto. Os típicos clichés de Hollywood também estão presentes em “Salt”, um dos melhores exemplos é o facto de os norte-coreanos e os russos serem retratados como vilões sedentos de violência e os norte-americanos serem retratados como verdadeiros heróis internacionais, uma caracterização claramente superficial que só aumenta a leviandade desta obra. O seu enredo também não é muito surpreendente porque desde muito cedo ficamos a saber que Evelyn Salt não é uma vilã, no entanto, existem algumas reviravoltas interessantes referentes a Ted Winter (Liev Schreiber) e a Mike Krause (August Diehl), este último é uma personagem secundária que acaba por ter um final abrupto e muito pouco comum tendo em conta a sua importância para a personagem principal.


As cenas de acção são abundantes em “Salt” mas muitas delas são excessivamente artificiais e completamente irrealistas, assim sendo, somos confrontados com um filme que é maioritariamente composto por sequências absolutamente desnecessárias que acabam por não lhe oferecer muita coisa, muito pelo contrário, acabam por não permitir um desenvolvimento mais sério e mais detalhado do seu enredo. O realizador Phillip Noyce é claramente o principal responsável por este excesso que acabou por transformar “Salt” num filme muito menos apelativo que os seus maiores rivais comerciais. A sua fotografia é banal mas a sua banda sonora até é muito boa. James Newton Howard criou várias sonoridades interessantes que se misturam muito bem com a história e com as características de Evelyn Salt. Angelina Jolie está muito bem como Salt/Chenkov, no entanto, este não é claramente o seu melhor trabalho até porque no seu currículo encontramos excelentes performances em filmes como “Changeling” (2008) ou “Girl, Interrupted” (1999). O elenco secundário é composto por actores como Liev Schreiber, Daniel Olbrychski e Andre Braugher , três actores que nos oferecem três performances aceitáveis. “Salt” não é um mau filme e até deverá agradar à maioria dos espectadores mas poderia ter sido um thriller muito melhor caso não tivesse tantas cenas de acção e tivesse apostado um pouco mais no desenvolvimento do seu enredo, no entanto, teria sido um filme muito pior caso os planos originais se tivessem mantido e Tom Cruise tivesse assumido o protagonismo.

Classificação – 3 Estrelas Em 5

Enviar um comentário

10 Comentários

  1. Vi o filme, e como já esperava fiquei desiludido, e não estou a dizer que já tinha uma opinião predefinida, eu explico.
    Nunca vi um filme da Angelina Jolie que me tenha mostrado que é uma grande actriz, e acho que, se não vi todos, quase, eu adoro cinema, já vi milhares de filmes, e vejo de (quase) tudo, excluo muito poucos, e acho que a originalidade também é importante, e este filme não o é, é um pouco, mas muito pior, que o grande Bourne (trilogia), com alguns erros crassos, tipo, salta de uma ponte para um camião em andamento e acerta mesmo em cima, timing perfeito, depois precisa doutro, e lá esta outro camião, e depois uma carrinha de cargas, precisa de um chapéu e lá esta o dito.
    E exageros, consegue alugar um quarto de hotel em frente do funeral, dahhh, entra na igreja, faz tudo o que tem a fazer sem falhas e o pior consegue entrar na casa branca, e depois do alarme dado consegue aceder onde quer, e aquela parte do elevador em que vai aos saltos parece o homem aranha... Enfim gostos são gostos mas este filme não presta.

    pedromoutinho2610@gmail.com

    ResponderEliminar
  2. Adorei o filme. 5/5.
    O enredo é muito bom e as reviravoltas são do melhor que já vi. Podes dizer que ficas cedo a saber que ela não é a vilã mas as reviravoltas e as revelações continuam e é este tipo de complexidade que me atrai num filme. Mas uma coisa é o enredo ser complexo outra é ser incoerente e para mim tudo ficou suficientemente esclarecido e coerente.
    As cenas de acção são um pouco exageradas mas isto é um thriller de acção e se fosse tudo realista para mim não tinha piada: eu vou ao cinema para me impressionar com algo ficcional de elevado espectáculo visual senão vejo o filme em casa na TV.
    Pedro, viu o Changeling?

    ResponderEliminar
  3. Vi, e com um grande mestre de cinema, actor e realizador como é o Clint Eastwood, qualquer actriz com o mínimo de experiência de cinema fazia o que ela fez, claro que está lá o mérito dela, mas ao que falam da Angelina Jolie parece a melhor actriz da actualidade, como já dizem ser a mulher mais mundialmente influente.
    Não digo que seja uma nulidade de actriz, mais uma vez, nem uma porcaria de filme mas não exageremos... São opiniões e respeito mas não aceito o protagonismo que dão ao filme e á dita. E mesmo o Phillip Noyce tem bem melhores filmes, mas...
    Obrigado pela critica/resposta.

    ResponderEliminar
  4. Não lhe sei dizer qual será a melhor actriz da actualidade nem me interessa esse tipo de títulos mas é inegável que a Angelina é uma boa actriz e mesmo neste filme a sua prestação dramática é muito boa e o filme beneficia claramente com ela.
    De qualquer modo há para aí uns filmes sobre vampiros com muito mais protagonismo e totalmente imerecido.

    ResponderEliminar
  5. Quanto a prestação de Jolie, na minha opinião não podia ser melhor! A personagem é profunda e intensa, expressão que ela representa brilhantemente. Quanto ao enredo, não acho que seja de todo previsível e cliché, e a volta que o filme dá, mostra isso mesmo. Não foram os Russos os "maus da fita". A critica real do filme trata o modo em como os Americanos tentam sempre ser os melhores em tudo e os "bons da fita", mas a verdade é que a traição deles próprios os superam! Por fim, quanto ao exagero da acção é incontestável, mas que filme de acção não é exagerado e irreal?!?!?!?! Em suma, gostei do filme, e aconselho vivamente. VALE O TEMPO!

    ResponderEliminar
  6. Depois de ver o filme e confrontando algumas das críticas aqui presentes, resta-me fazer apenas três notas:
    1) é verdade que a acção é exagerada (mas, isto é um filme de acção certo?)
    2) quando uma pessoa vê um filme do James Bond não está a avaliar o realismo das cenas de acção, pois não?
    3) quanto à história, longe do que aqui é dito, os norte-coreanos não são retratados como "maus", apenas torturam a pobre rapariga por ela ter sabotado uma coisa qualquer, os russos são bonzinhos (com a excepção dos tipos daquela tropa de elite - KA) e os americanos não são os bonzinhos (são até um bocado burros, só na última cena do helicoptero é que se começam a aperceber das coisas...

    :)

    PS - Apesar de tudo a crítica é objectiva, e muito menos filosófica e elitista do que é comum nos críticos de cinema.

    ResponderEliminar
  7. O filme não é o melhor isso é certo, agora dar-se ao trabalho de vir cá dar uma crítica/opinião, de uma forma tão promíscua e dizer "Enfim gostos são gostos mas este filme não presta.", então são gostos ou o resto das pessoas não têm opinião própria?
    Se são gostos há que respeitar as opiniões dos outros e não dizer que mediante os gostos dos outros o filme nunca na vida vai 'prestar'?
    Com certeza deve ser cineasta, ou então tem uma opinião um pouco altiva de mais para um 'simples' amante de cinema e para colmatar compara este, realmente, mísero filme com a trilogia Bourne!
    Bem, vamos lá comparar a Saga Twilight com O Senhor dos Anéis que acho que é equivalente (LOL).

    ResponderEliminar
  8. Adoro esse filme já vi muitas vezes..mas só decepçāo por que não provam que ela é inocente? ??Pq o presidente não conta? Ou ele morreu?? ????????

    ResponderEliminar
  9. LAMENTAMOS NÃO HAVER A CONTINUAÇÃO.

    ResponderEliminar
  10. LAMENTAMOS NÃO HAVER A CONTINUAÇÃO.

    ResponderEliminar

//]]>