Crítica - Arthur Christmas (2011)

Realizado por Sarah Smith
Com James McAvoy, Jim Broadbent, Bill Nighy

A época natalícia costuma trazer consigo a estreia de vários filmes, animados ou live action, sobre os mitos e rituais relacionados com esta famosa festividade. Os filmes animados costumam focar-se na Lenda do Pai Natal, um tema fértil em criatividade e entretenimento que é habilmente abordado por este “Arthur Christmas”, uma obra extremamente cativante que nos mostra o lado mais infantil e divertido do Natal. A sua história centra-se em Arthur, um rapaz carinhoso e sonhador que ambiciona tornar-se no próximo Pai Natal, sucedendo assim ao seu pai que tem executado esta tarefa nos últimos setenta anos e que não acredita que o seu filho seja capaz de fazer o que ele faz. Após mais uma bem-sucedida distribuição mundial de presentes, um dos elfos apercebe-se que o presente de uma das centenas de milhões de crianças ficou por entregar, uma falha lamentável que leva Arthur a embarcar numa hilariante e incrível missão contra o relógio para conseguir entregar o último presente e provar ao seu pai que tem o que é preciso para o substituir.


É verdade que a fantasiosa história familiar de “Arthur Christmas”, é direccionada às crianças e à sua inerente inocência, no entanto, os mais velhos também encontrarão vários elementos de interesse nesta obra, nomeadamente as inúmeras cenas cómicas que envolvem Arthur e os Elfos de Natal. Os seus momentos humorísticos e familiares estão bem construídos e deverão satisfazer todos os sectores etários, mas é a sua incrível mensagem natalícia que mais salta à vista. Através da aventura de Arthur e dos seus confrontos familiares, “Arthur Christmas” relembra-nos que esta não é apenas mais uma festividade comercial e consumista, mas sim um dos dias mais intimistas e felizes do ano que, infelizmente, tem vindo a sofrer com o crescente individualismo e cinismo da sociedade. A sua conclusão reforça esta essência natalícia, e oferece um clássico final feliz à calorosa demanda de Arthur.


A sua vertente visual/animada também é muito boa. É óbvio que “Arthur Christmas”, não tem o nível técnico dos filmes da Pixar/Disney, mas Sarah Smith e a Aardman Animations (Criadores de "Chicken Run") utilizaram as melhores técnicas de animação para conferir certos detalhes realistas às personagens e aos cenários desta obra, tornando-os assim mais sérios e etariamente isentos. O trabalho do seu elenco vocal norte-americano é satisfatório, mas a verdade é que as vozes de actores de renome como James McAvoy (Arthur) ou Bill Nighy (Grandsanta), não acrescentam nada de mais a esta obra que tem na sua história o seu verdadeiro trunfo. “Arthur Christmas” tem vários momentos cativantes, e assume-se claramente como uma excelente escolha para um serão natalício em família, no entanto, não é um clássico animado e também não acredito que seja um sério candidato ao Óscar de Melhor Filme de Animação.

Classificação – 3,5 Estrelas Em 5

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