Festival de Cannes 2012 - Resumo dos Três Primeiros Dias

16 de Maio – O Festival de Cannes 2012 arrancou com a exibição de “Moonrise Kingdom”, um drama de Wes Anderson que deixou a crítica um bocado desiludida, porque muitos estavam à espera de um filme mais ambicioso e artístico. A imprensa mundial revela que esta obra tem uma boa história e um bom elenco, mas não é de todo um sério candidato à Palma de Ouro.

17 de Maio – O novo filme de Jacques Audiard, “Rust & Bone”, deixou a crítica dividida após a sua primeira exibição no Festival de Cannes. As performances de Marion Cotillard e Matthias Schoenaerts foram elogiadas pela esmagadora maioria dos críticos que assistiram ao filme, mas muitos jornalistas norte-americanos não gostaram de “Rust & Bone” e alguns até disseram que esta produção não merece estar entre os filmes que lutam pela vitória na Competição Oficial deste famoso festival. A crítica britânica foi mais benevolente, com o The Guardian e o The Telegraph a consideram-no uma obra comovedora e intensa que, mesmo assim, não se aproxima minimamente do valor do último trabalho de Audiard – “A Prophet”. "After the Battle”, de Yousry Nasrallah, foi o outro candidato à Palma de Ouro a ser exibido durante este segundo dia e também não conseguiu reunir o consenso da crítica, tendo mesmo recebido mais críticas negativas que “Rust & Bone”. A imprensa internacional revela que o filme até nos transmite algumas mensagens interessantes sobre as consequências da Primavera Árabe no quotidiano da sociedade egípcia, mas peca pela sua excessiva duração e pela lentidão e intermitência com que nos é contada a história central. Os filmes “Mistery” e “Student” foram exibidos no âmbito da Secção Un Certain Regard.

18 de Maio – O terceiro dia deste certame acolheu a estreia de mais dois filmes da Secção Competitiva – “Reality” e “Paradise: Love”. “Reality”, o novo trabalho do talentoso realizador de “Gomorra”, Matteo Garrone, teve uma recepção amena por parte da crítica internacional que apreciou o tema central deste filme, que versa sobre o magnetismo de programas como o “Big Brother” ou a “Casa dos Segredos”, mas não apreciou a forma como Matteo Garrone o estruturou e filmou. “Paradise: Love” teve a mesma sorte que “Reality” e não convenceu a maior parte da crítica. Este drama de Ulrich Seidl sobre uma idosa europeia que encontra no Quénia um jovem que a consegue satisfazer quer a nível emocional quer a nível sexual, aborda uma série de temáticas interessantes como a prostituição masculina ou o fenómeno das “sugar mamas”, mas ninguém parece ter ficado muito entusiasmado com esta polémica produção. Os enviados do The Hollywood Reporter e da Time Out América em Cannes foram apenas dois dos vários jornalistas que acharam este “Paradise: Love” um filme aborrecido e sem qualquer interesse mediático ou dramático. No âmbito da Secção Un Certain Regard foi exibido "Laurence Anyways”, um belo drama de Xavier Dolan que deslumbrou o público presente, que não hesitou em aplaudir este jovem cineasta no final da projeção desta brilhante obra que já é apontada como uma das grandes favoritas à vitória nesta secção secundária. À margem da Competição Oficial realizou-se a estreia mundial do blockbuster animado “Madagascar 3: Europe’s Most Wanted”, um evento que trouxe um bocado de animação infantil ao Festival de Cannes.

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