Crítica - Beautiful Creatures (2013)

Realizado por Richard LaGravenese
Com Alden Ehrenreich, Alice Englert, Jeremy Irons

Os franchises juvenis estão de regresso às salas de cinema. O final das famosas sagas “Harry Potter” e “Twilight” entregou, de imediato, o monopólio das sagas juvenis com potencial económico ao recente “The Hunger Games”, mas no horizonte já começam a surgir novas obras deste género muito particular que, se forem bem-sucedidas, podem dar início a uma rentável saga de fantasia direcionada para os adolescentes. Um desses novos produtos comerciais pode ter o seu início com este “Beautiful Creatures”, a adaptação cinematográfica do primeiro livro da série literária “Caster Chronicles”, de Kami Garcia e Margaret Stohl. É certo que não é nenhuma maravilha, mas confesso que temi encontrar uma coisa bastante pior. A sua história centra-se em Ethan Wate (Alden Ehrenreich), um jovem de uma pequena cidade rural que, após a morte da sua mãe, começa a ter uma série de pesadelos vívidos com uma rapariga que ele não conhece, mas que lhe implora por ajuda. Este mistério começa a resolver-se quando Ethan regressa às aulas e conhece Lena Duchannes (Alice Englert), uma aluna nova que ele reconhece como sendo a misteriosa rapariga dos seus sonhos. A partir deste momento, Ethan e Lena vêm-se envolvidos numa teia de segredos e terríveis acontecimentos que estão relacionados com o misterioso legado mágico da rapariga.

 

É difícil de classificar este “Beautiful Creatures” como um filme para todas as idades, até porque os seus resultados nas bilheteiras norte-americanas têm ficado um pouco aquém das expetativas, mas não tenho qualquer problema em classificá-lo como um razoável produto cinematográfico para adolescentes, desde que estes apreciem obras genéricamente semelhantes ou vibrem com elementos de fantasia tão comuns como a feitiçaria. Esta obra juvenil conseguiu surpreender-me pela positiva, não pela sua qualidade geral ou pela imaginação do seu argumento, mas pela capacidade que tem de nos entreter com os elementos mais simples da sua incomplexa trama que, como se pode deduzir pela sua premissa, foca grande parte da sua atenção no romance proibido entre um mortal (Ethan) e uma feiticeira (Lena), ou seja, explora os dramas e dilemas de um amor impossível e improvável que se desenrola no epicentro de um mundo dividido entre as forças da luz, as forças das trevas e os humanos. Esta fórmula romântica é praticamente igual à que encontramos em filmes semelhantes como “Twilight” (2008) ou “Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief” (2010), por isso não espere muitas surpresas ou intrigas complexas, mas o argumento de “Beautiful Creatures” tem algumas vantagens em relação aos seus rivais genéricos, já que não nos satura em demasia com questões românticas insignificantes e explora, com algum detalhe, as tradições e a sociedade dos encantadores. Este filme tem também uma conclusão bastante satisfatória, que inclui uma luta final equilibrada e um cliffhanger romântico que será resolvido na continuação, caso seja feita uma.

   

Tal como os filmes “Harry Potter”, “Beautiful Creatures” deve muito do seu interesse e encanto à sua temática fantasiosa. Esta é habilmente introduzida e ambientada pelo enredo, no entanto, não somos presentados com muitas sequências bélicas, românticas ou dramáticas que exibam a cativante componente visual da feitiçaria que, infelizmente, resume-se apenas a duas ou três cenas. A parte técnica desta obra não é portanto muito famosa, mas nota-se que Richard LaGravenese preferiu limitar a vertente visual e estética, para assim tentar manter uma certa onda de realismo e naturalidade. O elenco de “Beautiful Creatures” também parece apoiar esta ilusão de naturalidade, já que nenhum dos seus jovens atores é uma beleza fora do comum. Os dois protagonistas, Alden Ehrenreich e Alice Englert, têm uma jovialidade natural que combina perfeitamente com as suas respetivas personagens, mas são as suas razoáveis performances que cativam a nossa atenção. O elenco também ganha com a mistura entre a juventude dos seus protagonistas e a experiência do elenco secundário, que é dominado pela valiosa presença dos veteranos Jeremy Irons e Emma Thompson. Admito que “Beautiful Creatures” é apenas um filme razoável, mas supera as expetativas de todos aqueles que estavam à espera de uma cópia de “Twilight” ou até uma imitação barata de “Harry Potter”. É claro que este último continua a ser, de longe, a grande referência no mundo das sagas mágicas, mas não há dúvidas que “Beautiful Creatures” parece ter potencial para dar inicio a uma saga menos estereotipada e mais empolgante que o franchise “Twilight”.

Classificação - 3 Estrelas em 5

Enviar um comentário

1 Comentários

  1. Eu não considero isso como muitos dizem que é muito parecido com o de Crepúsculo. Argumento Criaturas bonito é diferente, ele mostra como as pessoas de mundos diferentes, mas sem a semelhança da saga Crepúsculo relacionados. Eu gostava que apesar de

    ResponderEliminar

//]]>