Com Catherine Deneuve, Gérard Depardieu, Gérard Jugnot
As duas primeiras adaptações cinematográficas das famosas aventuras literárias de “Astérix & Obélix” - “Astérix & Obélix Contra César” (1999) e “Astérix & Obélix: Missão Cleópatra” (2002) - não são exemplos de qualidade mas, pelo menos, têm uma história leve e divertida que consegue entreter, dentro das suas evidentes limitações, os espetadores de todas as faixas etárias, algo que infelizmente não se aplica às duas últimas entregas deste franchise - “Asterix nos Jogos Olímpicos” (2008) e “Astérix & Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade” (2012) – que devem pouco à diversão e deixam muito a desejar em todas as vertentes, no entanto, tenho que admitir que me diverti um pouco mais com este novo filme do que com o seu infantil e entediante antecessor. Em “Astérix & Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade”, os corajosos gauleses Astérix e Obélix (Edouard Baer e Gérard Depardieu) viajam até à Britânia para ajudarem os bretões a derrotarem as poderosas e gloriosas legiões romanas que, sob o comando de Júlio Cesar, conquistaram e ocuparam grande parte do território bretão governado pela Rainha Cordelia (Catherine Deneuve). Para além de terem que lidar com a crise na britânia, Astérix e Obélix também foram incumbidos de meter algum juízo na cabeça de Justforkix, o desleixado e irritante sobrinho do chefe da sua aldeia, que apenas se interessa por mulheres e música.
É óbvio que as aventuras de “Astérix & Obélix” funcionam muito melhor nos livros de banda-desenhada do que no cinema, mas isto acontece sobretudo por culpa dos argumentos dos filmes que dão demasiadas e desnecessárias voltas para desenvolver uma história que normalmente nos é contada nos livros em menos de quarenta páginas. Este grande e grave problema é particularmente evidente no sofrível “Asterix nos Jogos Olímpicos” (2008) e neste recente “Astérix & Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade” que, por culpa da ausência de sequências de comédia com piada e da presença de vários elementos perfeitamente desnecessários e sem nenhum sentido prático, torna-se cada vez mais aborrecido com o passar dos minutos. No fundo, “Astérix & Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade” precisava de mais segmentos fieis ao estilo da banda desenhada que, ao contrário deste e dos outros filmes do franchise, não entra por caminhos maçudos ou entediantes e limita-se a explorar as aventuras de Astérix e Obélix com a simplicidade e a objetividade que elas merecem. À margem de todos os problemas desta adaptação cinematográfica está o soberbo Gérard Depardieu, um ator que justifica por si só a compra do bilhete e que tem sido consistentemente a grande figura e a principal força motriz desta saga cinematográfica, não só por ser um grande ator mas também por interpretar na perfeição uma personagem tão clássica e divertida como Obélix. A verdade é que Gerard Depardieu já é a principal imagem de marca deste franchise e acaba também por ser a sua única constante positiva, sendo precisamente por estas razões que arrisco a dizer que um filme destes que não conte com a sua presença será o menos bem-sucedido de todos nas bilheteiras. O restante elenco de “Astérix & Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade” não tem nem de longe nem de perto a força ou o carisma de Gerard Depardieu. Um dos piores desempenhos pertence a Edouard Baer, que é sem dúvida um dos piores Astérix até ao momento. Baer já tinha tido um papel secundário com alguma piada em “Astérix & Obélix: Missão Cleópatra” (2002), mas parece que não conseguiu lidar com a pressão de interpretar uma das personagens principais da saga, porque nos brinda com uma performance muito medíocre. A ilustre e veterana Catherine Deneuve também está longe do seu melhor nível. Tendo em conta os três filmes anteriores, “Astérix & Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade” não nos satisfaz mas também não nos deixa muito desiludidos, porque era difícil de esperar mais e melhor. É, no fundo, um filme que acaba por ter alguma piada para os mais novos mas que está longe de ser empolgante.
Classificação - 1,5 Estrela em 5
1 Comentários
Este ainda não o vi. Mas em relação aos últimos o único que realmente era realmente fiel à banda desenhada original foi o Astérix e Obélix: Missão Cleópatra.
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