Com Daniel Craig, Rachel Weisz, Naomi Watts
O conflito entre Jim Sheridan e a Universal Pictures levantou, nos últimos meses, muitas dúvidas sobre o real valor deste “Dream House”, um thriller psicológico que no início do ano foi louvado por vários críticos de renome, mas que actualmente é unanimemente considerado um filme medíocre e sem chama. A verdade é que esta obra tinha tudo para triunfar nas bilheteiras e nos maiores festivais internacionais, mas uma série de más decisões, criativas e administrativas, acabaram por transforma-lo num filme vazio e sem muito interesse. A sua história centra-se em Will Atenton (Daniel Craig), um publicitário de sucesso que se demite do seu local de trabalho em Manhattan para se mudar, com a sua mulher e com as suas duas filhas, para a casa dos seus sonhos em New England, no entanto, esta sua nova residência não é assim tão idílica porque esteve no centro de um macabro crime que vitimou uma mãe e os seus dois filhos. A cidade inteira acredita que os crimes foram cometidos por Peter Ward, o único sobrevivente do massacre que foi internado num manicómio das redondezas mas que, entretanto, teve alta e foi ilibado de todas as acusações. Will teme que Peter Ward queira fazer mal à sua família e, na tentativa de descobrir onde ele se esconde, acaba por encontrar vários indícios que o levam a por em causa o seu próprio estado mental e emocional.
O seu enredo não é tão intenso como o de outros thrillers norte-americanos, mas também não é nenhum desastre narrativo, no entanto, esta foi precisamente a classificação que várias pessoas lhe atribuíram devido ao seu trailer que revela, sem subtileza ou destreza, vários detalhes valiosos desta trama, matando assim os seus maiores momentos de incerteza. É verdade que o suspense é inexistente, mas esta não é, infelizmente, a sua única falha narrativa porque também somos confrontados com personagens muito fracas e fúteis que embarcam, constantemente, em diálogos artificiais e sem sentido. A conclusão de “Dream House” também não é brilhante, mas acaba por ser um mal menor porque é o único momento relevante do filme que o trailer não nos mostra.
O seu elenco de luxo é liderado por Daniel Craig, um actor frio e distante que volta a nos oferecer uma performance sem carisma ou conteúdo que certamente não ficará na memória de ninguém mas que, mesmo assim, é mais convincente que a que teve em “Cowboys & Aliens”. Rachel Weisz e Naomi Watts não maravilham mas também não desiludem, tal como Jane Alexander ou Marton Csokas. Em suma, “Dream House” não é um filme incrivelmente mau, é sim uma obra onde foram cometidos muitos erros infantis por parte da Universal Pictures e de Jim Sheridan, um cineasta veterano que nos maravilhou com “My Left Foot: The Story of Christy Brow” (1989) ou com “In America” (2002) mas que nos desiludiu imenso com este thriller, um dos filmes mais sofríveis da sua carreira.
Classificação – 2 Estrelas Em 5
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