Crítica - Going The Distance (2010)

Realizado por Nanette Burstein
Com Drew Barrymore, Justin Long, Christina Applegate

O Verão de 2009 foi abundante em comédias românticas medíocres, mas obras como “500 Days Of Summer” ou “The Proposal” conseguiram salvar a honra deste género cinematográfico que, no Verão de 2010, voltou a ser muito mal representado por obras verdadeiramente fracas, como “The Back-Up Plan” ou “Killers”. “Going The Distance” não é um filme tão bom como os grandes sucessos românticos de 2009, mas é claramente uma das melhores comédias românticas do Verão de 2010. A sua trama foca-se em Erin e Garret (Drew Barrymore e Justin Long), dois solteiros que se conhecem num bar nova-iorquino e que imediatamente se apaixonam um pelo outro, no entanto, este seu amor é posto à prova quando Erin é obrigada a regressar a São Francisco. O casal pondera terminar a sua relação, mas ambos decidem tentar a todo o custo suportar a distância que os separa, porque podem ter finalmente encontrado o “verdadeiro amor” mas entre ciúmes e mal entendidos poderá esta história ter um final feliz?


O tema central de “Going The Distance” é obviamente o amor à distância, um tema actual e relativamente interessante que se encaixa muito bem no espírito das comédias românticas norte-americanas. A sua história aborda levemente os vários problemas que normalmente se associam a um relacionamento à distância, mas também nos mostra como este pode ser encarado como um excelente teste à relação e ao seu futuro. Erin e Garret têm a certeza que o seu amor é verdadeiro, mas quando a distância se intromete entre eles vemos que o seu inabalável romance é enfraquecido pelos inevitáveis ciúmes e pelas incontroláveis saudades que são fragilmente combatidas pelas extensas e ocasionalmente sensuais chamadas telefónicas. A dúvida sobre o futuro do seu relacionamento também está sempre presente na mente de ambos, sendo ainda constantemente exacerbada pelos nocivos comentários dos seus respectivos amigos e familiares, que também oferecem ao filme vários momentos cómicos muito agradáveis, uma vertente humorística que é claramente dominada pelos melhores amigos de Garret, Box (Jason Sudeikis) e Dan (Charlie Day), duas personagens excêntricas e extremamente divertidas. A conclusão de “Going The Distance” acaba por não nos surpreender porque é a mais adequada, tendo em conta o que nos é apresentado no seu desenvolvimento, no entanto, um pouco mais de drama não teria ficado mal a este final.


O trabalho de Nanette Burstein em “Going The Distance” é francamente positivo, mas não é claramente o melhor da sua carreira, até porque esta cineasta esteve nomeada para o Óscar de Melhor Documentário em 1999 por “On the Ropes”. A banda sonora desta obra é, muito provavelmente, um dos seus melhores elementos, porque aposta em sonoridades conhecidas e românticas que exteriorizam a essência da sua temática. O seu elenco tem em Drew Barrymore e Justin Long as suas maiores estrelas. O passado romântico de Barrymore e Long favoreceu claramente as suas performances, porque ambos demonstram um enorme à-vontade e uma forte química nos vários momentos românticos da história, uma situação que tornou o romance das suas respectivas personagens muito mais convincente. O elenco secundário é composto por algumas caras conhecidas, como Christina Applegate e Jason Sudeikis, que também nos convencem com as suas respectivas performances. Em suma, “Going The Distance” é uma comédia romântica moderadamente interessante que não deverá desiludir os espectadores que procurem um filme simples mas divertido.

Classificação – 3 Estrelas Em 5

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