Com Milo Ventimiglia, Rosanna Arquette, Lauren German
O grande objetivo de “The Divide” passa por mostrar ao espetador o que acontece à integridade moral do ser-humano quando é confrontado com o desmoronamento da sociedade e o fim das leis que limitam as nossas atitudes, no entanto, o quadro de regressão comportamental que nos é oferecido por este thriller sociológico e pós-apocalíptico não consegue cumprir esse objetivo central porque não tem a força emocional e intelectual que deveria ter, muito por culpa do lento e confuso desenvolvimento do seu débil enredo que explora, sem nenhuma verdadeira emoção ou realismo, a primitiva luta pela sobrevivência de oito desconhecidos que se refugiam na cave do seu prédio, após Nova Iorque ter sido devastada por uma bomba atómica. Estes oito indivíduos começam cedo a sucumbir à elevada temperatura do compartimento assim como ao medo da radiação e aos jogos psicológicos derivados da privação de alimento e água. A jovem e angelical Eva (Lauren German) tem ainda mais razões para se sentir preocupada, já que todos os homens que estão à sua volta começam a regredir psicologicamente e a mostrar que estão dispostos a tudo para sobreviverem, algo que a leva a tomar atitudes bastante cruéis e violentas numa tentativa de mostrar a todos os sobreviventes que também ela está disposta a tudo para não morrer ou ser usada.
Este filme foi criado para ser claustrofóbico, violento a todos os níveis e, acima de tudo, para nos fazer pensar sobre as debilidades da moralidade humana, mas posso assegurar-vos que nenhuma destas características estão presentes neste sombrio mas sofrível “The Divide”, um thriller que deveria ter sido explorado de uma forma muito mais inteligente e completa, até porque o seu argumento deriva de um conceito interessante que deveria ter sido materializado em algo minimamente desafiante e mentalmente intrigante. Para além de ter sido mal construído e montado, “The Divide” tem outros problemas crassos, como a entediante realização de Xavier Gens e um mediano trabalho coletivo de um elenco sem arte, executando é claro a bela Lauren German que não está nada mal como uma mulher destemida e determinada a sobreviver. Resumindo, “The Divide” não cumpre nenhuma das suas pretensões nem nos consegue entreter ou chocar, sendo por isto tudo um mau filme que tinha a obrigação de ser um pouco melhor.
Classificação – 1,5 Estrelas em 5
2 Comentários
Estou plenamente de acordo. Fiquei desapontada com este filme, esperava muito mais mesmo. Podia ter sido explorado de uma maneira muito mais interessante, sinceramente, é ligeiramente aborrecido. E tinha imenso potencial na minha opinião.
ResponderEliminarSarah
http://depoisdocinema.blogspot.pt
Discordo completamente. "The Divide" conseguiu entreter-me e chocar-me. E também me fez pensar um pouco sobre as debilidades do género humano. Tenho noção das várias falhas a nível técnico e principalmente a nível narrativo. Mas não considero o filme entediante. Acho que era incapaz de o deixar a meio. Senti um genuino interesse na história e nas personagens.
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