Com Laura Soveral, Ana Moreira, Carloto Cotta
Miguel Gomes que já nos havia encantado, entre outros, com Aquele querido mês de Agosto (2008) e volta a surpreender-nos com esta sua muito peculiar maneira de ver Portugal. Se em 2008 se debruçou sobre a autenticidade da vida fora dos centros urbanos e autistas, agora, com Tabu, alerta-nos a todos para a vivência daqueles que moravam em África antes de serem obrigados a regressar, muitos deles a vir pela primeira vez, e que tantas vezes foram despreciados por aqueles mesmos que se consideram hoje aventureiros e originais.
O filme divide-se em duas partes, distantes cronologicamente. Na primeira, Aurora (Laura Soveral) vive uma vida atormentada quer pelos seus fantasmas interiores quer pela solidão a que a pouca família a votou. Como uma únicas companhias tem a empregada Santa (Isabel Muñoz Cardoso) e a vizinha Pilar (Teresa Madruga). Porém algo vai levar-nos a um longo flash-back para o período anterior à guerra pela independência num qualquer país do antigo ultramar português, possivelmente Moçambique.
O filme divide-se em duas partes, distantes cronologicamente. Na primeira, Aurora (Laura Soveral) vive uma vida atormentada quer pelos seus fantasmas interiores quer pela solidão a que a pouca família a votou. Como uma únicas companhias tem a empregada Santa (Isabel Muñoz Cardoso) e a vizinha Pilar (Teresa Madruga). Porém algo vai levar-nos a um longo flash-back para o período anterior à guerra pela independência num qualquer país do antigo ultramar português, possivelmente Moçambique.
O espectador é então confrontado, com vergonha, com aquilo que preferiu não ver durante toda a vida. A nossa ignorância sobre o que foi a vida destas pessoas em África, o exotismo da paisagem, do clima e dos hábitos, o poder dos colonos portugueses, o espírito de grande aventura de quem se atreveu a fazer vida naquelas paragens.
Como se não bastasse a incisiva farpada na auto-imagem do Portugal contemporâneo, o filme impressiona também pela ousadia de ser em parte filmado a preto-e-branco e sem som o que sublinha com traços fortes o regresso proposto ao início dos anos sessenta. Guarda-roupa e cenários adequados e ainda uma sedutora interpretação de Carloto Cotta no papel do jovem italiano e um, como seria de esperar, consistente desempenho de Laura soveral dão uma dimensão superior a esta obra. O filme foi galardoado em tanto no Festival Internacional de Cinema de Berlim como no Festival de Cinema de Las Palmas.
Classificação - 4 Estrelas em 5
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