Crítica - Due Date (2010)

Realizado por Todd Phillips
Com Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Jamie Foxx, Michelle Monaghan

O realizador Todd Phillips surpreendeu o mundo com “The Hangover” (2009), uma hilariante comédia adulta que arrecadou vários milhões de dólares nas bilheteiras e que também arrecadou vários prémios internacionais, como o Globo de Ouro de Melhor Filme – Comédia ou Musical ou o Prémio de Melhor Comédia da Broadcast Film Critics Association. O seu novo trabalho, “Due Date”, não é tão cativante como “The Hangover” mas é, ainda assim, uma razoável comédia que nos oferece uma fórmula narrativa e cómica muito semelhante à da mítica comédia “Planes, Trains and Automobiles” (1987), de John Hughes e com Steve Martin e John Candy no elenco, um filme que à semelhança desta obra também apostou em várias sequências humorísticas que salientam o evidente antagonismo das duas personagens principais. A história desta obra é protagonizada por Peter Highman (Robert Downey Jr.), um homem que está apenas a cinco dias de se tornar pai pela primeira vez e que, para conseguir assistir ao nascimento do seu filho, decide apanhar um avião de Atlanta até Los Angeles, no entanto, ele acaba por ser expulso desse voo por culpa de Ethan Tremblay (Zach Galifianakis), um actor aluado que também é expulso desse voo e que acaba por se unir a Peter numa enorme e alucinante viajem de carro até Los Angeles para que Peter possa assistir ao nascimento do seu filho.


O enredo de “Due Date” é muito semelhante ao de “Planes, Trains and Automobiles”, um facto que obviamente retira algum encanto a esta comédia/road movie, e que também evidencia a crescente falta de criatividade de Hollywood. “Due Date” não é inovador, mas é uma comédia razoável que nos oferece vários momentos cómicos relativamente interessantes, momentos esses que são maioritariamente protagonizados pelos dois protagonistas desta obra, Peter e Ethan, duas personagens antagónicas e com personalidades extremamente conflituosas que se envolvem nas mais variadíssimas confusões que evidentemente aumentam o seu desprezo mútuo, no entanto, ambos acabam por desenvolver uma forte amizade e fraternidade, um desfecho previsível mas que conclui da melhor maneira uma aventura onde estas duas personagens mostraram os seus altos e baixos em várias sequências humorísticas que são pautadas pela extravagância e pela irreverência mas não tanto pela criatividade.


O trabalho técnico de Todd Phillips não é mau. O cineasta criou uma comédia/road movie muito fluida que não tem muitos momentos mortos, no entanto, outra coisa não seria de esperar do realizador que nos apresentou “The Hangover”. O elenco principal de “Due Date” é composto por Robert Downey Jr. e Zach Galifianakis, uma dupla que nos oferece uma grande química humorística. Zach Galifianakis tem se evidenciado no mundo das comédias adultas e volta a nos oferecer uma performance cómica muito boa como Ethan Tremblay, um actor megalomaníaco que puxa pela sua irreverência. Robert Downey Jr. também nos oferece uma performance interessante, no entanto, nos últimos anos temos assistido a performances muito mais carismáticas por parte deste talentoso actor. O elenco secundário tem em Jamie Foxx o seu elemento mais activo. Este actor entra em algumas das cenas mais cómicas desta obra e acaba por servir como um bom apoio à rivalidade inicial entre Ethan e Peter. Michelle Monaghan não tem uma performance muito activa até porque são raras as cenas em que entra, algo que não se assume como um surpresa porque Todd Phillips é conhecido por não apostar em papéis femininos de relevo. Em suma, “Due Date” não é um “The Hangover” ou ate mesmo um “Planes, Trains and Automobiles”, mas é claramente uma razoável comédia adulta que não deverá desiludir os apreciadores de um cómico road movie.

Classificação – 3 Estrelas Em 5

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3 Comentários

  1. O filme lembra muito "Antes Só do que Mal Acompanhado" com Steve Martin e John Candy. A diferença são as piadas mais politicamente incorretas deste novo filme.

    Até mais

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  2. 100% de acordo com esta critica. Um filme bom para se passar umas horitas a rir um bocado. Mas nada de novo.

    Cumprimentos

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  3. Confesso que quando vi a "Ressaca" não esperava grande coisa e fiquei alegremente surpreendido e consegui chorar a rir. Já este "A Tempo e Horas" foi uma decepção uma completa perda de tempo na minha opinião. Apenas mais um daqueles de filmes de humor fácil e forçado. Quanto a mim um falhanço de 2010. Não recomendo e se pudesse pedia a devolução do bilhete.

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