Com Ben Stiller, Chris Rock, David Schwimmer, Jada Pinkett Smith
Primeiro escaparam do jardim zoológico de Nova Iorque para viajarem acidentalmente até à ilha de Madagáscar. Depois despenharam-se no continente africano, onde entraram em contacto com as suas raízes e superaram desafios impensáveis. Agora viajam clandestinamente até ao continente europeu, onde se infiltram numa companhia de circo em declínio para tentarem arranjar um bilhete de regresso ao ponto de origem. Assim se podem resumir as aventuras de Alex (Ben Stiller), Marty (Chris Rock), Melman (David Schwimmer) e Gloria (Jada Pinkett Smith), o quarteto de animais domesticados mais famoso da animação contemporânea. Nos dois primeiros filmes, o leão, a zebra, a girafa e o hipopótamo tiveram que se adaptar às leis da selva para sobreviverem e acalentarem a esperança de um dia regressarem ao zoo que tão bem os acolheu. Nesta terceira aventura, o quarteto decide finalmente zarpar para Nova Iorque com a ajuda dos pinguins mais loucos da História do cinema, mas encontra na Capitã DuBois (Frances McDormand) – uma excêntrica agente do controlo de animais foragidos – um obstáculo de peso. Se é verdade que esta terceira parte da saga já não tem tanta piada por causa do esbatimento do efeito novidade, também não deixa de ser verdade que ela continua a oferecer ao espectador aquilo que mais se espera de uma obra deste género: animação de topo no que concerne os efeitos visuais, uma história repleta de loucura e um conjunto de personagens carismáticos quanto baste para manter a audiência colada à cadeira.
É óbvio que, principalmente a nível de argumento, “Madagascar 3: Europe’s Most Wanted” está a milhas das obras mais reverenciadas da Pixar e até da Disney. Não é preciso fazer uma análise muito aprofundada para se chegar à conclusão de que esta saga não possui a relevância moral e até a carga dramática de um “WALL-E” ou um “Toy Story”. Mas esse também nunca foi o seu propósito, pois “Madagascar” nunca pretendeu competir com os supra-sumos da Pixar Animation Studios. Quando muito, esta saga compete com “Shrek” ou com “Ice Age”, essencialmente porque não foi feita para ser levada muito a sério. O mundo de “Madagascar” não obedece às leis da física. Obedece sim às leis da loucura total e do divertimento sem limites.
Neste “Madagascar 3: Europe’s Most Wanted”, por vezes a loucura ultrapassa o limiar do razoável, tombando a película em algum exagero que somente prejudica a consistência da sua narrativa. Talvez pelo desgaste do efeito novidade, muitas tiradas cómicas já não têm o efeito desejado, tornando este terceiro filme mais sensaborão do que os anteriores. Nota-se que Alex, Marty, Melman e Gloria já não têm muito mais para oferecer, sendo aconselhável terminar a saga por aqui antes que um quarto capítulo afunde por completo este conjunto de personagens icónicas. Porém, por muito que trema aqui e acolá, “Madagascar 3: Europe’s Most Wanted” não deixa de ser um filme bastante divertido e visualmente estonteante. As cenas do circo são particularmente belas (e tresloucadas), levando o mais macambúzio dos adultos a recordar com saudade a magia da sua infância. Ao contrário do que aconteceu no recente “Ice Age: Continental Drift”, as personagens novas estão bem conseguidas, inserindo-se no enredo com lógica e acrescentando algo à narrativa. Para dizer a verdade, são mesmo as personagens novas que salvam a película, levando esta saga numa nova direção. De forma que, resumindo e concluindo, o trio de realizadores fez um bom trabalho. Não nos deu nada de absolutamente extraordinário, mas garantiu-nos hora e meia de entretenimento familiar com um mínimo de pés e cabeça. Algo que jamais bastaria para um filme da Pixar, mas que chega e sobra para a saga “Madagascar”.
Classificação – 3 Estrelas em 5
2 Comentários
adorei ajudou-me num trabalho de língua porttuguesa
ResponderEliminarRui Madureira concordo plenamente consigo
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