Realizado por Pablo Berger
Com Macarena García, Maribel Verdú, Sofía Oria
Género – Drama
Com Macarena García, Maribel Verdú, Sofía Oria
Género – Drama
Sinopse – 1920, Sevilha (Espanha). Carmen (Macarena García) é a bela filha de um abastado e conhecido toureiro, Antonio Villalta (Daniel Giménez Cacho), mas a sua vida nunca foi marcada pelo facilitismo ou pela exuberância. A sua infância ficou marcada por vários traumas familiares, mas também pelos constantes abusos e maus-tratos da sua terrível e materialista madrasta - Encarna (Maribel Verdú). A incessante ganância de Encarna acaba por levá-la a assassinar o seu marido, Antonio Villata, e a encomendar o homicídio a sua inocente enteada, para assim ficar com a vasta herança da família só para si, mas Carmen contraria os intriguistas planos de Encarna e sobrevive miraculosamente à tentativa de assassinato. A jovem órfã acaba por juntar-se a um grupo de seis anões toureiros, com quem embarca numa apaixonante jornada de vingança e redenção que terá um final explosivo.
Crítica – A lista de candidatos ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro ainda é extensa, mas um dos claros favoritos à nomeação final e até à vitória é este “Blancanieves”, uma sombria e alternativa adaptação cinematográfica de origem espanhola do famoso conto infantil da “Branca de Neve e os Sete Anões”. O seu conceito técnico é muito semelhante ao do mundialmente aclamado “The Artist” (2011), mas as semelhanças entre estas fortíssimas obras limitam-se apenas aos seus estilos clássicos e mudos, até porque os seus argumentos têm essências completamente contrárias. A narrativa de “Blancanieves” tem várias diferenças notórias e assinaláveis em relação à do famoso conto dos Irmãos Grimm, mas as suas bases morais, familiares e emocionais são idênticas e também não há dúvidas que o estilo infeliz e sombrio do clássico literário está bem presente nesta curiosa produção espanhola, onde a Branca de Neve entra em contacto com uma série de tradicionais elementos culturais do nosso país vizinho, como as touradas ou o flamenco. É esta dose de criatividade e irreverência aliada à excelente construção melodramática do seu enredo, que torna esta obra numa das melhores e mais distintas versões do clássico dos Irmãos Grimm que, como todos nós sabemos, já teve ao logo dos anos várias adaptações cinematográficas de boa e má qualidade, mas nenhuma delas é tão diferente e atrativa como esta. Para além de uma boa história, de um elenco decente e de um visual gótico e enegrecido que ajuda a dramatizar ainda mais a existência traumática e o destino inconclusivo da interveniente central, “Blancanieves” conta também com uma excelente banda sonora, onde reinam as sonoridades e os ritmos ibéricos, que conseguem acompanhar na perfeição os eventos do filme e compensam por completo a inexistência de diálogos. É difícil de prever se “Blancanieves” vai ou não obter a tão cobiçada nomeação final ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas não há duvidas que esta cativante obra de Pablo Berger tem potencial para surpreender e para agradar a muita gente, sobretudo àqueles espectadores mais exigentes que apreciam filmes incomuns. O facto de ser mais uma adaptação cinematográfica de “Branca de Neve os Sete Anões” não deve demover ninguém, porque a sua narrativa não é previsível e confere à versão original uma série de interessantes twists e modificações.
Classificação – 4,5 Estrelas em 5
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